quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

RELAÇÃO ENTRE ESPIRITISMO E UMBANDA

                                 RELAÇÃO ENTRE ESPIRITISMO E UMBANDA

Muitos umbandistas trabalham também em centros espíritas. Relatos desses médiuns confirmam que uma entidade de Umbanda não se manifesta em um Centro Espírita.
- Porém o que ocorre atualmente é uma relação de receio entre as duas vertentes. Os umbandistas que trabalham em Centros Espíritas, não informam que são Umbandistas e muitos acabam não participando de Centros Espíritas por temerem ser tachados de "inferiores".
-A leitura dos livros de Kardec é cada vez mais recomendada nos centros de Umbanda, assim como a manifestação de pretos-velhos é cada vez mais comum nos centros espíritas. É um fenômeno que está partindo da própria espiritualidade. Não são os umbandistas que estão invadindo os centros espíritas, nem são os espíritas que estão invadindo os terreiros.
-O candomblé não segue Kardec, por outras razões. Uma delas é que eles não trabalham com manifestações de eguns (espíritos que já encarnaram), outra razão é que o candomblé é pagão, não cultua Jesus, e o Espiritismo é essencialmente cristão.
- O Espiritismo foi um termo criado por Kardec para distinguir os espiritualistas que crêem na existência e manifestação de espíritos daqueles espiritualistas que não crêem; podemos conferir no livro "O que é o Espiritismo":
-  A palavra espiritualista, desde muito tempo, tem uma significação bem definida; é a Academia que no-la dá: ESPIRITUALISTA é aquele ou aquela cuja doutrina é oposta ao materialismo. Todas as religiões, necessariamente, estão baseadas no Espiritualismo. Quem crê haver em nós outra coisa além da matéria, é espiritualista, o que não implica na crença nos Espíritos e nas suas manifestações. Como vós o distinguiríeis daquele que o crê? Precisar-se-ia, pois, empregar uma perífrase e dizer: é um espiritualista que crê, ou não crê, nos Espíritos. Para as coisas novas, é preciso palavras novas, se se quer evitar equívocos". - (Kardec, A. O que é o Espiritismo).
- Mas e os rituais? O que a Doutrina Espírita pensa a respeito? Vejamos o que os Espíritos respondem a Kardec:
- Pergunta 653: A adoração tem necessidade de manifestações exteriores?
- Resposta: A verdadeira adoração é a do coração. Em todas as vossas ações, imaginai sempre que o Senhor está convosco. - (KARDEC, A. O Livro dos Espíritos).
- Pergunta 653: A adoração exterior é útil?
- Resposta: Sim, se não for uma farsa, uma vã simulação. É sempre útil dar um bom exemplo; mas aqueles que o fazem de forma fingida ou por amor próprio e cuja conduta desmente a piedade que aparentam dão um exemplo antes mau do que bom e fazem mais mal do que pensam. - (KARDEC, A. O Livro dos Espíritos).
- Pergunta 654: Deus dá preferência aos que O adoram desse ou daquele modo?
- Resposta: Deus prefere os que O adoram verdadeiramente com o coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, àqueles que acreditam honrá-lo por cerimônias que não os tornam melhores para com seus semelhantes. - (KARDEC, A. O Livro dos Espíritos).
- Além da codificação podemos observar Bezerra de Menezes trabalhando em conjunto com espíritos de Umbanda no livro: "Dramas da obsessão":
 -a) No Além existem regras de trabalho admiravelmente estabelecidas, equivalentes a leis, mediante as quais os trabalhadores do Bem poderão tomar as providências que a sua responsabilidade, ou competência, entenderem devidas e necessárias. Geralmente aplicam-nas, as providências, Espíritos investidos de autoridade, espécie de chefes de Departamento ou de secção, tal como os entendem os homens, sem que para tanto sejam necessários entendimentos prévios com outras autoridades superiores, ou seja, o regime da burocracia, de que os homens tanto abusam nas suas indecisões, e o qual é desconhecido no Espaço. De outro modo, encontrando-se os referidos serviços do Invisível sob a jurisprudência da fraternidade universal, quaisquer servidores estarão em condições de resolver os problemas que se apresentam no seu roteiro, desde que para tanto investidos se encontrem daquela autoridade que, no Além, absolutamente não é o cargo que confere, mas o equilíbrio consciencial e moral de que disponham.
- Tendo a meu cargo um desses setores de serviço que, pela magnanimidade do Senhor e Mestre, me fora confiado como estímulo e bendito ensejo para os labores de que me adviria o progresso pessoal, do qual tanto carece o meu Espírito, não vacilei nas medidas a tomar, visando a evitar novo caso de suicídio naquela família, desgraça que, através do impressionante relatório do meu jovem assistente, pressenti iminente no referido domicílio... Porquanto, além dos inimigos obsessores, sombrios e odiosos desde quatro séculos, existia ainda a permanência dos dois suicidas citados, cuja pressão magnética inferior, corrosiva, por si só seria passível de contágio mental nos demais afins, levando-os, sem mesmo disso se aperceberem, a imitar-lhes o gesto.
b) - "Perseverai, tu e Peri, por afastardes do cenário familiar de Leonel o chefe dos obsessores em primeiro lugar - pois certo estava eu de que a obsessão coletiva, exercendo ação múltipla, dispõe sempre de um orientador, que será o mais inteligente ou cruel dentre os obsessores, com ascendência irresistível sobre os demais. - Defende-o, aprisionando-o até novas instruções, no recinto deste mesmo Centro, cuja ambiência respeitável, legitimamente apropriada para o caso, se acha em condições de hospedá-lo."
- Em seguida, indiquei providências para a remoção de Leonel e sua filha do ambiente doméstico para regiões condizentes com suas afinidades, a bem da tranqüilidade dos demais membros da família e, outrossim, visando à recuperação de ambos para o estado consciente do Espírito desencarnado.
- Prontificou-se o meu assistente ao mandato espinhoso e partiu acompanhado do amigo Peri. Tais operosidades, no entanto, são melindrosas e de difícil realização, para os Espíritos delas incumbidos, tal a catequese aos malfeitores terrenos por missionários cujas armas serão apenas a fé na vitória do Bem e a certeza do auxílio celeste, e cujas insígnias serão a lembrança do sacrifício, na Cruz, do Cordeiro de Deus.
c) Geralmente, a caça a obsessores mui trevosos é levada a efeito por entidades espirituais pouco evolvidas, conquanto já regeneradas pela dor dos remorsos e pela experiência dos resgates, ansiosas pela obtenção de ações meritórias com que adornem a própria consciência, ainda tarjada pela repercussão dos deméritos passados. Efetuam-na, porém, invariavelmente, sob direção de entidades instrutoras mais elevadas, subordinadas todas a leis rígidas, invariáveis, as quais serão irrestritamente observadas. Essas leis são, como bem se perceberá, as normas divinas do Amor, da Fraternidade e da Caridade, que obrigarão os obreiros em ação às mais patéticas e desvanecedoras atitudes de renúncia e abnegação, a fim de que não deixem jamais de aplicá-las, sejam quais forem as circunstâncias. Muitos desses operadores possuem método próprio de agir e os instrutores responsáveis pelo trabalho deixam-nos à vontade dentro do critério das leis vigentes, tal como a equipe de professores que ensinassem letras, ciências, etc., mantendo cada um o seu próprio método, embora observando todas as leis da pedagogia ou do critério particular de cada matéria.
d) Peri era especializado em tarefas tais e possuía métodos particulares, os quais aplicava com eficiência, sempre que necessário. Trazia às suas ordens pequeno pelotão de auxiliares, que, obedecendo-lhe fielmente, tais os milicianos ao seu general, junto dele desempenhavam concurso valioso de proteção ao próximo, enquanto, assim agindo em defesa dos mais fracos, reparavam deslizes graves de um passado reencarnatório remoto, como explicamos para trás. (PEREIRA, Y. A. Dramas da Obsessão).
- E ainda o Espírito Humberto de Campos, no livro: "Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", psicografado por Chico Xavier:
-  Não é raro vermos caboclos, que engrolam a gramática nas suas confortadoras doutrinações, mas que conhecem o segredo místico de consolar as almas, aliviando os aflitos e os infelizes, ou então, médiuns da mais obscura condição social, e nas mais humildes profissões, a se constituírem instrumentos admiráveis nas mão piedosas dos mensageiros do Senhor..." - (XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho).

Conclusão
Conforme elucidado por Kardec:
-  Uma vez que, por toda parte que haja homens, há almas ou Espíritos, que as manifestações são de todos os tempos, e que o relato se encontra em todas as religiões, sem exceções. Pode-se, pois, ser católico, grego ou romano, protestante, judeu ou muçulmano, e crer nas manifestações dos Espíritos, e por conseqüência, ser Espírita; a prova é que o Espiritismo tem adeptos em todas as seitas." - (KARDEC, A. O que é o Espiritismo, p. 189).
- E comprovado que a Umbanda crê na manifestação de Espíritos, então seus adeptos só podem ser classificados como Espíritas. Desta maneira, os fenômenos ocorridos na Umbanda devem ser estudados pelo Espiritismo de maneira séria e livre de preconceitos.

Terminamos este estudo com a mensagem deixada pelo espírito Humberto de Campos, no livro: "Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", psicografado por Chico Xavier, onde fica claro o apelo da Espiritualidade Maior em prol da fraternidade, humildade e do amor:







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