sexta-feira, 30 de julho de 2010

O PODER NO CENTRO ESPÍRITA

Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo II

No atual estágio que atravessa o nosso planeta, onde quer que existam seres humanos convivendo, haverá uma relação de poder, existirá uma escala hierárquica, acatada de comum acordo ou imposta segundo os valores e tradições da cultura do lugar e da instituição a que se pertença.

De acordo com a Codificação, a única sujeição que deve existir é a de natureza intelecto - moral. Os caracteres intelectuais se revelam no conhecimento doutrinário e os morais na aplicação desse mesmo conhecimento, dentro e fora do centro espírita.

O escritor Hermínio C. Miranda (livro Diálogo com as Sombras) recorda que: "Liderar é coordenar esforços, não impor condições." E prossegue dizendo: "Num grupo espírita, todos são de igual importância." Quando assumimos uma função no centro espírita que freqüentamos e com o qual nos sintonizamos, não devemos confundir-nos com ela, que é temporária e circunstancial. Cada um de nós é um espírito imortal- eis o que "somos" de fato. A função exercida é aquela em que "estamos".

Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo I

O amor à casa reflete-se também, e principalmente, no amor aos companheiros de causa. De acordo com o escritor Pedro Demo (livro Pobreza Política), participação implica em legitimidade, ou seja, terem o direito de opinar, sugerir e fazer as devidas críticas os que, legitimamente, estão empenhados nos labores do centro. Essa participação, contudo, deve ter o sentido de adicionar elementos para a reflexão do grupo, sem a pretensão de que tudo o que falarmos seja acolhido como o único caminho a ser seguido. Participação implica também em representatividade, pois os que assumiram de boa vontade funções na diretoria, conselhos, departamentos, etc., falam representando os setores aos quais estão vinculados.

Pode haver legitimidade sem representatividade: A pessoa representa a si mesma e não qualquer departamento. Suas credenciais são os seus esforços em prol da harmonia do grupo e do bom funcionamento do centro espírita como um todo.

Pode haver representatividade sem legitimidade: A pessoa tem algum cargo ou função no centro espírita, mas apenas faz parte, pois muito pouco ou quase nada realiza.

Será sempre de bom alvitre sondar as expectativas, impressões e percepções dos que permanecem à margem dos trabalhos sem maiores comprometimentos. Não para fazer um Espiritismo à moda deles ou de quem quer que seja, mas porque o nosso objetivo será sempre o de incluir, aproximar, desfazendo qualquer sentido de casta ou grupo hierárquico, dentro deste recanto de convivência fraterna que é o centro espírita.

Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo II

Divaldo Pereira Franco (livro Diálogo), dialogando com dirigentes e trabalhadores espíritas, analisou o fenômeno da liderança autocrática e afirmou categoricamente: "Parece-me que alguns líderes, em nosso labor, ou melhor, certos trabalhadores mais interessados, ainda não compreenderam que se devem apagar para que apareçam as metas, para que a Doutrina brilhe." Complementando o que disse o médium baiano, Ivan René Franzolim (livro Como Administrar Melhor o Centro Espírita Através das Pessoas) afirma que administrar não pode mais ser confundido com mandar. Ninguém é dono do poder dentro do movimento espírita, porque esse não tem a mesma conotação daquele exercido e legitimado nas diversas instituições do mundo, até mesmo em algumas de caráter religioso. Precisamos evitar certos vezos(costumes) que acabam nos levando a criar padrões hierárquicos e normas baseadas em nossa própria maneira de encarar a vida. Criamos uma segunda doutrina, a doutrina dos espíritas em detrimento da Doutrina dos Espíritos, inclusive atribuindo a Kardec e aos Espíritos Superiores, coisas que eles nunca disseram ou jamais teriam dito.

"A autoridade do presidente é puramente administrativa. Dirigirá as deliberações do comitê(assembléia/conselho), cuidará da execução dos trabalhos e do despacho dos negócios, mas, fora das atribuições que lhe são conferidas pelos estatutos, não poderá tomar nenhuma decisão sem consultar o comitê(assembléia/conselho). Desse modo, evitam-se os possíveis abusos, os motivos de ambição, os pretextos de intriga e inveja e a supremacia que desagrada." Se Allan Kardec fala de ambição, intriga e inveja, não é apenas por conhecer a natureza humana, como por certo a conhecia. Mas por saber que esses sentimentos sempre estiveram presentes nas instituições que o homem criou, determinando, muitas vezes, a derrocada delas.

Ao mesmo tempo, é também muito triste constatar que existem companheiros que assumem uma postura democrática aparente. Abrem espaços para um suposto trabalho em equipe, mas permanecem nos bastidores do centro espírita manipulando os companheiros de ideal. A questão é que todo um trabalho pode ser comprometido quando nos calamos, devendo falar e omitimo-nos, devendo participar. Ficamos a distância, criticando alguém e ou uma situação que poderia estar diferente, se usássemos de sinceridade.

Transcrito do livro Centro Espírita - Tendências e Tendenciosidades de Cezar Braga capítulo III

É perfeitamente possível e necessário compartilharmos decisões, democratizarmos o planejamento, ouvirmos uns aos outros, deduzindo sob a inspiração dos bons espíritos e do bom senso dos encarnados, os rumos que o centro deva tomar. No entanto, a diluição repentina da hierarquia à qual o grupo está habituado, poderá comprometer o bom andamento das tarefas e até gerar um abandono das mesmas. O que não impede os companheiros de tomarem algumas iniciativas nos departamentos dos seus centros, verificando, por meio de experiências, a viabilidade de se implantar modelos alternativos de gestão.

Um mínimo de hierarquia ainda é necessária, pois se considerarmos as dificuldades que muitos de nós ainda temos em administrar a nossa própria vida, que dirá implantarmos um processo de autogestão de forma repentina no centro espírita.

Entenda-se hierarquia aqui não como subordinação a pessoas, mas a um estatuto, a prazos, horários, objetivos e princípios traçados de comum acordo, sem que nos escravizemos a regras.

É, exatamente, isso que nos sugere o Espírito Emmanuel (livro Pão Nosso) ao dizer que: "As convenções definem, catalogam, especificam e enumeram, mas não devem tiranizar a existência. Lembra-te de que foram dispostas no caminho a fim de te servirem. Respeita-as, na feição justa e construtiva; contudo, não as convertas em cárcere ".







quinta-feira, 29 de julho de 2010

SOB O ATAQUE DE ESPIRITOS INFERIORES

Precisamos estudar e debater profundamente este tema (segundo Jesus: conhecereis a verdade e ela vos libertará), pois a realidade tem nos mostrado que diversas casas espíritas estão sendo vítimas de ataques ardilosos de espíritos inferiores que estão fascinando os dirigentes destas casas, utilizando-os como ferramentas de ataque aos ensinamentos de Kardec ( Kardec já previa este fato em seus estudos: Espíritas instruí-vos e amai-vos), deixando-se levar pela fascinação e introduzindo dentro dos Centros Espíritas práticas condenadas pela doutrina e oriundas de outras seitas e ainda negando -se a realizar estudos da doutrina ou destruindo os que existem em nome de uma falsa filosofia de que o importante é só estudar o evangelho e fazer caridade ao próximo, mas se isto fosse solução as igrejas antigas já teriam transformado a maioria dos habitantes deste planeta em santos, pois prega isto a centenas de anos.

Os dirigentes espíritas estão sendo explorados pelos espíritos inferiores no ponto fraco de nossas personalidades, pois desejamos fazer milagres, realizar curas físicas e libertar pessoas de suas obsessões ( isto dá muita popularidade ) e esquecemos que o objetivo principal de um centro espírita é o esclarecimento pelos ensinamentos dos espíritos contidos na doutrina de Kardec, a fim de que possamos nos libertar do julgo da matéria e não precisarmos de nenhum Centro Espírita, dirigente, médium ou espírito dizendo-nos o que fazer com nossas vidas.

Precisamos estudar detalhadamente a doutrina dos espíritos e entender e praticar seus preceitos, a fim de que possamos trabalhar a nossa evolução espiritual e buscarmos no Centro Espírita apenas um local onde possamos aprender, pesquisar e desenvolver nossos conhecimentos sem necessidade de considerá-lo um oráculo, um hospital ou uma casa de oração. Apenas uma casa de estudos e fraternidade entre irmãos de mesma fé.


QUALIDADE NO CENTRO ESPÍRITA

Baseado no livro centro espírita - tendências e tendenciosidades - Cesar Braga Cap. VI.

Qual o produto oferecido pela Casa Espírita?

Em primeiro lugar o estudo doutrinário que nos levará aos demais objetivos, os métodos para que a mensagem espírita seja melhor compreendida.

Há que se cuidar dos recursos técnicos que facilitem a assimilação dos conteúdos, sem jamais descuidar do envolvimento fraternal.

No Centro Espírita, a motivação para o trabalho reside no formidável salário que recebemos em forma de paz da consciência, satisfação de estar servindo aos irmãos em humanidade, a alegria de transformar o assistido em prestador de assistência.

Não podemos esquecer que no Centro (empresa do Evangelho) não existem demissões e a possibilidade de ascensão é aberta a todos.

Kardec estabeleceu como indicador de qualidade no Centro Espírita "a benevolência recíproca, o bem proceder, cumprindo-lhe, em todas as circunstâncias, colocar o bem geral acima das questões pessoais e do amor próprio " Livro dos Médiuns, perg. 436.

A qualidade total - propostas de melhoramento - só terá êxito se, antes, durante e depois das preocupações de ordem administrativa, cuidarmos da necessidade de nos amarmos.
O amor humaniza as relações dando a elas a qualidade da sinceridade, do bem querer, fazendo com que a Causa se sobreponha à Casa, o que impede a vaidade que leva pessoas a se julgarem donos do Centro.

O conhecimento doutrinário que estimula o amor nos impede de ver no companheiro que faz uma crítica justa um obsidiado, um fanático que precisa ser afastado das tarefas, considerando-o uma ameaça.





sábado, 24 de julho de 2010

FENOMENOS PARANORMAIS EM ICOARACI

 EM 28/9/2009

No último mês de maio, a família Batista, em Icoaraci, voltou a vivenciar um fenômeno que ainda não encontrou uma explicação capaz de satisfazer os cerca de 10 integrantes da família. Os colchõesde uma cama box queimaram todos de uma só vez. “Ninguém sabe dizer o que acontece”, diz Gonçala Batista, a matriarca da família, enquanto mostra a madeira chamuscada da cama. No quarto ao lado, Maria Ivete também aponta para os sinais de fogo que atingiram a parede e a cama. “Surge do nada”, diz ela.

Combustão espontânea, objetos que são arremessados de um lado a outro, copos e pratos que se quebram sem motivo aparente. Os exemplos são variados e mais comuns do que se pode pensar quando se fala em eventos paranormais. Não é difícil encontrar alguém que tenha uma história para contar. E o que antes era considerado apenas um ato de charlatanismo para os mais céticos ou uma demonstração da existência de forças ocultas pairando sobre a nossa existência terrena, já é estudado com seriedade pela ciência.

Um exemplo disso é que em julho a revista Superinteressante dedicou nove páginas ao tema. Em resumo, a publicação diz que a paranormalidade está “mais do que nunca no mundo da normalidade mesmo”. Será?

FOGO Em abril do ano que vem se completam três anos desde que a família Batista começou a viver os pesadelos da combustão espontânea em casa. A família morava na rua Juvêncio Sarmento, em Icoaraci, conhecida pelos moradores como 5ª Rua. O relato é de Rita Batista:

“Começou pela parte da noite. Voltávamos da igreja quando apareceu um foco de incêndio. Os objetos que inflamavam rápido apagavam num canto e outro aparecia pegando fogo no outro canto. Foi a noite inteira assim. Ninguém dormiu essa noite. Lá pelas seis da manhã colocamos os móveis todos na frente da casa. Um vigia passou e disse que estava tudo queimando. Perdemos oito colchões nesse dia, além de toda a roupa”.

Os fenômenos passaram a se repetir. Foram pelo menos quatro meses em que o fogo aparecia ‘do nada’. O vizinho Raimundo Nonato é testemunha. “Pegava fogo nos tijolos da casa. Trouxeram três padres de Marituba para olhar a história, mas o primeiro deles logo que chegou passou mal e caiu no chão. Eles não demoraram nadinha”, lembra.

Psicólogos também passaram pela casa para estudar o fenômeno. A mídia caiu em cima. A família se retraiu. Mudou de endereço. Hoje todos moram numa área da periferia de Icoaraci. Mas de vez em quando o fogo espontâneo faz uma visitinha.

Novena contra chuvas de pedras

Talvez o fenômeno que importunou a família Batista não seja tão espontâneo assim. Autor de dois livros sobre o assunto, o padre Jaime Pereira não acredita muito em fenômeno de outro mundo. “Normalmente é alguém da casa que libera uma energia e faz com que tudo aconteça. É alguém que está precisando de ajuda e pede socorro”, diz o padre. Segundo ele, já foi constatado que quando essa pessoa muda de casa, os fenômenos desaparecem ou se mudam junto com ela.

Com a família Batista ocorreu isso. E também com a família de Leda Maria de Souza Santos, de Mãe do Rio. Na casa dela, eram pedras que voavam de um lado a outro, sempre que o marido Edvaldo, o Baiano, ou a filha Emília estavam por perto. “Começou de noite na garagem da casa”, lembra Leda, hoje viúva com 67 anos.

Foram 24 horas de pedras surgindo dos mais diversos lados. “Teve uma pedra que bateu no vidro datelevisão. Outra apareceu numa jarra de vidro. Outras em copos e muitas batendo no telhado”, conta.

A solução foi religiosa. Leda Maria convocou algumas missionárias e promoveu sessões de novena em casa. Foram nove noites seguidas. As pedras pararam de incomodar. Não voltaram mais. A filha Emília mudou para Belém e, atualmente evangélica, se recusa a tocar no assunto. A casa foi alugada para a prefeitura. Ou seja, se pedras vierem, talvez não sejam um fenômeno sobrenatural e sim algum tipo de protesto da população, caso a administração municipal não corresponda às expectativas dos eleitores.

Aposentada acabou caso esbravejando contra visagem

>> Alzira de Melo, cuja família tinha as coisas reviradas em casa durante todas as noites: problema só resolvido após conversa dura comas ‘visagens’.

Em Belém, a aposentada Alzira de Melo Gonçalves viveu situação semelhante à da família Santos, de Mãe do Rio. “Um dia acordamos com as coisas todas espalhadas pelo chão, inclusive dinheiro. Pensamos que havia entrado ladrão, mas não levaram nada. Que ladrão é esse que espalha tudo e não rouba nada, pensamos”.

Foi só o início. Começariam as pedradas na parede e no telhado. Garrafas também caíam da mesa e vozes eram escutadas. “Um dia, a caixa de discos do meu filho foi jogada ao chão. Toda noite era isso”, lembra Alzira, de 76 anos.

Uma anciã saiu para visitar uma amiga. Deixou os três filhos em casa. Não demorou muito e os três surgiram esbaforidos e amedrontados, dizendo que as ‘visagens’ estavam fazendo um carnaval na casa.

Alzira voltou e, no caminho, próximo a uma ponte, decidiu ter uma conversa definitiva com os ‘autores’ do fenômeno. Foi algo mais ou menos assim: “Estou conversando com quem eu não sei, mas quero que parem com isso. Não mereço isso. Se for o demônio é bom saber que não estou com medo, porque estou com Deus. E se for para me matar, pode me matar, mas deixe meus filhos fora disso”.

Ao lado, o cachorro que acompanhava Alzira uivava e latia. “Parecia que estava vendo tudo”, lembra a aposentada. Se foi a conversa franca que teve com as ‘forças do além’ o que encerrou os fenômenos, Alzira não sabe explicar. Mas garante que nunca mais teve problemas.

“Primeiro temos que descartar a questão da fraude. E se for necessário, encaminhamos a família para uma espécie de terapia. Só em última instância é que buscamos explicações sobrenaturais”, garante o padre Jaime. “Se é natural ou não, nem quero saber. Só quero que não me perturbe mais”, resume Alzira.

fonte: (Diário do Pará)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

REVISTA ESPIRITA, JULHO DE 1958



Um dos escolhos que apresentam as comunicações espíritas é o dos Espíritos impostores, que podem induzir em erro sob sua identidade, e que, ao abrigo de um nome respeitável, procuram passar seus grosseiros absurdos. Em muitas ocasiões, explicamos sobre esse perigo, que deixa de sê-lo para quem escrute, ao mesmo tempo, a forma e o fundo da linguagem dos seres invisíveis com os quais se comunicam. Não podemos repetir aqui o que dissemos a esse respeito: leia-se, atentamente, nessa Revista, em O Livro dos Espíritos e em nossa Instrução Prática, ver-se-á que nada é mais fácil que premunir-se contra semelhantes fraudes, por pouco que nisso se coloque de boa vontade.

Reproduziremos somente a comparação seguinte, que citamos em alguma parte: Suponde que, num quarto vizinho ao que estais, estejam vários indivíduos que não conheceis, que não podeis ver, mas que ouvis perfeitamente; não seria fácil reconhecer, pela sua conversação, se são ignorantes ou sábios, homens honestos ou malfeitores, homens sérios ou estouvados, pessoas de boa companhia ou grosseiras?

Tomemos uma outra comparação, sem sairmos da nossa humanidade material: suponhamos que um homem se apresente a nós sob o nome de um distinto literato; diante desse nome, o recebeis de início com todo o respeito devido ao seu mérito suposto; mas se ele se exprime como um carregador, reconhecereis logo o engano, e o expulsareis como impostor.

Ocorre o mesmo com os Espíritos: são reconhecidos pela sua linguagem; a dos Espíritos superiores é sempre digna, em harmonia com a sublimidade dos pensamentos; jamais a trivialidade macula-lhes a pureza. A grosseria e a baixeza de expressões não pertencem senão aos Espíritos inferiores. Todas as qualidades e todas as imperfeições dos Espíritos se revelam pela sua linguagem, e pode-se, com razão, aplicar-lhes este adágio de um escritor célebre: O estilo é o homem.

Essas reflexões nos foram sugeridas por um artigo que encontramos no Spiritualiste de Ia Nouvelle-Orléans, do mês de dezembro de 1857. É uma conversação que se estabeleceu, por intermédio do médium, entre dois Espíritos, um se dando o nome de padre Ambroise, o outro o nome de Clément XIV. O padre Ambroise foi um respeitável eclesiástico, falecido em Louisiane, no último século; era um homem de bem, de grande inteligência, e que deixou uma memória venerada.

Nesse diálogo, onde o ridículo disputa com o ignóbil, é impossível equivocar-se sobre a qualidade dos interlocutores, e é preciso convir que os Espíritos que o fizeram, tomaram bem pouca precaução para se mascararem; por que qual é o homem de bom senso que poderia, um só instante, supor que o padre Ambroise e Clément XIV pudessem se abaixar a tais trivialidades, que se parecem a um espetáculo teatral? Comediantes da mais baixa categoria, que parodiassem esses dois personagens, não se exprimiriam de outro modo.

Estamos persuadidos de que o círculo de Nouvelle-Orléans, onde o fato se passou, a compreendeu como nós; duvidar disso seria injuriá-los; lamentamos apenas que ao publicálo, não o fizeram seguir de algumas observações corretivas, que pudesse impedir, às pessoas superficiais, tomá-lo por uma amostra do estilo sério de além-túmulo. Mas, apressamo-nos em dizer que esse círculo não tem apenas comunicações desse gênero; tem também de outra ordem diferente, onde se encontram toda a sublimidade do pensamento e da expressão dos Espíritos superiores.

Pensamos que a evocação do verdadeiro e do falso padre Ambroise poderia oferecer um útil objeto de observação sobre os Espíritos impostores; foi, com efeito, o que ocorreu, como se pode julgar pela entrevista seguinte:

1. Peço a Deus Todo-poderoso permitir ao Espírito do verdadeiro padre Ambroise, falecido em Louisiane, no século passado, e que deixou uma memória venerada, se comunicar conosco. -

R. Estou aqui.

2. Podeis dizer-nos se foi realmente vós quem tivestes, com Clément XIV, a conversa narrada no Spiritualiste de Ia Nouvelle-Orléans e da qual demos leitura em nossa última sessão? - R. Lamento os homens que foram vítimas dos Espíritos, lamentando igualmente a estes.

3. Qual é o Espírito que tomou- o vosso nome? - R. Um Espírito bufão.

4. E o interlocutor era realmente Clément XIV? - R. Era um Espírito simpático àquele que havia tomado o meu nome.

5. Como deixastes debitar semelhantes coisas sob vosso nome, e por que não viestes desmascarar os impostores? - R. Porque não posso sempre impedir os homens e os Espíritos de se divertirem.

6. Concebemos isso em relação aos Espíritos; mas quanto às pessoas que recolheram essas palavras são pessoas sérias e que não procuravam se divertir. - R. Razão a mais; deveriam bem pensar que tais palavras não poderiam ser senão a linguagem de Espíritos zombeteiros.

7. Por que os Espíritos não ensinam em Nouvelle-Orléans, princípios em tudo idênticos aos que se ensinam aqui? - R. A Doutrina que vos foi ditada cedo lhes servirá; não haverá senão uma.

8. Uma vez que essa Doutrina deverá ser ensinada mais tarde, parece-nos que, se o fosse imediatamente, isso apressaria o progresso e evitaria, no pensamento de alguns, uma incerteza deplorável? - Os caminhos de Deus, freqüentemente, são impenetráveis; não haverá outras coisas que vos parecem incompreensíveis nos meios que empregam para chegar aos seus fins? É preciso que o homem se exercite para distinguir o verdadeiro do falso, mas nem todos poderiam receber a luz subitamente sem se ofuscarem.

9. Podeis, eu vos peço, dizer-nos sua opinião pessoal sobre a reencarnação? - Os Espíritos são criados ignorantes e imperfeitos: uma única encarnação não poderá bastar-lhes para tudo aprenderem; é preciso que se reencarnem, para aproveitarem as bondades que Deus lhes destina.

10. A reencarnação pode ocorrer sobre a Terra, ou somente em outros globos? - R. A reencarnação se dá segundo o progresso do Espírito, em mundos mais ou menos perfeitos.

11. Isso não nos diz claramente se ela pode ocorrer sobre a Terra? - R. Sim, ela poderá ter lugar sobre a Terra; e se o Espírito a pede como missão, isso será mais meritório para ele do que pedir para avançar mais depressa em mundos mais perfeitos.

12. Pedimos a Deus Todo-poderoso permitir ao Espírito que tomou o nome do padre Ambroise, se comunicar conosco. - R. Estou aqui; mas não queirais me confundir.

13. Verdadeiramente, és tu o padre Ambroise? Em nome de Deus, peço dizer a verdade. - R. Não.

14. Que pensas daquilo que disseste sob o seu nome? - R. Penso como pensaram aqueles que me escutaram.

15. Por que te serviste de um nome tão respeitável para dizer semelhantes tolices? R- Os nomes, aos nossos olhos, nada são: as obras são tudo; como se podia ver o que eu era pelo que eu dizia, não atribuí conseqüência ao empréstimo desse nome.

16. Por que, em nossa presença, não sustentas mais tua impostura? - R. Porque minha linguagem é uma pedra de toque com a qual não podeis vos enganar.

Nota. - Foi-nos dito, várias vezes, que a impostura de certos Espíritos é uma prova para o nosso julgamento; é uma espécie de tentação que Deus permite, a fim de que, como disse o padre Ambroise, o homem possa se exercitar em distinguir o verdadeiro do falso.

17. E teu companheiro Clément XIV, que pensas dele? -Não vale mais do que eu; ambos temos necessidade de indulgência.

18. Em nome de Deus Todo-poderoso, peço-lhe que venha. - R. Estou aqui desde que o falso padre Ambroise chegou.

19. Por que abusaste da credulidade de pessoas respeitáveis para dar uma falsa idéia da Doutrina Espírita? - R. Por que se é propenso a faltas? É porque não se é perfeito.

20. Não pensastes, ambos, que um dia vosso embuste seria reconhecido, e que os verdadeiros padre Ambroise e Clément XIV não poderiam se exprimir como o fizestes? - R. Os embustes já foram reconhecidos e castigados por aquele que nos criou.

21. Sois da mesma classe dos Espíritos que chamamos batedores? - R. Não, porque é preciso ainda raciocínio para fazer o que fizemos em Nouvelle-Orléans.

22. (Ao verdadeiro padre Ambroise) Esses Espíritos impostores os vêem aqui? - R. Sim, e sofrem com a minha visão.

23. Esses Espíritos estão errantes ou reencarnados? - R. Errantes; não seriam bastante perfeitos para se desligarem, se estivessem encarnados.

24. E vós, padre Ambroise, em qual estado estais? - R. Encarnado em um mundo feliz e sem nome para vós.

25. Nós vos agradecemos os esclarecimentos que consentistes em nos dar; sereis bastante bom para vir outras vezes entre nós, dizer-nos algumas boas palavras e nos dar um ditado que possa mostrar a diferença de vosso estilo com aquele que havia tomado o vosso nome? - R. Estou com aqueles que querem o bem na verdade.

terça-feira, 20 de julho de 2010

OS FANTASMAS DO PALACETE BOLONHA EM BELEM

Uma das mais belas construções de nossa cidade, o palacete Bolonha foi construído pelo engenheiro Francisco Bolonha, no início do século XX, que o construiu para sua amada esposa. Com um total de quatro andares, a construção é repleta que singularidades, como uma barbearia particular no térreo, ou as iniciais do nome do engenheiro escritas a ouro em algumas paredes, ou os diversos ambientes cujos forros foram feitos com os mesmos estilo e madeira da igreja de Nazaré. Em fim são muitos seus atrativos, e diáriamente dezenas de pessoas o visitam. E talvez seja justamente por causa dessa movimentação diária, que vem ocorrendo entranhas experiências dentro dessa magnífica construção.Conversei com um guarda que "jurou de pés juntos" que seu colega foi transferido para outro lugar após passar pela seguinte experiência: Eram quase meia noite, e o dito cidadão, estava sentado em seu posto, que até hoje fica logo no primeiro ambiente da entrada lateral do prédio, que outrora havia sido a cozinha do lugar. O referido guarda, que estava trabalhando só, resolveu ligar o rádio e estava sintonizando uma rádio, no intuito de entorpecer a solidão inerente ao ofício, quando escutou uma voz, que saia de uma espécie de exaustor antigo: " Ei guarda, não podes ouvir rádio aqui dentro". O guarda ficou espantado. Sabia que não havia uma viva alma ali além dele mesmo, e esse era o problema "viva alma". Mas achando que escutara uma voz vindo de fora do prédio, talvez da vila Boloha, ele continuou sintonizar o rádio, quando a mesma voz falou, e dessa vez parecia brava " Ei guarda eu já não te avisei que não podes ligar rádio aqui dentro!"

Apavorado, o homem largou rádio, posto, abriu a porta e nunca mais quis voltar ao lugar. Dizem que trabalha em outro lugar e que não gosta nem de ouvir falar do palacete Bolonha.

As provas

Conversei com alguns funcionários e um deles, um guia, disse que é comum os turistas sentirem-se mal conforme vão adentrando no local, ou verem estranhos vultos que passam de um recinto para outro. O guarda que estava no local quando estive lá, afirmou que um turista mostrou-lhe uma foto que acabara de tirar de uma bela banheira, onde para seu espanto, aparecia uma mulher tomando banho de pétalas de rosas vermelhas.

De arrepiar...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A CARTA DE ELIAS


Se não se convencem pelos fatos, menos o fariam pelo raciocínio. (Allan Kardec).
O desaparecimento de Elias vivo confundiu muito os teólogos sobre a ressurreição. Mas ele ficou na Terra, pois Jorão, depois, recebeu dele uma carta. (2 Crônicas 21,12)".Engraçado como muitas vezes não enxergamos o óbvio, pois realmente, segundo a narrativa bíblica citada, Elias, depois de ter sido supostamente arrebatado, enviou mesmo uma carta a Jorão, filho e sucessor de Josafá, de Judá. Confirmam isso os tradutores da Bíblia de Jerusalém, quando nos oferecem a seguinte explicação para essa passagem:

"De acordo com a cronologia de 2Rs, Elias tinha desaparecido antes do reinado de Jorão de Israel (2Rs 2; 3,1) e, portanto, antes de Jorão de Judá (2Rs 8,16; cf. no entanto 2Rs 1,17). O cronista deve utilizar uma tradição apócrifa".

Mas o que há de extraordinário nisso? Bom, se a passagem mencionada for verdadeira, e aqui os defensores da inerrância bíblica, por coerência, não podem aceitar de outro modo, estaremos diante de duas alternativas. A primeira: que Elias não foi arrebatado, já que envia uma carta. Isso para nós foi o que de fato ocorreu, uma vez que é difícil sustentar que alguém tenha sido arrebatado de corpo e alma levando-se em conta que se "Deus é espírito" (Jo 4,24), nós também somos seres espirituais, já que fomos criados à Sua imagem e semelhança. Por outro lado, se "o espírito é que dá vida, a carne não serve para nada" (Jo 6,63) e que "a carne e o sangue não podem herdar o reino dos céus" (1Cor 15,50) não há como compatibilizar corpo físico na dimensão espiritual. A segunda alternativa, que, por certo, poderá deixar alguns fanáticos perplexos, é que, se aceitarmos que não há exceção nas Leis Divinas, Elias morreu, como irá acontecer com todo ser humano; daí, por força das circunstâncias, teremos que admitir que, do plano espiritual, ele envia uma carta ao rei. Portanto, uma ocorrência mediúnica, com alguém servindo de médium para receber essa carta e enviá-la ao destinatário, traduzindo-se isso em uma autêntica psicografia.

A título de curiosidade, observamos que os termos usados nessa narrativa aparecem, nas diversas traduções bíblicas, ora como "uma carta", ora como "uma mensagem" e ora como "um escrito", mas, no fundo, tudo é a mesma coisa. Lembramo-nos aqui do saudoso Chico Xavier que recebia, com facilidade uma imensidão de cartas dos "mortos".

Na primeira hipótese acima citada, não há nenhum fato bíblico entre "os arrebatados" que venha a sustentar a possibilidade de que, em algum momento, um deles tenha se comunicado, por qualquer meio, com os encarnados. Entretanto, quanto à segunda hipótese, ou seja, a que Elias tenha morrido, podemos comprovar biblicamente, por dois acontecimentos, os quais vêm apoiar a uma ocorrência dessa ordem.

O primeiro, narrado em 1Sm 28, 1-25, é um fenômeno mediúnico de psicofonia, que registra a ocasião em que o rei Saul vai a Endor, para que, através da pitonisa (médium) que residia nessa localidade, pudesse aconselhar-se com o profeta Samuel, já desencarnado. Como estava numa situação angustiante, pois se encontrava cercado pelo exército dos filisteus, queria saber do espírito do velho profeta sobre o que o futuro lhe aguardava em relação a essa iminente guerra.

O segundo, sempre "esquecido" dos contraditores da comunicação com os "mortos", é quando os espíritos de Moisés e Elias apareceram a Jesus, Pedro, Tiago e João, e conversaram com o Mestre. Classificamos esse fenômeno mediúnico como de "materialização", pois esses dois espíritos também foram vistos pelos três discípulos que testemunharam o fato, que, ao que tudo indica, eram os médiuns doadores da energia necessária para a produção do fenômeno, a qual chamamos de ectoplasma. Inclusive, podemos observar que, nos principais fenômenos mediúnicos produzidos por Jesus, vistos por alguns como milagres, os três apóstolos citados eram convidados por Ele, para deles participarem, pois só eles, entre os que o seguiam, possuíam essa energia de forma mais acentuada.

Há ainda um outro evento, que nunca é falado, pois não teria como ser negado: trata-se do acontecido com o próprio Jesus, que depois de morto comunicou-se com inúmeras pessoas. E, plagiando o que o apóstolo dos gentios disse aos coríntios, diríamos: "Pois se os mortos não se comunicam, também Cristo não se comunicou. Se Cristo não se comunicou ilusória a nossa fé".

Assim, com essa carta de Elias, acreditamos estar diante de mais uma ocorrência bíblica, que vem provar a comunicação entre os dois planos da vida, embora negada sistematicamente por alguns, mas que pode ser corroborada pela própria proibição bíblica de Moisés de se comunicar com os mortos (Dt 18,9-14), já que Moisés não era tão louco assim para proibir algo que não existe. Está, portanto, comprovada pela própria Bíblia, a realidade da comunicação entre os habitantes do mundo físico com os do mundo espiritual. E como diria Jesus: "Quem tem ouvidos, ouça".

terça-feira, 13 de julho de 2010

IMAGEM EM FOTO DE CENTRO ESPIRITA



                              

                   



      
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Primeira e segunda foto, como foi vista horigináriamente, em uma foto do centro de estudos espirita André Luis, SEM NENHUM RETOQUE, durante uma esposição de fotos no centro.
a terceira foto foi retocada em computador.
e na quarta foto  a visualização final.

obs.

sábado, 10 de julho de 2010

COMO SE CASAM OS ESPÍRITAS?

gostaria que me tira-se uma duvida.sou noiva e queria fazer uma celebração espirita.ja que nao tem o ritual do casamento.Como devo proceder?será que vcs pode me ajudar.obrigada.

Em primeiro lugar, os nossos parabéns, Verónica! Que essa possa ser uma união tão feliz quanto é possível sermos felizes na Terra.

O Espiritismo, como disse Allan Kardec, só em parte pode ser considerado religião. É religião porque se fala de Deus, da Imortalidade da alma, de Jesus e dos seus ensinamentos morais. No entanto, não é uma religião tradicional, no sentido que se costuma dar à palavra, porque não tem sacerdotes, rituais, dogmas inquestionáveis, altares, cânticos especiais, nem cerimónias como as do casamento.

O Espiritismo segue a orientação dos Primeiros Cristãos, que se preocupavam em amar o próximo, em se melhorarem interiormente.

Não existindo no Espiritismo quaisquer cerimónias ou rituais, e sendo a vivência espírita toda interior, o casamento espírita é também todo interior. Ou seja: para um espírita, o que conta no casamento é o sentimento e o sentido de responsabilidade que une os cônjuges.

No Registo Civil trata-se do aspecto mundano do casamento. Quem pretenda casar-se civilmente, seja espírita ou não, passará pela repartição e tratará da burocracia relativa à união. Essa é a parte "de César", a parte que diz respeito a este mundo material. A parte espiritual, essa, vem amadurecendo entre os dois, e continuará a amadurecer, com o passar dos anos. No recolhimento do quarto, uma oração a dois, pedindo a Deus que abençoe a vossa união, terá tanto ou mais valor que uma cerimónia pública, onde por vezes as atenções estão mais viradas para os vestidos que cada uma traz, para os mexericos do momento e para outros aspectos de nenhum interesse para o casal.

Se pretenderem reunir os amigos, em casa, num restaurante, num piquenique, no centro espírita, festejarem, lancharem, dançarem, porque não? A alegria de um dia tão especial é para se viver em pleno.

O que realmente conta, num casamento, não é o padre, o pastor, ou outro clérigo que abençoe a união. O que conta é o amor que vos une. Ninguém há acima de Deus. Consequentemente, estando a vossa união abençoada por Deus - e isso depende de vós - estão unidos, estão casados.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

ESPIRITISMO ANTI-CARNÍVORO


A questão da alimentação sempre foi motivo de discussão. A abstenção desse ou daquele alimento sempre foi discutida e recomendada, e teve variadas finalidades de acordo com o povo, a época, a cultura e a região.
Conhecedor de tal realidade, Kardec perguntou aos Espíritos:
"A abstenção de certos alimentos, prescrita entre diversos povos, funda-se na razão?"

“Tudo aquilo de que o homem se possa alimentar, sem prejuízo para a sua saúde, é permitido. Mas os legisladores puderam interditar alguns alimentos com uma finalidade útil. E para dar maior crédito às suas leis apresentaram-nas como provindas de Deus”. (O Livro dos Espíritos, questão nº721 )

Hoje, no meio espírita, tem crescido a idéia da carne como sendo um alimento impuro, que poderia interferir inclusive no potencial mediúnico dos médiuns e até no destino espiritual das criaturas. Um dos responsáveis por tais idéias: o polêmico espírito Ramatis.

O livro "Fisiologia da Alma", psicografado pelo espiritualista e vegetariano radical Hercílio Maes, aborda o vegetarianismo muito mais em consonância ao pensamento hinduísta, radicalizando a questão e abordando-o sob um suposto prisma "espiritual". Daí, foi um pulo para que certos "espíritas", na verdade simpatizantes de Ramatis, passassem a dizer que não se podia ser verdadeiro espírita aquele que consumisse carne. O radicalismo de Ramatis no citado livro é tanto que, recentemente, um dos seus médiuns chegou a escrever em seu site: "Não acredito em vegetarianismo radical e não sou vegetariano", comentando sobre algumas idéias polêmicas contidas nos livros de seu antecessor, o paranaense Hercílio Maes.

A postura de gigantes no entendimento doutrinário em relação ao modismo vegetariano foi firme. A difusão no movimento espírita da “idéia” de que comer carne vermelha é proibido aos médiuns foi tida por Herculano Pires como típica do “misticismo igrejeiro”, ou resultante da contaminação por idéias do orientalismo mágico, constituindo-se, assim, em um flagrante engano, do ponto de vista científico-doutrinário.

Observemos que o tema não escapou a Kardec e aos Espíritos Superiores:

"A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei natural?"

“Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização”. (Em "O Livro dos Espíritos, questão 722)

"A abstenção de alimentos animais ou outros, como expiação é meritória?"

“Sim, se o homem se priva em favor dos outros, pois Deus não pode ver mortificação quando não há privação séria e útil. Eis porque dizemos que os que só se privam em aparência são hipócritas”.(Ver item 720.) (O Livro dos Espíritos, questão nº724)

"As privações voluntárias, com vistas a uma expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos olhos de Deus?"

“Fazei o bem aos outros e tereis maior mérito”. (idem, questão nº 720)

Referindo-se justamente às crenças hinduístas, em que até mesmo animais perigosos à saúde humana, como baratas e ratos, não podem ser mortos, Kardec indagou:

"Os povos que levam ao excesso o escrúpulo no tocante à destruição dos animais têm mérito especial?"

“É um excesso, num sentimento que em si mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba neutralizado por abusos de toda espécie. Eles têm mais temor supersticioso do que verdadeira bondade”.(grifo nosso) (O Livro dos Espíritos, questão nº 736)

Vejamos ainda o que consta de "O Evangelho Segundo o Espiritismo":

"... Amai, pois, a vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades que lhe são peculiares por força da própria natureza, é desconhecer as leis de Deus. Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre arbítrio o fez cometer, e pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos acidentes que causa. Sereis por acaso mais perfeitos, se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, menos orgulhosos e mais caridosos? Não, a perfeição não está nisso, mas inteiramente nas reformas a que submeterdes o vosso Espírito. Dobrai-o, subjugai-o, humilhai-o, mortificai-o: é esse o meio de o tornar mais dócil à vontade de Deus, e o único que conduz à perfeição."

Tal ensino está em perfeita conformidade com o do Cristo, exarado nas seguintes passagens:

"E chamando a si as turbas, lhes disse: Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”. (Mateus, XV:11).

"E respondendo Pedro, lhe disse: Explica-nos essa parábola. E respondeu Jesus: Também vós outros estais ainda sem inteligência? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce ao ventre, e se lança depois num lugar escuso? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem imundo; porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias. Estas coisas são as que fazem imundo o homem. O comer, porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem. (Mateus, XV: 16-20).

O comentário ao ensinamento de Jesus, contido n'O Evangelho Segundo o Espiritismo, é incisivo:

"...Como era mais fácil observar a prática dos atos exteriores, do que se reformar moralmente, de lavar as mãos do que limpar o coração, os homens se iludiam a si mesmos, acreditando-se quites com a justiça de Deus, porque se habituavam a essas práticas e continuavam como eram, sem se modificarem."

O respeitado médium José Raul Teixeira, certa feita, comentou a respeito, no que tange à relação entre consumo de carne e prática mediúnica:

Pergunta: "A alimentação vegetariana será mais aconselhável para os médiuns em geral?"

Raul Teixeira: "A questão da dieta alimentar é fundamentalmente de foro íntimo ou acatará a alguma necessidade de saúde, devidamente prescrita.

Afora isto, para o médium verdadeiro não há a chamada alimentação ideal, embora recomende o bom senso que se utilize uma alimentação que lhe não sobrecarregue o organismo, principalmente nos dias de reunião mediúnica, a fim de que não seja perturbado por qualquer processo de conturbada digestão que, com certeza, lhe traria diversos inconvenientes. A alimentação não define, por si só, o potencial mediúnico dos médiuns que deverão dar muito maior validade à sua vida moral do que à comida obviamente. Algumas pessoas recomendam que não se comam carnes, nos dias de tarefa mediúnica, enquanto outras recomendam que não se deve tomar café ou chocolate, alegando problemas das toxinas, da cafeína, etc., esquecendo-se que deveremos manter uma alimentação mais frugal, a partir do período em que já não tenha tempo o organismo para uma digestão eficiente. É mais compreensível, e me parece mais lógico, que a pessoa coma no almoço o seu bife, se for o caso, ou tome seu cafezinho pela manhã, do que passar todo o dia atormentada pela vontade desses alimentos, sem conseguir retirar da cabeça o seu uso, deixando de concentrar-se na tarefa, em razão da ansiedade para chegar em casa, após a reunião, e comer ou beber aquilo de que tem vontade. Por outro lado, a resposta dos espíritos à questão 723 de O Livro dos Espíritos é bastante nítida a esse respeito, deixando o espírita bem à vontade para a necessária compreensão, até porque a alimentação vegetariana não indica nada sobre o caráter do vegetariano. Lembremo-nos que o “médium” Hitler era vegetariano e que o médium Francisco Cândido Xavier se alimenta com carne”. (em "Diretrizes de Segurança")

Para os hinduístas, assim como para Ramatis, espírito que ainda traz impregnado certos atavios religiosos e culturais, dos quais não conseguiu despir-se, o ato de fazer abstinências, mortificações ou de cumprir rituais é mais fácil do que perdoar, vencer o orgulho, o ódio e o egoísmo. Muito fácil realmente, para os hipócritas, apegarem-se a fórmulas simplistas e idéias de ordenanças sagradas, pois lhes dão uma ilusória sensação de pureza.

Preocupado com o radicalismo da argumentação ramatisiana, o médium Wagner Borges, que afirma psicografar o citado espírito oriental, arrumou a seguinte justificativa, contida em seu livro "Viagem Espiritual":

"O conteúdo das idéias expostas no livro "Fisiologia da Alma" é de sua autoria, mas o radicalismo das opiniões é de Hercílio Maes, que era fanático por vegetarianismo (...)"

De qualquer forma, falta ao movimento ramatisista reconhecer tal interferência anímica e providenciar uma completa correção nos livros de Ramatis, não é mesmo?

Herculano Pires também comentou acerca da alimentação carnívora x vegetariana:

"Muitos espíritas se surpreendem ao saber que o Livro dos Espíritos não condena a alimentação carnívora e se deslumbram com livros onde ela é condenada. O exemplo da Índia seria suficiente para mostrar-lhes a razão da posição doutrinária. A subnutrição das populações indianas decorre em grande parte da zoolatria, da adoração de animais sagrados. O Espiritismo evita sacrificar o homem ao animal e ao mesmo tempo desviar os que o aceitam de um plano escorregadio de superstições. Nada é mais contrário ao racionalismo da doutrina e mais prejudicial à exata compreensão dos seus princípios do que o sentimentalismo extremado. O sacrifício brutal e brutalizante de animais em nosso mundo é realmente repulsivo. Mas estamos num mundo inferior em que as suas próprias condições naturais levam a isso”. (Mediunidade – Herculano Pires – Edicel – 4ª edição – pág. 100)

Assim sendo, para finalizarmos, pensamos que cada um tem o direito de seguir a dieta que bem entender, sem a pretensão de impor suas preferências às outras pessoas, sob qualquer pretexto. Todos somos do ponto-de-vista que os excessos são prejudiciais, e não é isso que está em questão. Alimentar-se com parcimônia é saudável e constitui-se em prática ideal para todo aquele que deseja ter saúde.

P.Moryah.

sábado, 3 de julho de 2010

AOS DIRIGENTES ESPIRITAS



Como chuva bondosa, a Doutrina Espírita penetra o solo ressequido das almas, onde, a partir de então, assementes nobres dos ensinamentos do Mundo Superior teriam toda a chance de germinar e medrar,estabelecendo ventura e progresso.

Eram novos tempos para a cultura e para a fé, que, agora, irrigadas por luzes espirituais que se mostravam diante de todos, formulando convite ao espírito humano para um pensamento mais alto.

No centro das ocorrências, destaca-se a figura augusta do professor Rivail, universalmente conhecido como Allan Kardec, e na sua visão de espírito de escol, sabia e afirmava que seria ponto de honra para o desenvolvimento da Mensagem na Terra a manutenção da unidade. Seria indispensável que em toda parte, onde surgisse um núcleo de estudos do Espiritismo, se pudesse falar a mesma linguagem, sem que houvesse riscos de ser ele desfigurado, sem riscos de que viesse a sofrer enxertias, o que seria descabida ocorrência no bojo de uma doutrina de tamanha lucidez. A preocupação do Codificador, porém, dizia que tais dificuldades eram passiveis de ocorrer."

"O tempo passa, as atividades em torno da Doutrina Espírita são desenvolvidas com rapidez. Da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1858, aos dias atuais, podem-se contar por milhares as instituições levantadas no mundo em nome da Veneranda Doutrina. Do pequeno grupo de almas dispostas, que ladearam o Codificador, suportando toda agrestia e fereza dos primeiros preconceitos até hoje, quando se torna status importante dizer-se espírita, há quase um século e meio de modificações na mentalidade geral.

À semelhança do que ocorreu com a primitiva comunidade dos Apóstolos de Jesus, que foi perdendo em qualidade à medida que se foi expandindo, se popularizando e ganhando notoriedade através do prestígio político de Roma, as atividades ao redor do Espiritismo - o Movimento Espírita - foi tomando contornos preocupantes em todo lugar, na proporção do seu agigantamento acompanhado pelo desconhecimento declarado dos seus fundamentos."

Como pudemos perceber, o desconhecimento decorrente da falta de estudo do Espiritismo como razão principal para a perda de qualidade que se nota em todo lugar no que tange à prática doutrinária, tal qual ocorreu com o Cristianismo, que em praticamente nada se assemelha àquilo que foi legado por Jesus.

Allan Kardec, valendo-se do seu inesgotável bom senso, estabeleceu que o Espiritismo é uma doutrina de livre exame, significando que, não sendo impositiva, oferece ao indivíduo que vai ao seu encontro todas as possibilidades de discussão e de análises, até que tenha podido compreender suas bases, de modo a vivê-las com claridade mental e segurança.

Tristemente, muitos pensaram que tal condição de Mensagem lhes permita adaptar os seus preceitos doutrinários aos próprios gostos e tendências, sem causarem problemáticas adulterações no trabalho de profunda coerência dos Numes Tutelares da Terra."

Muitos acham que podem adaptar seus atavismos ao corpo doutrinário espírita, demonstrando, com isso, total incoerência. Se não encontram-se satisfeitos com o Espiritismo, e não sendo esta uma Doutrina exclusivista e impositiva, nada mais sensato que dedicarem-se aos seus movimentos religiosos, deixando a prática espírita livre de adulterações e enxertias descabidas.

"Referiu-se o Codificador à compreensão do Espiritismo dizendo que quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das suas idéias (Kardec, A. O Livro dos Espíritos, introdução, parte VIII). Lamentavelmente, porém, muitos admitiram que poderiam falar e agir em seu nome, sem o mínimo de estudo de sua doutrina, na pressa inconsequente por obter fenômenos que bem podiam ser buscados fora dos arraiais espíritas, o que não vincularia a possível má qualidade ou a sua impostura ao respeitável estatuto espiritista.

Os abnegados Prepostos do Cristo ensinam na Codificação que o ensino dos espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão (O Livro dos Espíritos, questão 627). Desafortunadamente, indivíduos oriundos dos mais diversos territórios intelectuais, das mais variadas regiões morais, com as mais estranhas idiossincrasias, atiraram-se a propor alterações doutrinárias, a fazerem adaptações inconsistentes quão perigosas, introduzindo idéias e práticas francamente estranhas aos textos e contexto da Doutrina. São muitos os que, ignorantes, vão mantendo outras criaturas no seu mesmo nível, abominando estudos, detestando análises, impossibilitando a aeração dos movimentos do raciocínio. Um grande número não crê no que o Espiritismo expõe, mas se vale da atenção dos crédulos e ingênuos, sempre abundantes, para impor as suas próprias fantasias que trata de envolver com as cores da Veneranda Doutrina, porque sabe do desvalor do produto que oferece querendo adesões que lhe incense a vaidade.

Nenhum problema provocaria o indivíduo que criasse uma ordem de idéias, uma doutrina pessoal e que a defendesse com insistência, em seu nome mesmo, e a partir disso cobrasse atendimento, forjasse distintivos, premiações, imagens de "santos" encarnados, liturgias sacramentais e ordenações. Toda a sua prática seria buscada e seguida pelas almas que sintonizassem com isso, como deparamos no mundo dos intocáveis ismos.

personalizados e personalistas, arrebanhando grupos imensos de fanatizados, que pagam bem caro para comprar um lugar no céu..., conforme a promessa dos seus líderes."

sigam a quem quiserem e aquilo que bem entenderem, têm todos esse direito, mas aqueles que se dizem espíritas devam cuidar para que o Espiritismo mantenha-se livre de misturas, atavios e enxertias, permanecendo claro e límpido conforme nos foi legado pela Espiritualidade Superior.

"Quanto ao Espiritismo, porém, as coisas devem ser diferentes. Não havendo obrigação da pessoa ser espírita; inexistindo qualquer ameaça infernal para quem não aceite sua orientação; não se prometendo premiações celestiais a quem quer que seja e sendo uma escolha livre da criatura, em meio de tão diversificadas opções, torna-se imprescindível que quem queira ser espírita se despoje dessa terrível vaidade de que querer que as coisas sejam a seu gosto, ao invés de ajustar-se aos espirituais ensinamentos da Grande Luz. Imprescindível que o sincero espírita assuma, de fato, a disposição de melhorar-se com o conteúdo assimilado das lições do Infinito, pelejando para domar as suas inclinações inferiores."

"Com tristeza, percebe-se hoje que o Movimento Espírita, que dispõe de tudo o que a Doutrina Espírita lhe brinda para ser amadurecido, pujante e avançado, tem sido alvo das investidas das Sombras organizadas e se encharcado com seus conteúdos peçonhentos e danosos. Daí, são núcleos criados para reverenciar personalidades vaidosas, que não abrem mão da relação de vassalagem; são instituições montadas somente para atender os corpos, sem qualquer compromisso com o espírito imortal que permanece vagueando nas trevas de si mesmo; são casas erguidas para desfigurar o pensamento espírita, em razão das mesclas implantadas com doutrinas, filosofias e práticas orientalistas ou africanistas que, mesmo merecendo respeito, têm propostas bem distintas das do Consolador."

A ênfase em trabalhos de cura de corpos em detrimento do estudo da Doutrina; a inserção de práticas orientalistas e africanistas; a idolatria a personalidades vaidosas e centralizadoras, encarnadas e desencarnadas, tidas como detentoras exclusivas da Verdade... Tudo isso com o velado objetivo de desfigurar o Espiritismo.

"Ainda em nosso Movimento Espírita, se há confundido o caráter universalista do Espiritismo com uma infausta tendência agregacionista, pois, ao invés de o pensamento espírita ajudar a ver o mundo dentro da óptica da Vida Superior, para que o indivíduo saia do nível das considerações meramente materiais, vê-se que tudo que é encontrado de "interessante" mundo afora, deseja-se agregar ao Espiritismo. Cânticos, terapias, experimentações psíquicas diversas, mantras, vestuário, jargões, festividades de gosto execrável e coisas outras ocupando variado espectro, têm despontado aqui e ali, em nome da Doutrina Espírita.

E o que é mais contristador, é que tudo isto se dá diante da postura inerme dos que aceitaram responsabilidades diretivas das quais não dão conta. Tudo isto tem sido acompanhado com o consentimento dos que dirigem, coordenam, "orientam"..."

Exatamente como pensa a seita ramatisista: tudo crêem devam incorporar ao Espiritismo, em nome de um suposto "universalismo", que, na verdade, não passa de confusão sincrética oriunda de atavismos e falta de aprofundamento e entendimento da proposta doutrinária espírita. Disseminam aos quatro cantos que Kardec (entenda-se a Codificação) estaria ultrapassado, como se as verdades universais fossem mutáveis, ao mesmo tempo que desejam inserir no Espiritismo as crendices e superstições cujam origens remontam milhares de anos, quando a civilização achava-se em sua infância. E quando chamados a atenção, colocam-se na posição de vítimas, de perseguidos, raivosamente alegando "falta de caridade" daqueles que lutam pacificamente pela manutenção da unidade doutrinária. No entanto, como bem disse o espírito Camilo, falta de caridade é justamente nada fazer e tão-somente observar o crescimento dessas estranhas idéias em nosso meio.

"Afirmou o Celeste Guia que ninguém pode servir a dois senhores...

Estabeleceu o Excelso Mestre: Seja o vosso falar sim, sim, não, não...

Informa o Espírito da Verdade: Deus procede ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente.

Vale a pena refletir em todos esses brilhantes dizeres e nessas imagens tão expressivas dos mentores da Humanidade. A hora é, incontestavelmente, de testemunhos difíceis, e quem ainda não se sinta em condições de tomar do conteúdo da luminosa Revelação e dar-lhe impulso positivo, fazendo-a útil a si e aos irmãos do caminho, comece ou recomece o esforço íntimo para o fortalecimento da vontade de crescer, de despojamento do comodismo do homem velho, uma vez que Jesus Cristo confia nos empenhos das suas ovelhas, e conta que esses empenhos sejam verdadeiros, para que o seu devotamento não seja tão somente aparência, a fim de que se possa, então, construir um Movimento Espírita vívido e forte, capaz de representar as excelências do Espiritismo vivenciado e sofrido, se necessário, através das ações e convicções dos seus seguidores fiéis."