sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

PRINCIPIOS DA POLARIDADE

Principio da Polaridade. Trata-se de um dos sete  Princípios  Herméticos básicos, que pode ser aplicado a todas as coisas.

O Mestre consciente da polaridade deve saber como agir. Compreende que tudo gera o seu oposto.

A obsessão em ser mestre produz o inverso. O Mestre é aquele que não deseja sê-lo.

O mestre deve compreender o Principio do Gênero, Mestre num momento e discípulo no seguinte, pois não existe aquele que não tem algo a ensinar assim como o que não tem algo a aprender. Mestre num momento discípulo no seguinte e assim sucessivamente. Aquele que se diz mestre apenas é um discípulo a mais.

Só no Absoluto estão contidos todos os conhecimentos por isto somente existe UM MESTRE.

Uma atitude demasiado resoluta produz o seu oposto

A obsessão de ser o primeiro mestre leva à condição de ser o derradeiro discípulo.

O Mestre ciente da polaridade da natureza não pressiona para que as coisas aconteçam, deixa que o processo se desenvolver espontaneamente. Forçar ser Mestre gera o não mestre, pois aquele que quer ser o primeiro acaba sendo o derradeiro... esta é a lei da polaridade. Disse Jesus: " Os últimos serão os primeiros"...

O mestre cônscio sabe que constantes intervenções geram resultados inversos.

" O sábio executa sua tarefa sem agir."

O Mestre deve estar invisivelmente presente em suas obras e visivelmente ausente de todas elas, porque ele age pelo seu Ser muito mais que pelo seu Fazer ou Dizer.

O Mestre deve ensinar pelos seus atos porque o "O mestre é o espelho dos discípulo" e não uma máquina impulsionadora.

Como a inação pode gerar a ação? - Parece paradoxal, mas isto resulta do Principio da Polaridade.

O Mestre ensina com exemplo e não com preleções sobre como deveriam ser, pois cada um tem sua linha própria de compreensão.

Impor gera a desobediência, o mostrar gera o observar, o observar gera o imitar. Assim o mestre deve saber que o discípulo tende a desobedecer quando algo lhe é imposto, mas tende a imitá-lo quando apenas é observado. Forçar o criar discípulos gera anti-discípulos, não querer criar discípulo cria-os... esta é a lei da polaridade. Sabendo como funciona o princípio da polaridade ele o mestre não gera pressões, espera o fluir natural, aguarda o germinar da semente do exemplo. O Mestre planta e espera...

O mestre deve saber que muitas intervenções bloqueiam o discípulo, pois conhece que os ensinamentos são mais eficazes quando transmitidos sem palavras.

O mestre não deve buscar recompensas nem louvores, louvores gera invejas. Ele sabe que não pode dar pois nada lhe pertence propriamente, assim ele não deve ter apego à sua obra.


REFLEXÃO DO DIA

Na minha limitada visão espirita
tenho a firmada convicção
enquanto os centros espíritas tiverem "donos"
não haverá unificação.

Apolonio deTiana.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CONCENTRE-SE NO QUE DESEJA


O carma é sempre o responsável pelos nossos sofrimentos? Não. Nós somos! Mas, como agir para não sofrer ou sofrer menos? Para não fazer outras pessoas sofrerem. Quando Buda disse: Você é aquilo que pensa, quis dizer também: e pelo que te acontece! E é difícil entender essa frase quando sofremos. Ah... o carma é o culpado! Se somos aquilo que pensamos e nossos pensamentos mudam minuto a minuto, podemos concluir que estamos em constante mutação? Nós temos a tendência a acreditar que aquilo que pensamos é a verdade e, assim, mantemos as mesmas crenças e pensamentos por muito tempo,

No Livro "O Carma do Agora", Martin Schulman diz assim: "O homem constantemente procura ver a si mesmo através dos olhos dos outros. Curiosamente, quanto mais o faz, menos ele é verdadeiramente ele mesmo. Se esse indivíduo continua a viver sua vida dessa maneira, é muito difícil conhecer seu carma".

Schulman diz que a lei de ação e reação existe dentro de cada indivíduo e somente quando isso se equilibra ele encontra a si mesmo. Mas, muitas pessoas passam uma vida inteira reagindo aos acontecimentos que vivem e nunca param para determinar o que realmente é importante. Falta-lhes clareza em suas metas, muito apego ao passado e, alguns pior, apegam-se a acontecimentos de vidas passadas e acabam vivendo os resultados da Lei de Causa e Efeito sem perceber que podem, se quiserem modificar os resultados dela em suas vidas. No Universo, não existe acaso e podemos dizer que existem 3 motivos para passarmos por situações desgastantes:

1- Resultado de ações de vidas passadas. 2- Resultado de comportamentos presentes. 3- São experiências que os planos superiores nos reservam, para que eduquemos nossos comportamentos emocional e intelectual.

A Lei de Causa e Efeito envolve resultados a logo e curto prazo. Existe no universo um relógio cósmico que não pode ser negligenciado sem prejuízo para o todo maior. Os seres humanos mais despertos à recepção de idéias, os chamados "canais", são preparados no plano interno, e, para isso, precisam estar atentos à urgência do momento e promoverem uma mudança íntima, que começa com o domínio dos pensamentos e ações, o que significa viver dentro das leis de maneira positiva e caminhar para mestria. Temos a liberdade de escolher como iremos viver; como pensar, agir e sentir, assim manifestamos na vida só aquilo que aceitamos. Essa compreensão liberta o outro, pois assumimos total responsabilidade. Aqui entra a importância dos nossos pensamentos corretos: a mente cria e quando as situações de vida não coincidem com nossas metas, a nossa capacidade criativa está funcionando de maneira diversa consciente e inconscientemente. Ex: minha razão sabe que mereço levar uma vida plena e feliz, mas no meu inconsciente, eu tenho medo e culpa ou não me responsabilizo, culpando o outro.

Como identificar isso? Encarando os medos, os desejos, as más ações, examinando os fatos cuidadosamente e aceitando. Só assim criamos outra realidade conscientemente. Todas as emoções que experimentamos são reais, o problema é quando elas fogem do nosso controle, gerando ansiedade, insônia, etc., acabam consumindo a nossa mente. São estes estados emocionais e mentais que atraem acontecimentos que tentamos evitar e ajudam a perpetuar as experiências, gerando aquilo que chamamos "situações repetitivas" e as confundimos com carma. Nossa mente é poderosa e não nos damos conta disso.

Pensamentos têm que ser direcionados corretamente e, na maioria das vezes, a boca fala uma coisa e a cabeça pensa outra. Sem integração, o pensamento é igual a uma carroça onde os cavalos vão cada um para um lado. Aquilo que chamamos carma, muitas vezes, nada mais são, que "hábitos adquiridos", que nublam, corroem, distorcem os pensamentos. São os conflitos que tiram nossa harmonia e nos afastam de nossas metas. Purificar a mente enevoada, através do aprendizado na matéria, treinando ouvir o corpo físico, as emoções e os pensamentos, para então liberá-los, é a chave para felicidade.

PENSAMENTO DO DIA
"A unificação do movimento espírita
todo dirigente quer fazer!
desde que os outros centros copiem o seu
 e o seu modo de entender."
Apolonio de Tiana.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

MINHA ETERNA GRATIDÃO AO C.E.E ANDRE LUIZ

Ao finalmente chegar a hora, do doloroso rompimento definitivo do "cordão umbilical", que ainda me prende a esta casa espírita, e sabedor de que lá tenho uma das leitoras mais assíduas deste blog ( e Deus permita que assim continue), resolvi tornar este agradecimento em forma de reconhecimento público a nível mundial, a todos os meus irmãos que fazem o CENTRO DE ESTUDOS ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ, localizado na rua Moura Carvalho, em frente ao Conj cohab, Icoarací Pa,  por tudo o que fizeram por mim durante cinco anos de convivência, a quem devo todo o conhecimento, todo o preparo que porventura eu possa ter em relação a sã doutrina, foi nesta casa onde tudo começou, ali desenvolvi minha condição mediúnica, alcançando inenarraveis conquistas, fiz o curso de passe, que me deu condições de aprimorar uma técnica que já dormia  em mim, e que hoje me faz ser reconhecido por muita gente, não tenho dúvidas em afirmar que ali estão alguns dos melhores coordenadores de grupo de estudo, a pesar da falta de diversificação destes estudos, tenho um carinho especial por todos, e profunda admiração por alguns.
Sei da historia de vida, de entrega e dedicação de seus fundadores, o que pra mim até torna compreensível, um ou outro "excesso de zelo"muitas vezes praticado até de forma inconsciente.
Tive problemas ( principalmente de incompreensão), tive! mais quem não os tem?, ou onde não os terei?, a cada cabeça uma sentença, não posso querer que todos tenham as minhas convicções.
sei que as vezes cheguei a ser 'CRUEL', mas no intuito de querer sempre o melhor, porque eu tinha a clareza  do potencial que ali existe, e procurava mexer com os brios das pessoas , para que pudéssemos dispor de  todo este potencial,.
Hoje finalmente saio de cena na esperança de ter contribuído, com aquilo que eu podia contribuir( e me esforcei para isso) adoro todos vocês, peço desculpas por qualquer excesso, e tenho humildade suficiente para pedir NÃO ME QUEIRA MAU!!!!!!!!!!!

Os meus mais sinceros votos de feliz NATAL, e próspero ANO NOVO, a todos os trabalhadores do. .
C E E A L.

A VOZ NÃO LEVA CONSIGO, A LÍNGUA E OS LÁBIOS QUE LHE DERAM ASAS, É SOZINHA QUE DEVE PROCURAR O ÉTER, E É TAMBÉM SÓ E SEM NINHO, QUE A ÁGUIA VOARÁ RUMO AO SOL...........(Kalhil Gibram)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O PASSE - ORIGEM APLICAÇÕES E EFEITOS

Por José Herculano Pires

O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus. Mas há um passado histórico que não podemos esquecer. Desde as origens da vida humana na terra encontramos os ritos de aplicação dos passes, não raro acompanhados de rituais, como sopro, a fricção das mãos, a aplicação de saliva e até mesmo (resíduo do rito do barro), a mistura de saliva e terra para aplicação no doente. No próprio Evangelho vamos a descrição da cura de um cego por Jesus usando essa mistura. Mas Jesus agiu sempre, em seus atos e em suas práticas, de maneira que essas descrições, feitas entre quarenta e oitenta anos após a sua morte, podem ser apenas influência de costumes religiosos da época. Todo o seu ensino visava afastar os homens das superstições vigentes no tempo. Essas incoerências históricas, como advertiu Kardec, não podem provir dele, mas dos evangelistas. Caso, contrário, Jesus teria procedido de maneira incoerente no tocante aos seus ensinos e seus exemplos, o que seria absurdo.

O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado já há muito superado. Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas à prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações.

As encenações preparatórias: mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para melhor assimilação fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante, só serve para ridicularizar o passe, o passista e o paciente. as correntes de mãos dadas ou de dedos se tocando sobre a mesa – condenadas por Kardec – nada mais são do que resíduos do mesmerismo do século passado, inúteis, supersticiosos e ridicularizantes.

Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego humano às formas de atividades materiais. Julgamo-nos capazes de fazer o que não nos cabe fazer. Queremos dirigir, orientar os fluidos espirituais como se fossem correntes elétricas e manipulá-los como se a sua aplicação dependesse de nós. O passista espírita consciente, conhecedor da doutrina e suficientemente humilde para compreender que ele pouco sabe a respeito dos fluidos espirituais – e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa – limita-se à função mediúnica de intermediário. Se pede a assistência dos Espíritos, com que direito se coloca depois no lugar deles? Muitas vezes os Espíritos recomendam que não se façam movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes. Ou confiamos na ação dos Espíritos ou não confiamos e neste caso é melhor não os incomodarmos com os nossos pedidos.

O passe espírita é prece, concentração e doação. Quem reconhece que não pode dar de si mesmo, suplica a doação dos Espíritos. São eles que socorrem aqueles por quem pedimos, não nós, que em tudo dependemos da assistência espiritual

O passista num centro espírita serio não pode se dirigir a camara de passes com idéias preconcebidas, pressa, inteção de "agilizar o passe" , toda literatura espírita recomenda, se voce não puder atender a cem, atenda a dez, mais faça o atendimento bem feito, a sã doutrina não merece e o atendimento diferenciado é falta de caridade.

É o passista quém tem que "sentir" a extenção da sua doação, e não fazê-lo mais rápido por ordem de ninguem, a doutrina é dos espíritos, e  assim  tanto os que mandam como os que obedecem, se colocam na posição de cegos guiando cegos para a cova!


REFLEXÃO DO DIA

"O natal de jesus!
é a data do seu nascimento
e  devería ser comemorado
apenas com préces de agradecimento"

P.Moryah.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ESPIRITISMO É LIBERDADE DE CONCIENCIA

837- Qual o resultado dos obstáculos postos à liberdade de consciência?

- Constranger os homens a agir do modo diferente do que pensam, torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é uma das características da verdadeira civilização e do progresso.
(O Livro dos Espíritos.)

Uma das características que admiro no Espiritismo é a plena liberdade que a doutrina dá aos seus seguidores. Não poderia ser diferente em se tratando de Espiritismo já que a doutrina se construiu pelos caminhos da ciência.

A primeira liberdade que temos por isso é a de poder questionar livremente o próprio Espiritismo. Como a doutrina se construiu pelo caminho da ciência, ela nos ensina a questionar todas as coisas e a não aceitar o quê quer que seja sem uma análise profunda e sem restrições aos nossos questionamentos.

Essa liberdade é que faz do Espiritismo uma doutrina com uma grande pluralidade de pensamentos, nela podedemos encontrar diversas tendências filosóficas e sem questionar o mérito de nenhuma delas, é importante observar como conseguimos conviver com tantas diferenças sem que haja nenhum cisma ou divisão.

É uma pena que existam pessoas que enxerguem esta pluralidade como uma ameaça, estes acham que todos deveriam pensar da mesma forma e temem as diferenças, estes não assimilaram este lado essencial do Espiritismo.

Outros porém, pronunciam suas opiniões como se elas fossem aceitas unanimemente por todos e como se fossem verdades doutrinárias, estes desrespeitam também as diferenças, não sabem dividir o quê está no campo dos princípios básicos daquilo que está no campo da polêmica e se assim o fazem, só podemos pensar que isso se dê por dois motivos: ou porque não conhecem bem as bases doutriná rias e confundem suas opiniões com os princípios da doutrina; ou porque o fazem com segundas intenções, misturando verdades com opiniões próprias na tentativa de confundir os menos esclarecidos e de respaudar suas idéias sob a luz dos princípios espíritas.

Esta última atitude sim, representa a verdadeira ameaça ao Espiritismo, não é das diferenças que devemos temer, não são os Rousteinguistas, Ubaldistas ou qualquer “istas” que representam ameaça. A ameaça está naqueles que por falta de conhecimento ou de caráter mesclam as idéias que estão no campo das opiniões com aquelas que são verdades aceitas por todos os adeptos do Espiritismo.

Liberdade pra pensar é fundamental mas responsabilidade sobre o quê se diz é ainda mais importante. Eu posso defender uma idéia ou corrente de pensamento polêmica mas na hora de subir à tribuna das instituições, na hora de exercer o papel de evangelizador ou em qualquer situação em que eu represente a Doutrina Espírita, é importante separar claramente o quê é opinião própria daquilo que é princípio básico da doutrina. E mesmo tendo a liberdade de apresentar estudos sobre uma determinada corrente de pensamento, é necessário deixar claro que se trata de uma opinião que não é aceita por todos os espíritas e que dita opinião está longe de desfrutar do mesmo status de idéias básicas como a reencarnação e a comunicabilidade dos espíritos.

Seria bom conhecer um pouco sobre Thomas Kün e Lakatos, estes filósofos da ciência nos dizem que toda ciência tem seu “núcleo rígido” que é formada por um conjunto de idéias básicas que dão corpo a um “paradigma”, ao redor das idéias básicas existe um conjunto de idéias acessórias que sofrem modificações constantes sem afetar o “núcleo rígido”. É natural que qualquer ciência sofra ajustes sem que isso afete seu núcleo rígido . Por Exemplo: a comunicabilidade dos espíritos é um princípio que está no núcleo rígido da ciência espírita, mas a questão do corpo fluídico de Jesus é uma idéia acessória que não importa a conclusão que se chegue a esse respeito, e eu duvido que se chegue a alguma conclusão, isto não afetaria as idéias que estão no núcleo rígido, ou seja, o fato de Jesus ter tido um corpo fluídico ou de carne não mudaria em nada a questão da reencarnação e nem tão pouco afetaria o princípio da comunicabilidade dos espíritos ou qualquer outro que faça parte do “núcleo rígido” de princípios doutrinários.

Não sei como é que tanta gente perde tanto tempo se consumindo por causa de “idéias acessórias” e que não afetam o núcleo da doutrina, isso reflete o ostracismo existente no nosso movimento Espírita, pessoas limitadas e circunscritas a uma polêmica secundária que fazem disso uma verdadeira guerra e que se
esquecem de c ontribuir para o crescimento de tantas outras idéias e pesquisas realmente importantes.

Também acredito que não se deve deixar de falar das idéias acessórias, é por elas que obtemos novos conhecimentos, os grupos de estudo sérios devem refletir sobre estas polêmicas, questionar a fundo, porém isso não deve ser motivo de dissensões. Desde que se trate do assunto com honestidade e fazendo-se os devidos esclarecimentos, nada mais saudável do que perscrutar os arcanos doutrinários na busca de conhecimentos mais profundos e nada mais necessário, já que entraremos em caminhos desconhecidos, do que manter a sobriedade e humildade para não cairmos nas armadilhas das paixões por nossas próprias opiniões.

O ser humano ainda não está acostumado a caminhar pelo desconhecido e sempre que se aventura filosoficamente está sujeito as limitações que lhe são próprias e, neste caso, é de se esperar que surjam uma infinida de de opiniões sobre um mesmo tema mas temos que passar por essa escuridão para um dia chegarmos a verdade que é sempre gradativa.

Uma outra forma de liberdade que a doutrina nos permite exercer é a liberdade religiosa, o fato de sermos adeptos do Espiritismo não nos impede de freqüentar qualquer outra religião ou fazer o que queiramos fazer. A liberdade de ação está por isso muito explícita, no Espiritismo não há regulamentações de caráter exterior nem de votos de obrigação religiosa. O Espírita não precisa falar, vestir, comer ou pensar de um mesmo jeito, aliás, estas são ações que se relacionam com a cultura, preferência e educação de cada um.

Digo isso porque fiquei horrorizado quando outro dia eu soube que uma mãe se queixou a uma evangelizadora, alguém que conheço a muitos anos e que possui uma conduta irrepreensível, apenas porque ela estava com as unhas pintadas com uma cor escura, que na o pinião da mãe eram inadequadas para o ofício de evangelizadora. Fiquei ainda mais pasmo quando descobri que esse tipo de preocupação entre os que se dizem espíritas é mais comum do que se imagina. Que importa a cor das unhas da evangelizadora? Não seria melhor saber se a evangelizadora é competente, se tem preparado bem as aulas e qual o conteúdo dado em sala? Este tipo de atitude mostra como as pessoas ainda estão arraigadas ao exterior e ainda não assimilaram a essência das idéias espíritas.

Algumas pessoas já me procuraram dizendo que se afastaram da doutrina por se sentirem vigiadas, reguladas ou normatizadas por pessoas que lhe diziam o que fazer ou que viviam criticando suas atitudes. Sem julgar os méritos das atitudes de ninguém e salvo as exeções das atitudes que prejudicam a terceiros, não devemos a ninguém satisfação dos nossos atos além de Deus e de nossa própria consciência. A ninguém cabe nos julgar.

Estes que por esse motivo se afastam da doutrina sempre encontrarão em todas as partes pessoas controladoras e indiscretas, pois este tipo de gente existe em qualquer lugar e se formos esperar um grupo livre disso viveremos uma espiritualidade pobre e individualista. Os hipócritas que devem recuar, os que tem consciência devem permanecer onde estão e criticar fortemente sempre que forem alvo deste tipo de atitude.

Se esta evangelizadora não fosse uma pessoa consciente ela teria se escandalizado e se afastado da doutrina alegando que ela está cheia de pessoas superficiais. Mas, ao contrário, ela repreendeu àquela senhora lhe dizendo que aquilo não tinha a menor importância e que a cor das suas unhas não feria a dignidade de ninguém e nem comprometia a sua eficiência como evangelizadora.

Não é então ao Espiritismo que devemos acusar de ser piegas, superficial ou só mais uma religião que quer ter cont role sobre a vida das pessoas. Nós é que devemos lutar contra isso, temos a vantagem de ter a doutrina a nosso favor, devemos usar os conhecimentos que ela nos dá para livrá-la deste tipo de expressões preconceituosas. A doutrina não exerce controle sobre a vida de ninguém e nem deve exercer, ela nos ensina sim a sermos auto-suficientes e independentes, o único controle aqui é o “auto-controle”, não precisamos de “oradores-profetas” e “guias-oráculos”, não precisamos estar na dependência de “mister-médium” nenhum, nem devemos reverência a quem quer que seja.





sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

REFLEXÕES SOBRE A PRECE DE CÁRITAS

A Prece de Cáritas é conhecidíssima, principalmente no meio espírita. Ela é uma oração que foi recebida pela médium madame W. Krell, num círculo espírita de Bordéus, França, na noite de Natal de 1873, época em que o Espiritismo já dava seus primeiros passos.

Chega-se, inclusive, a fazer-se dela um amuleto ou pronunciá-la mecanicamente como se fosse uma fórmula mágica para acalmar os espíritos ou alcançar o que se poderia chamar graça, sem se compreender sua sublimidade e beleza. Mas, façamos uma reflexão em torno dela. Abaixo segue o que se pode chamar de um início de reflexões em torno desta bela prece, pois cada um pode refletir sobre ela e tirar suas próprias conclusões, exercitando, assim, a fé raciocinada e sempre encontrando algo novo no mesmo texto

“Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dê força àquele que passa pela provação, dai luz àquele que procura a verdade, ponham no coração do homem a compaixão e a caridade...”

Todo aquele que tem fé sempre procura na prece o contato com Deus. Tendo em vista o Poder e a Bondade a ele creditados, é Nele que se busca a força para suportar uma provação e ultrapassar mais uma etapa da trajetória evolutiva. Aquele que procura a verdade é aquele que está em constante busca de conhecimento, procurando melhorar-se a cada dia. Por isso, o conhecimento é luz a se acender em nosso caminho. Compaixão e caridade são duas consequências da busca do conhecimento.

Aquele que passa a conhecer suas fraquezas e busca melhorá-las até suprimi-las, terá condições de compreender o próximo que ainda não atingiu as condições de também melhorar-se

..."Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso."

 “Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai...”

Aquele que tem fé, sempre encontra aquilo que procura e recebe aquilo que merece. Aquele que faz sua reforma interior, reconhece suas culpas e delas se arrepende, sempre buscando reparar os erros do passado.

É por isso que se roga para se dar a verdade ao Espírito, porque nós somos Espíritos em busca da verdade.

E, deparando-se com a busca da verdade, é através desta busca que encontramos a consolação e o repouso, o guia e o pai, porque nunca estamos desamparados e sempre temos alguém – o dito anjo bom – ao nosso lado.

Prova incontestável é a reencarnação, pela qual poderemos repara erros do passado e aprender outras lições, que sempre nos serão proveitosas.

"... Senhor! Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes".
."Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem..."

A bondade de Deus é incomensurável.

Se analisarmos cada situação difícil pela qual passamos, poderemos ver que sempre houve alguém a nos auxiliar, a nos estender as mãos, ainda que fosse uma pessoa estranha ao nosso convívio, que nunca vimos. É preciso, ainda, ser piedoso para aqueles que não O conhecem, porque a verdade pode ser conhecida por muitas formas e em muitas situações. Sabemos que aquele que hoje se proclama ateu, amanhã poderá ser um missionário religioso.

É só lembrar da história de Paulo de Tarso, que passou de perseguidor a seguidor do cristianismo, tornando-se um de seus maiores missionários

"... Que a vossa bondade permita aos Espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé".

"Deus! Um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber na fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão..."

Sem sombra de dúvida, os Espíritos Consoladores já vêm à Terra para derramar a paz, a esperança e a fé, pois, cada vez que se emite um pensamento de bondade, que se semeia uma semente de esperança ou se estende a mão caridosamente, já estamos abrindo caminho para que os Espíritos Consoladores possam aproximar-se e exercitar a sua sublime tarefa.

E, se uma faísca do amor divino pode abrasar a terra, imagine a grandeza desse amor do Pai sobre seus filhos, que é capaz de nos permitir recomeçar sempre!

"... Um só coração, um só pensamento subirá até vós, como um grito de reconhecimento e de amor..."

Isso será uma consequência natural, que só o tempo e a nossa evolução serão capazes de trazer. "...

Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Misericórdia..."

Ao abrirmos o nosso coração e fazermos nossa reforma íntima, já somos merecedores da misericórdia divina, que nos permite começar e recomeçar.

Como já exposto, é o Seu amor grandioso, que sempre nos abre os caminhos dos recomeços.

"...Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós, dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem! "

O progresso é um marcha obrigatória em nosso caminho. Uns mais rapidamente, outros mais vagarosamente, mas sempre haverá progresso.

Até o fim deste caminho – se é que ele tem fim, pois a evolução nunca pára – encontraremos a caridade pura, a fé, a razão, a simplicidade, porque para aquele que é verdadeiramente caridoso, não é preciso luxo ou ostentação, pois é nas coisas pequenas e simples que se encontra a grandeza de Deus.

Ao se atingir este patamar, seremos mesmo como um espelho, que será capaz de refletir a imagem Divina. Atingir este ponto não é tão difícil como parece.

É preciso, apenas, dar o primeiro passo e ser firme em seu objetivo e isso, depende única e exclusivamente de nós.

P.Moryah.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

NOSSO VERDUGO INTERIOR

Verdugo invisível, onde se lhe evidencie a influên­cia, aparecem a rebeldia e o azedume, preparando a per­turbação e a discórdia.

Mostra-se na alma que lhe ouve as pérfidas suges­tões, à maneira de fera oculta a atirar-se sobre a presa.

Assimilando-lhe a faixa de treva, cai a mente em aflitiva cegueira, dentro da qual não mais enxerga se­não a si mesma.

E assim dominada, a criatura, ao pé dos outros, é a personificação da exigência, desmandando-se, a cada ins­tante, em reclamações descabidas, incapaz de anotar os sofrimentos alheios. Pisa nas dores do próximo com a dureza do bronze e recebe-lhe as petições com a agressi­vidade do espinheiro, expelindo pragas e maldições. Onde surge, pede os primeiros lugares, e, se lhos negam, à face das tarefas que a previdência organiza, não se peja de evocar direitos imaginários, condenando, sem análise, tudo quanto se lhe expõe ao discernimento. Desatendida nos caprichos particulares com que se aproxima dos se­tores de luta que desconhece, mastiga a maledicência ou gargalha o sarcasmo, lançando lodo e veneno sobre no­mes e circunstâncias que demandam respeito. Se alguém formula ponderações, buscando-lhe o ânimo à sensa­tez, grita, desesperada, contra tudo o que não seja ado­ração a si mesma, na falsa estimativa dos minguados valores que carrega no fardo de ignorância e basófia.

E, então, a pessoa, invigilante e infeliz, assim trans­formada em temível fantasma de incompreensão e de in­transigência, enrodilha-se na própria sombra, como a tar­taruga na carapaça, e, em lastimável isolamento de es­pírito, não sabe entender ou perdoar para ser também perdoada e entendida, enquistando-se na inconformação, que se lhe amplia no pensamento e na atitude, na palavra e nos atos, tiranizando-lhe a vida, como a enfermidade le­tal que se agiganta no corpo pela multiplicação indiscri­minada de perigosos bacilos.

Atingido esse estado dalma, não adota outro rumo que não seja o da crueldade com que, muitas vezes, se arroja ao despenhadeiro da delinqüência, associando-se a todos aqueles que se lhe afinam com as vibrações depri­mentes, em largas simbioses de desumanidade e loucura, formando o pavoroso inferno do crime.

Irmãos, precatai-vos contra semelhante perseguidor, vestindo o coração na túnica da humildade que tudo com­preende e a todos serve, sem cogitar de si mesma, por­que esse estranho carrasco, que nos alenta o egoísmo, que  em toda parte chama-se orgulho.

P.Moryah.





sábado, 4 de dezembro de 2010

UINIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPIRITA

Sempre me posicionei contrariamente a unificação em todas as oportunidade em que participei de estudos ou debates, seja em seminários, na internet ou no centro espírita em que militava, não por não querer a unificação, mas por não acreditar nos modelos em que ela está sendo proposta, e que faz com que apesar de já ter sido prevista por Kardec, e corroborada por Bezerra de Menezes, até hoje, nunca saiu do papel, criei até um bordão a um ano atrás, dizendo que toda mudança tem que ser “do caroço para a casca”, do contrário o fruto apodrece e cai. Toda mudança tem que ser feita de dentro para fora, no caso quem primeiros tem que mudar são os dirigentes, pois só assim conseguirão mudar a atitude de seus demais trabalhadores, mudando a cara e a mentalidade do centro, prá poder mudar o CRE, a união, a federação, etc.
Hoje depois de passado um ano, prá minha surpresa, ouvi uma palestra sobre o tema, proferida pela Presidente da União Espírita, no Centro Espírita a Casa do Caminho, em Icoarací, que referendou literalmente a minha opinião, falando e dando exemplos durante mais de uma hora e meia, da necessidade da mudança de atitude dos dirigentes das casas espíritas, e traçando um perfil, de como deveria ser a ação dos mesmos em relação aos trabalhadores e ao público em geral, a ponto de está preparado para unificação, que decepção a minha ao olhar ao redor e constatar que a maioria dos dirigentes das casas espíritas do primeiro cre, não se faziam presentes, apesar da personalidade, e do tema, apesar de terem sido convidados, são os que acham que já sabem tudo, e que não tem mais nada a aprender, são os que se acomodaram parando no tempo e no espaço, enquanto tudo ao seu redor evolui.

Ao terminar a palestra, virei para o companheiro ao meu lado, espírita de larga experiência e dezenas de anos dedicados ao movimento espírita, já tendo sido inclusive presidente de centro, e perguntei, “durante todos estes anos de militância, você já conheceu algum centro com este perfil que acabou de ser descrito”, ele engoliu seco e respondeu um sonoro não.

Meu Deus! Pensei, ainda estamos a anos luz da unificação, mais em seguida me tranqüilizei, dizendo para mim mesmo, quem fundou o espiritismo foram os espíritos superiores, sob o comando do ESPÍRITO DE VERDADE, que é o próprio Jesus, eles é que comandarão a unificação quando chegar o momento apropriado, a incompetência humana se curvará as vozes que vem dos céus, e os que não querem a unificação, serão arrastados por ela, pois a unificação é progresso e principalmente porque CONTRA A VONTADE DE DEUS, JAMAIS PREVALECERÁ A MÁ VONTADE DOS HOMENS!

P.Moryah.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A PALAVRA MÁGICA QUE ESTÁ EM FALTA!


Para que alguém dirija com êxito e eficiência um centro espirita, não lhe basta a nomeação para o encargo.

Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento. Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções. não só o "venha a nós" mais ao "vosso reino" tambem!

Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca.

Quem governa deve emitir  forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado.

Quando o poder é intemperante, sofre os trabalhadores a intranqüilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria, a intriga e a crueldade.

Daí, conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício.

No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lhe é devido.

E assim como o administrador de um serviço reclama a ajuda de assessores corretos, a vontade não prescindirá da ponderação e da lógica, conselheiros respeitáveis na chefia das decisões.

No entanto, urge que o senso de COOPERAÇÃO seja chamado a sustentar-lhe os impulsos.

Nas linhas da atividade terrestre, quem orienta com segurança não ignora a hierarquia natural que vige na coexistência de todos os valores indispensáveis à vida.

Na confecção do agasalho comum, o fio contará com o apoio da máquina, a máquina esperará pela competência do operário, o operário edificar-se-á no técnico que lhe supervisiona o trabalho, o técnico arrimar-se-á  na diretoria da fábrica e a diretoria da fábrica equilibrar-se-á no movimento da indústria, dele extraindo o combustível econômico necessário à alimentação do núcleo de serviço que lhe obedece aos ditames.

Observamos, assim, que no Estado Individual a vontade, para satisfazer à governança que lhe compete, sem colapsos de equilíbrio, evasão de trabalhadores decepcionados, evasão do público frequentador etc. precisa socorrer-se da colaboração a fim de que se lhe clareie a atividade.

A COOPERAÇÃO espontânea é o supremo ingrediente da ordem.

Da Glória Divina às balizas subatômicas, o Universo pode ser definido como sendo uma cadeia de vidas que se entrosam na Grande Vida.

COOPERAÇÃO significa obediência construtiva aos impositivos da frente e socorro implícito às privações da retaguarda.

Quem ajuda é ajudado, encontrando, em silencio, a mais segura fórmula de ajuste aos processos da evolução.

Por tudo isto é que se diz, que cada centro espírita, é a cara de seus dirigentes!

P.Moryah.



quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

PARABENS A CASA DO CAMINHO

Parabéns a CASA DO CAMINHO, Centro espírita localizado na vila de icoaraci, Belem Pa, pelo seu quadragésimo nono aniversário de fundação, festejado com uma semana de eventos especiais que culminou com a palestra no dia de ontem terça feira 30/11/2010. da simpaticíscima Sr. Nadja, presidente da união espirita paraense, com o tema unificação do movimento espírita, uma pena que apesar do tema e da personalidade, não tenha atraído os dirigentes das demais casas espiritas do primeiro C R E.
E lembrar que tudo começou com o Sr. Graúdo, que dava plantões sozinho, o dia inteiro na casa do caminho, na década de sessenta, atendendo a tantos quantos necessitassem. Aliás nesta época, o Sr. Graúdo na Casa do Caminho, e o Sr.João Moreira, atraz do extinto campo do maguari, éram os grandes "médicos"da vila do pinheiro, hoje icoarací.

sábado, 27 de novembro de 2010

REFLEXÕES SOBRE A MÃE DE JESUS


Hoje véspera do círio de N. S. das Graças novembro de 2010 , na vila de icoarací, Belém, Pa, vamos refletir um pouco sobre Maria a tão festejada pelo povo paraense, mãe de Jesus, e ao mesmo tempo tão incompreendida, por membros das mais diversas religiões, inclusive a espírita.

Difícil é a reconstituição do perfil de Maria, seja pela falta de informações fidedignas a respeito, sejam pelas polêmicas que muitas vezes orbitam em torno do assunto. Alguns já foram abordados aqui, como o que se refere à maternidade de Maria, se mãe de Deus ou de Jesus?

Em verdade, Jesus não é Deus. Este o criador, Jesus a criatura. É um espírito de escol, puro, muito superior à média evolutiva da humanidade, mas não é Deus. Por ser muito superior e já dominar as potências do espírito, produziu fenômenos extraordinários, o que facilitou a consolidação da idéia no povo de que Jesus era Deus. A rigor, é um dos prepostos de Deus – o mais elevado na hierarquia espiritual que a Terra já recebeu -, encarregado pela evolução do planeta Terra. Foi justamente para alavancar sua missão, que Jesus encapsulou-se na matéria, sob a tutela de Maria, com quem já sabia poder contar.

Outra polêmica comum é se Jesus foi filho único. A Igreja na tradução evangélica fala em filho unigênito (único), enquanto outros exegetas traduzem como filho primogênito (primeiro). A resposta pode ser encontrada na Epístola aos Gálatas e no Evangelho de Marcos, onde as narrativas falam de irmãos de Jesus. Em verdade, há mais, nesta discussão secundária e pouco relevante, tabus e preconceitos nossos, do que qualquer desmerecimento à Maria. Aliás, paga a Igreja, neste particular, o preço por ter criado tanta culpa em relação a sexualidade humana que, por muitos séculos, foi associada a pecado, à impureza. Acaso a grandeza, altivez e superioridade espiritual de Maria fica “manchada” por ter dado luz a outras crianças? Claro que não.

São essas, entre outras, polêmicas que ainda provocam, pontualmente, exageros e radicalismos. Alguns irmãos evangélicos – minoria, é justo consignar - extremaram o discurso e incidentes lamentáveis aconteceram, como aquele no qual um religioso chutou uma imagem de Maria.

Outro dia, ao vivo, milhões de telespectadores puderam acompanhar outro episódio hostil, desta vez com desfecho pitoresco. Um religioso palestrava – repise-se: ao vivo em programa transmitido pela TV - dizendo que Nossa Senhora não tinha qualquer poder e que este cabia apenas a Jesus. _ Vou provar para todos que Maria não tem poder! Alardeou, descendo de seu púlpito em direção ao público. Querendo provar sua teoria, ele se aproxima de um fiel em transe mediúnico obsessivo, que se debatia no chão à vista de todos, e determina com autoridade e dedo em riste: _ Sai em nome de Maria! E repetiu solenemente: _ Eu te ordeno, sai em nome de Maria! Mais que rapidamente o espírito deixa o homem, que sai do transe mediúnico. Diante do desfecho inesperado, o religioso, constrangido e sem graça, lamenta baixinho, deixando-se flagrar pelo áudio: _ Esses espíritos fazem a gente passar cada vergonha...

Contudo, de um modo geral, Maria é reconhecida em sua grandeza por outras religiões. Tome-se, por exemplo, o Islamismo, que exalta sua elevação. O próprio protestantismo, na voz de Lutero, reconhecia a importância de Maria, contestando tão-somente algumas distorções. Com o Espiritismo não é diferente, reconhece-se a elevação de Maria.

No universo tudo evolui. Tudo. E todos devem contribuir para a evolução da obra divina.

Dotados de livre arbítrio, as populações dos orbes avançam em ritmos e rumos diferentes. Nos mundos menos evoluídos e mais materiais, como a Terra, a transição positiva de idéias, tradições e comportamentos é lenta. Por isso, espíritos de alta hierarquia espiritual descem dos cumes dimensionais mais evoluídos em missão sacrificial e de amor, aptos para resistirem à fornalha da carne, de suas tentações e desvios. Vêm dar testemunho e acelerar mudanças, lançando, também, sementes que aguardarão o momento propício para eclosão.

Mas, para que um espírito de altíssima graduação espiritual tenha sucesso sobre as dificuldades da matéria, impõe-se a conjugação de esforços de outros espíritos superiores que o antecedem para preparação do caminho, tal como o agricultor fertiliza a terra para receber a sutil semente grávida de vida.

Dentre todos os espíritos que conjugaram esforços para o êxito da missão de Jesus, Mirian ou - como conhecemos -, Maria foi, quiçá, a mais importante. Espírito de luz, anjo dócil de Deus, aceitou a missão de aninhar em seu útero e lar de amor, o espírito mais evoluído que este planeta já recebeu.

A missão para além de sacrificial – porque exigia a descida de uma dimensão superior -, era também arriscada. Mesmo diante de uma missão divina, as leis que regem a matéria devem ser respeitadas e delas não podem esquivar-se os espíritos evoluídos que, ficam assim, vulneráveis às vicissitudes próprias da carne. Quer isso dizer que Maria devia fazer, rigorosamente, sua parte. Um desvio do plano poderia inviabilizar a redenção crística.

Maria deveria viver no mundo, mas sobrepairando-lhe, em plenitude divina, preparando seu corpo, sua mente e seu lar para ambientar a poderosa luz divina que se encarceraria na carne para romper o véu da matéria densa e anunciar, noutras letras e tons, a vida celeste.

Ao contrário do que alguns exegetas especulam, Jesus e Maria se relacionavam muito bem, mesmo porque ambos já conheciam o plano divino, apenas submerso no inconsciente de Jesus por causa da barreira material.

Pode-se perceber simbolicamente a importância de Maria nos estratégicos momentos da vida de Jesus, descritos nos Evangelhos. Ela aparece no nascimento e morte de Jesus – firme aos pés da cruz -, e quando ele revela ter despertado espiritualmente, ensinando no Templo ainda criança, bem como quando publicamente fez seu primeiro “milagre”.

No planejamento espiritual, cumpria postar espíritos colaboradores próximos a Jesus. Por isso, a providência divina também uniu Maria por laço de parentesco com Isabel, que já idosa engravidou e trouxe à carne outro espírito superior encarregado dos últimos preparativos para chegada do Cristo: João Batista – a voz que clamava no deserto -, que mais tarde o batizou e deu início à parte final de sua missão.

É, por certo, o encontro das duas mulheres grávidas, uma das mais belas passagens bíblicas do Novo Testamento, registrada por Lucas (1:39,48):

“E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel, e aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto de teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte de meu Senhor lhe foram ditas. Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada.”

Como se pode notar, eis a passagem evangélica que dá base à oração conhecida por Ave Maria que, adaptada pelo Catolicismo, troca “Mãe de meu Senhor” por “Mãe de Deus.”, na versão de nossos irmãos.

Jesus encontrou na doçura, dedicação, bondade e altivez da mãe as condições necessárias para despertar, sem intervenções indevidas, todas as incomensuráveis potências de seu espírito puro, ainda então se recobrando do mergulho pesado, embotador e sofrível na carne.

E é assim que devemos devotar-nos a Maria, como espírito de luz, portadora de um amor que a blindou contra as dificuldades da carne, permitindo-lhe uma dedicação extrema, mas dócil e altiva, tudo em prol da missão do Cristo.

É justamente esta natureza dócil e amável de Maria, que a habilitou a capitanear um trabalho duro, áspero, incansável no plano espiritual. Através da sublime mediunidade de Yvonne A. Pereira, o espírito Camilo Cândido Botelho noticia no livro Memórias de um Suicida, que Maria coordena a Legião dos Servos de Maria, equipe de abnegados servidores espirituais que auxiliam os suicidas.

Só pode compreender a relevância da missão mariana quem conhece as dificuldades que os suicidas têm de enfrentar quando despertam no plano espiritual. Não por acaso a força do culto mariano em Belém, cidade que por muitos anos esteve entre as três cidades com maior índice de suicídio no Brasil. Exato dizer, portanto, que Maria tutela esta cidade, entre tantas outras.

Em verdade, Maria é o arrimo de muitos sofredores, é a esperança a muitos desesperados, é a mãe de muitos órfãos do sistema, é o colo dos infantes espirituais que de tropeço em tropeço caem e, no fundo do poço, sentem o calor maternal a acalentá-los, o amor incondicional a reanimá-los.

Chico Xavier tributava pública veneração à Maria. Certa vez, Chico estava triste. Perseguido, injustiçado, fatigado de tanto trabalhar pediu a Emmanuel, seu guia, que interpelasse a mãe de Cristo. Queria ouvir algo, uma mensagem de alento, uma palavra motivadora. Tempo depois Emmanuel reaparece e Chico, ansioso, questiona: Que tal Emmanuel? Falou com ela? Emmanuel confirmou. _ O que ela falou? _ Tudo passa Chico, tudo passa.

Afinal, quem não precisa desta mensagem consoladora?











sexta-feira, 19 de novembro de 2010

REUNIÃO DE TRABALHADORES VERDADEIRAMENTE ESPIRITA

 Em uma verdadeira reunião de trabalhadores de uma ceára espírita, seus  dirigentes, deve

* Aprender a ceder em favor de muitos, para que alguns intercedam em seu benefício nas situações desagradáveis.

* Ajudar sem exigência para que outro o auxilie, sem reclamações.

* Não escarnecer  do companheiro no seu modo de pensar; dê ao companheiro oportunidade de conceber a vida tão livremente quanto você.

* Guardar cuidado no modo de exprimir-se; em várias ocasiões, as maneiras dizem mais que as palavras.

* Refir-se a sí  mesmo o menos possível; colaborar  fraternalmente nas alegrias do próximo.

* Evitar a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitências, cansa ao que ouve.

* Deixar ao irmão a autoria das boas ideias e não se preocupe se for esquecido, convicto de que as iniciativas elevadas não pertencem efetivamente a você, de vez que todo bem procede originariamente de Deus.

* Interpretar o adversário como portador de equilíbrio; se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros.

* Discutir com serenidade; o opositor tem direitos iguais aos seus.

* Se  considerar excessivamente as críticas do inferior, suportar sem mágoa as injunções do plano a que se precipitou.

* Ser  útil em qualquer lugar, mas não guardar  a pretensão de agradar a todos; não intente o que o próprio Cristo ainda não conseguiu.

* Defrontado pelo erro, corrija-o primeiramente em sí mesmo, e, em seguida, nos outros, sem violência e sem ódio.

* Se a perfídia cruzar seu caminho, recuse-lhe a honra da indignação examine-a, com um sorriso silencioso, estude-lhe o processo calmamente e, logo após, transforme-a em material digno da vida.

* Amparar  fraternalmente o invejoso; o despeito é indisfarçável homenagem ao mérito e, pagando semelhante tributo, o homem comum atormenta-se e sofre.

* Habituar-se à serenidade e à fortaleza, nos círculos da luta humana; sem essas conquistas dificilmente sairá você do vaivém das reencarnações inferiores.

LEMBRETE AOS DIRIGENTES

Não existe nada mais ridículo, sofrível e abominavel para o público espírita, do que um palestrante, que direciona  o tema de sua palestra, até poder tranforma-la em palanque de apelo a doações de quaisquer  tipo,  pedido de donativos de qualquer ordem, nada consegue retirar mais público das casas espíritas, do que a sensação de golpe, de estar sendo enganado no seu objetivo de se aprofundar na doutrina espirita, ao ver distorcído o objetivo que o levou aquela reunião.
 Tudo tem a sua hora e reunião específica.
P.Moryah.










quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A VERDADEIRA CARIDADE VEM DE DENTRO

Revista de Espiritismo nº. 34 - FEP

Caridade. Para o espiritismo é a virtude máxima. É indiscutível que começa em casa, e, em síntese, é o amor em movimento.
A caridade - nada mais que o amor em movimento - é a grande desconhecida. Passa na história da Humanidade com personagens memoráveis, e assim sonhamos tê-la conosco. O grande problema é o de a conquistar: ela não se compra nem se transfere de uns para outros. Adquire-se, construindo-a no intimo. Não é um objecto.

Também não é obra construída de agora para logo ou de hoje para amanhã, como um produto acabado. O psiquismo humano é complexo, como se se compusesse de diversas camadas que se justapõem numa individualidade una e única.

Um mergulho de superfície na caridade não é de desperdiçar. Mas daí a acreditar-se que o problema de a assimilar é imediato e rápido vai um longo caminho que desmente essa ilusão: o da experiência.

CARIDADE É:
Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

DOAÇÃO MATERIAL
Caridade é doação afectiva, desinteressada, espontânea. Traz aos destinatários um bem-estar real, não um gozo periférico. O espírito Emmanuel, numa mensagem ensina que ficamos apenas com o que damos.

CARIDADE É  a fraternidade que acompanha o gesto, a atitude interior. Não é o gesto visualizado. Este pode apenas querer parecer, para merecer o aplauso mundano, conforme descreve o Evangelho.

Pensar nos outros, nas suas dificuldades. Ajudar... sem atrapalhar.

Neste cenário, contudo, quando uma mão se estende para auxiliar, torna-se necessário, em geral, que haja uma mão que queira receber. Este é um dos maiores entraves ao processo de aproximação que envolve a caridade. Os espíritos mais sábios sabem «convencer» o necessitado a aceitar a contribuição fraterna, ao cativá-lo, sensibilizando-o.

A caridade vai-se sedimentando no nosso comportamento tanto mais quanto mais o quisermos, sem angústias ou pressas. E começa nas mais pequeninas coisas. Às vezes ajuda reflectir no lado bom das pessoas mais próximas, em casa, no trabalho, na rua, ou das circunstâncias. Pensar na caridade sem ser de cima para baixo, como sendo eu o bom e o outro o desgraçado. Somos seres que caminhamos lado a lado, todos necessitados do amparo recíproco. Temos momentos melhores umas vezes, de outras têm os outros.

O que não resulta, por certo, é fazer cobranças a outrem, porque é melhor convencermo-nos, em benefício próprio, que ninguém - mas mesmo ninguém - tem qualquer obrigação de ser caridoso connosco, mas, de facto, nós próprios temos a maior obrigação de ser caridosos com os demais, entendendo-os, perdoando o que houvesse a perdoar, agradecendo a quota de generosidade com que de uma forma ou de outra nos beneficiam...

E aí, caridade pode ser o silêncio de alguém que nos tolera algum desassossego.

OS AMIGOS
Às vezes, irreflectidamente, acreditamos que os nossos amigos são aqueles que jamais nos apontam os enganos, que nos dizem que somos os maiores do mundo, que nos batem nas costas, mesmo quando estamos quase a caminho de um colapso de consciência.

Caridade não é aplaudir, apoiar a asneira. É manter a fraternidade de, na altura certa, sem violência, dizer o que se pensa, mesmo que não nos seja perguntado directamente.

Dar mais espaço a alguém em caminhada acelerada para estertorosa queda não é ser seu amigo. Aparecer como se lhe desse apoio, isso não é ajudá-lo.

A caridade não exclui a disciplina nem uma conduta coerente, mas sem agressividade.

CARIDADE SOCIAL
A nossa tendência a tomar os conteúdos pela forma conduz a confusões como as de considerar que a prática da caridade para ser autêntica obriga a participar necessariamente - e em casos extremos até a criar - em obras de assistência social como orfanatos, hospitais, lares de idosos. Diz-se que o movimento espírita brasileiro passou a ser respeitado pelas obras dessa índole que foi criando com muito altruísmo. Até pode ser. Mas o facto é que o que dignifica mesmo, e passa uma boa impressão para quem não é espírita, é a conduta da pessoa em causa: o seu equilíbrio, a sua brandura, a sua paz, a sua capacidade de perdoar, numa palavra o seu timbre de caridade.

Esta virtude não nasce de fora para dentro, a partir de regulamentos: é manifestação afectiva de dentro para fora. A base da caridade assenta na sensibilidade, no conhecimento, no discernimento.

Depois, a caridade não tem rótulo. Não existe uma caridade espírita, outra budista, etc.. O amor em movimento - a caridade - é universalista, ajuda sem olhar a quem, levantando o ser para a dignificação de si próprio. É louvável matar a fome e a sede a quem a tem, inquestionavelmente. Mas proporcionar-lhe educação para prover a si próprio é o mais desejável. A maior caridade não será a divulgação do espiritismo?




sábado, 13 de novembro de 2010

MEDIUNIDADE


Acena-nos a antiguidade terrestre com brilhantes manifestações mediúnicas, a reportarem da História.
Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.
Reporta-se Plutarco ao encontro de Bruto, certa noite, com um dos seus perseguidores desencarnados, a visitá-lo em pleno campo.
Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fome, passou a viver, em Espírito, monodeizado na revolta em que se alucinava, aparecendo e desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.
Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.
Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos, freqüentemente, até que lhe exumaram os despojos para a incineração.
Todavia, onde a mediunidade atinge culminâncias é justamente no Cristianismo nasciturno.
Toda a passagem do Mestre inesquecível, entre os homens, é um cântico de luz e amor, externando-lhe a condição de Medianeiro da Sabedoria Divina.
E, continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se lhe mantiveram leais converteram-se em médiuns notáveis, no dia de Pentecostes ( Atos, 2:1 - 13 ), quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os emissários espirituais do Senhor, através deles produziram fenômenos físicos em grande cópia, como sinais luminosos e vozes diretas, inclusive fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas.
Desde então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram habituais.
Espíritos materializados libertavam-nos da prisão injusta (Atos, 5:18 - 20).
O magnetismo curativo era vastamente praticado pelo olhar (Atos, 3:4 - 6) e pela imposição das mãos (Atos,9:17).
Espíritos sofredores eram retirados de pobres obsessos, aos quais vampirizavam (Atos 8:7).
Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções (Atos,9:3 - 7). E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, procura Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede-lhe socorro para o companheiro que encetava a tarefa (Atos, 9:10 - 11).
Não somente na casa dos apóstolos em Jerusalém mensageiros espirituais prestam contínua assistência aos semeadores do Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em Antioquia, a mediunidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os médiuns aí reunidos, um deles, de nome Agabo (Atos,11:28), incorpora um espírito benfeitor que realiza importante premonição. E nessa mesma igreja, vários instrumentos mediúnicos aglutinados favorecem a produção da voz direta, consignando expressiva incumbência a Paulo e Barnabé. (Atos,13:1 - 4).
Em Tróade, o apóstolo da gentilidade recebe a visita de um varão, em Espírito, a pedir-lhe concurso fraterno (Atos,16:9 - 10).
E, tanto quanto acontece hoje, os médiuns de ontem, apesar de guardarem consigo a Bênção Divina, experimentavam injustiça e perseguição. Quase por toda à parte, padeciam inquéritos e sarcasmos, vilipêndios e tentações.
Logo no início das atividades mediúnicas que lhes diziam respeito, vêm-se Pedro e João segregados no cárcere. Estevão é lapidado. Tiago, filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada. Paulo de Tarso é preso e açoitado várias vezes.
A mediunidade, que prossegue fulgindo entre os mártires cristãos, sacrificados nas festas circenses, não se eclipsa, ainda mesmo quando o ensinamento de Jesus passa a sofrer estagnação por impositivos de ordem política. Apenas há alguns séculos, vimos Francisco de Assis exalçando-a em luminosos acontecimentos; Lutero transitando entre visões; Tereza d´Ávila em admiráveis desdobramentos; José de Copertino levitando ante a espantada observação do papa Urbano VIII, e Swedenborg recolhendo, afastado do corpo físico, anotações de vários planos espirituais que ele próprio filtra para o conhecimento humano, segundo as concepções de sua época.

- MEDIUNIDADE COM JESUS

“Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Daí gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”.
Foi esta a recomendação de Jesus a seus discípulos e com isto querendo dizer “... que ninguém se faça pagar daquilo que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar doentes e de expulsar demônios, isto é, os maus espíritos. Esse dom Deus lhes dará gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé. Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizesse dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida”.
Estas orientações dadas por Jesus continuam mais atuais do que nunca, porque a mediunidade evangelizada jamais poderá ser transformada em profissão ou fonte de rendas. (...) sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo”.
Deve-se compreender que a mediunidade só existe pelo concurso dos espíritos. “Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor da Seara da verdade e do amor.
Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos”.
“... Mediunidade não basta só por si. É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção”.
“O médium moralizado, que encontra na vivência evangélica a conduta de vida, é uma pessoa de bem, que procura ser humilde, sincero, paciente, perseverante, bondoso, estudioso e trabalhador. Cumpre o mandato mediúnico com amor”.
“... Ao exercício da mediunidade com Jesus, isto é, na perfeita aplicação dos seus valores a benefícios da criatura, em nome da caridade, é que o ser atinge a plenitude das suas funções e faculdades, convertendo-se em celeiro de bênçãos, semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana, na Terra”.
Aí está, como a prática mediúnica exerce um papel de renovação social. “... o espírito humano segue em marcha conveniente, imagem da graduação que experimenta tudo o que povoa o Universo, visível e invisível. Todo progresso vem na sua hora: a da elevação moral soou para a humanidade”. “E o médium evangelizado, exercendo o mandato com amor e espírito de serviço em benefício do próximo, contribui em grande escala para o progresso geral”.
No serviço da mediunidade, como traço de união entre o Céu e a Terra, o homem, sob a inspiração de Jesus, poderá apresentar as mais sublimes expressões de fraternidade, na prática de amar ao próximo como a si mesmo. Em síntese, diz Martins Peralva, em “Estudando a Mediunidade”, cap. XXIX, que os principais objetivos do exercício mediúnico com Jesus são. Para os encarnados:
Cooperação com os encarnados e desencarnados no serviço de reconforto e esclarecimento.
Auto-educação, pela renovação dos sentimentos, com aproveitamento das mensagens de elevado teor.
Construções de afeições preciosas no Plano Espiritual, ,consolidando, assim, as bases da cooperação e da amizade superior.

Para os desencarnados:
Preparação de facilidades para os que tiverem de reiniciar o aprendizado, pela reencarnação, mediante o auxilio aos atuais desencarnados.
Auxílio aos reencarnados e desencarnados no esforço de libertação das teias da ignorância e do sofrimento.
Transmissão, aos reencarnados, dos esclarecimentos edificantes dos grandes Instrutores que operam com Jesus na redenção da humanidade.
Estes objetivos sedimentarão, desta forma, a base para a multiplicação dos talentos recebidos e conquistados ao longo de multimilenar experiência. Não se pode esquecer, ainda, em termos de mediunidade, de que ela assume todas as características de exaltação divina, em Jesus. O Cristo cedo começou seu apostolado excelso, porquanto já aos doze anos estava entre os doutores d a lei, esclarecendo aos homens os valores da vida espiritual. Ao final da vida terrena deixou na Boa Nova a lição imortal do amor divino; entretanto, até hoje, os homens, em sua maioria, apenas se preocupam com os fenômenos e somente falam de sues “milagres”, sem se preocuparem em seguir os ensinamentos que deixou.
Quando os apóstolos não conseguiam os “milagres”, socorriam-se dele, e ele os incentivava a terem mais confiança em Deus, mais Fé do tamanho de um grão de mostarda.
Em Jesus como em seus continuadores encontram-se as mediunidades puras e espontâneas, como deve ser, distante de particularismos inferiores. Neles, estão os valores mediúnicos a serviço do Amor e da Sabedoria, exercidos com a mais elevada responsabilidade mora, segundo as propostas do Divino Mestre.
O Evangelho não é um livro de um povo, mas um CÓDIGO DE PRINCÍPIOS MORAIS, adaptável a todas as Pátrias, a todas as raças e a todas as criaturas, e representa a carta de conduta para a ascensão da consciência à imortalidade. Jesus empregou a mediunidade sublime como agente de luz eterna, exaltando a vida e aniquilando a morte, abolindo o mal e glorificando o bem, a fim de que as leis humanas se purificassem, se engrandecessem, se santificassem e se elevassem para integração com as Leis de Deus.

 PERDA E SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE

A faculdade mediúnica está sujeita a intermitências e a suspensões momentâneas tanto para as manifestações físicas, quanto para a escrita(inteligentes). Causas:
Livre arbítrio dos Espíritos que se comunicam.
Impossibilidade dos Espíritos.
Uso que o médium faz de sua faculdade mediúnica influi sobre os bons espíritos; futilidades, ambição.
Provar o médium, a sua paciência , a sua perseverança.
Estimular o estudo, a prece e a meditação.
Vide n°220.Livro dos Médiuns de A Kardec.
Ainda a respeito da perda e suspensão da mediunidade.

Podem ser de três categorias as causas que determinam a perda ou suspensão da mediunidade:
1-Advertência: Quando os Espíritos que sempre se comunicam por um médium deixam de fazer, para provar ao médium e a todos, que eles são indispensáveis para que haja a comunicação e que o seu concurso simpático nada se obtém.
No mais das vezes, tal atitude se prenda à forma qual o médium vem se conduzindo, deixando a desejar sob o ponto de vista moral e doutrinário. “Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e ainda menos, para a satisfação de suas ambições, mas para dar a conhecer aos homens a verdade. Se os Espíritos verificam que o médium já não corresponde às suas visitas e, já não aproveita das instruções nem dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de protegido mais digno.”(Idem, 3ª questão.)
Geralmente este tipo de suspensão é por algum tempo, e a faculdade volta a funcionar, cessada a causa que a produziu.

2-Benevolência: Quando as forças do médium estão esgotadas e seu poder de defesa fica reduzido, para que não caia como presa fácil nas mãos dos obsessores, sua faculdade é suspensa, temporariamente, até que volte ao seu estado normal e a possa exercitar com eficiência. Assim, a interrupção da faculdade nem sempre é uma punição; demonstra às vezes a solicitude do Espírito para com o médium a quem consagra afeição, tendo por objetivo proporcionar-lhe um repouso material de que o julga necessitado, caso em que não permite que outros espíritos o substituam”. (Idem, 5ª questão).
“Por que sinal de pode reconhecer a censura nesta interrupção? - Interrogue o médium a sua consciência e inquira de si mesmo qual o uso que tem feito da sua faculdade, qual o bem que dela tem resultado para os outros, que proveito há tirado dos bons conselhos que se lhe têm dado e terá a resposta.” (Idem, 10 questão.).
Mas, quando os bons Espíritos se afastam por acharem que um médium não está agindo corretamente, isto não seria falta de caridade ? Inicialmente eles sempre advertem os médiuns com ensinos que estes nem sempre tomam para si mas sim, endereçam às pessoas de seu círculo de relações. Várias são as tentativas que lhes fazem no sentido de evitar que o médium caia, mas, desde que o mesmo se torne rebelde aos avisos de disciplina, estudo, preparo doutrinário e contudo deixarem de se interessar pela sua sorte. Velam à distância, ainda aqui continuam a amparar o decaído de longe, esperando a primeira oportunidade de reabilitação para incentivarem-no a aproveita-la. Fazem o papel do pai que diante de filho teimoso que por toda a lei quer por a mão no fogo, apesar dos conselhos e explicações, deixam que ele sofra as conseqüências para aprender.
Os mentores espirituais não abandonam o médium que tem a sua faculdade suspensa. “O médium se encontra então na situação de uma pessoa que perdesse temporariamente a vista, a qual, não deixaria de estar rodeada de seus amigos, embora impossibilitado de os ver.” (Idem, 8ª questão).

3-Provação: Quando o médium, apesar de se conduzir com acerto, ter merecimento por boa conduta moral e não necessitar de descanso, tem suas possibilidades mediúnicas diminuídas. Com que fim isto ocorre? “Servem para lhes pôr a paciência à prova e para lhes experimentar a perseverança. Por isso é que os Espíritos nenhum termo em geral, assinam à suspensão da faculdade mediúnica; é para verem se o médium descoroçoa. É também para lhe dar tempo de meditar as instruções recebidas. Por essa meditação dos nossos ensinos é que reconhecemos os espíritas verdadeiramente sérios. Não podemos dar esse nome aos que, na realidade, não passam de amadores de comunicações”. (Idem. 5ª questão) Vê-se, por esta resposta que a finalidade da comunicação é a de instruir as criaturas humanas de como devem se comportar na vida, a fim de evitar os seus percalços e deles saber tirar o bom resultado quando são inevitáveis.
Meditar, significa ler com atenção; procurar entender o verdadeiro significado do que lê, pensar cuidadosamente sobre o que aprendeu e buscar aplicar o aprendido. Eis os objetivos que o médium deve atingir.
No caso de não mais funcionar a faculdade mediúnica, isto jamais se deve ao fato de o médium ter encerrado a sua missão, como de costuma dizer, porque toda missão encerrada com sucesso, é prenuncio de nova tarefa que logo se lhe segue e assim sucessivamente. O que ocorre nestes casos é perda por abusos da mediunidade ou por doença grave.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CAMPANHA NA CAMPANHA

Aproxima-se mais um natal, e como em todos os anos, campanhas e mais campanhas fervilham nos templos de todas as religiões cristãs, sempre direcionadas as crianças pobres e as familias menos afortunadas,em nome do social e da caridade cristã.

«Campanha», além de outros significados na sinonímica, pode também figuradamente expressar «esforço para conseguir alguma coisa».

Possuímos, desse modo, campanhas múltiplas no terreno da solidariedade, como simples dever; todas, porém, rogando a campanha da indulgência, no âmago de si mesmas.

Ouçamos, assim, o que nos diz semelhante campanha íntima.

-Ajuda a construir o templo de tua fé, mas não creias que os outros devam crer conforme crês.

-Ergue um lar que recolha os infortunados da via pública; entretanto, não expulses do coração as vítimas do mal, para que o mal não as aniquile.

-Agasalha a epiderme desnuda do companheiro; todavia, não exponhas a vida do próximo às rajadas mortíferas da censura.

-Estende o prato reconfortante ao faminto; contudo, não te falte apoio moral para os sedentos de compreensão.

-Traze a cadeira de rodas à necessidade do paralítico; no entanto, não deixes de levantar os caídos em desapreço.

-Protege os obsidiados como puderes, mas desculpa incondicionalmente os amigos perturbados da própria rota, quando te compliquem a experiência.

-Dá remédio aos enfermos; entretanto, não negues algum bálsamo de esperança aos corações tombados no vício.

-Ampara a criança menosprezada; contudo, não a escravizes à tua exigência.

-Promove a pregação da virtude; no entanto, atende ao culto incessante da gentileza para com todos, começando da própria casa.

-Presta serviço aos irmãos do caminho, mas não lhes cobres favores especiais.

-Pede a colaboração alheia, somente após teres efetivado a tua colaboração, afinal, é muito facil fazer caridade somente com os valores alheios.

-Realmente, em quaisquer campanhas de redenção, não te despreocupes da campanha da indulgência na campanha a que te afeiçoes.

-Indulgência exprime «entendimento» e «entendimento» quer dizer «simpatia fraterna».

-Jesus, entre os homens, partilhou campanhas , inclusive aquelas do amor pelos inimigos e da oração pelos que perseguem e caluniam.

-Entretanto, fosse na tolerância aos sarcasmos da rua ou no perdão aos ingratos, em momento algum se esqueceu da própria consagração à campanha da bênção.