sábado, 3 de setembro de 2011

MEDIUNIDADE EM EPOCA DE TRANSIÇÃO

Na fase de transição que ora vivenciamos, tudo está instável, como em análise.
 É como acontece durante a reforma de um edifício.
 Materiais são avaliados, retirados e atirados fora.
 Outros são aproveitados na nova construção.
É possível perceber em tudo uma espécie de aceleração, de recrudescimento dos acontecimentos na movimentação da própria vida, como a indicar que o momento não mais comporta acomodação nem omissão.
A hora é de decisões e de atitudes.
Ou cuidamos para que nossos “materiais” espirituais e vivenciais estejam em condições de ser aproveitados na nova construção, ou nos conformamos em ser atirados fora, ficando a aguardar novas primaveras no bojo do tempo, tendo em vista o crescimento que, neste momento de transição, é exigido de todos nós.
Podemos entender também que situação semelhante acontece com relação à mediunidade, ou melhor, à sua prática.
Daí este convite para refletirmos juntos, avaliarmos, repensarmos e buscarmos novos e melhores caminhos.
Conforme alertam irmãos maiores, há muitas coisas a mudar, outras a reforçar e outras ainda a eliminar para que as comunicações entre os dois mundos venham a cumprir mais amplamente as suas sublimes finalidades.
Sem qualquer intenção de orientar, tendo em vista a nossa insuficiência, queremos apenas alertar, amparados nas informações e exortações provenientes da dimensão espiritual.
Vamos então refletir juntos?
Poderíamos comparar as práticas espíritas a uma carroça puxada pelos progressistas, tendo na retaguarda os ortodoxos pisando fundo no freio.
Na verdade, tal composição é importante para que essa carroça não corra depressa demais, podendo perder-se nos descaminhos.
Mas como todo excesso é prejudicial, entendemos que os do freio estão pisando fundo demais, travando um progresso mais que necessário.
Então vamos encontrar um movimento espírita atuando, em muitas das suas ações, no mesmo formato de 40 anos atrás.
Se, conforme a codificação do Espiritismo, já estamos ensaiando os primeiros passos nessa transição de “provas e expiações” para “mundo de regeneração”, devemos lembrar que transição pede mudanças. Assim, o que é necessário fazer?
Permanecer como antes ou participar ativamente para que ela se dê mais depressa e de forma mais fácil?
Surge então uma pergunta: o que é necessário mudar?
“Sem exageros, vivemos um tempo em que as comportas mediúnicas, a despeito de estarem em plena movimentação, não permitem que a linfa cristalina da imortalidade goteje com a necessária abundância por suas frestas, para dessedentar o homem aprisionado ao deserto das paixões materiais...”
“Vivemos uma nova proibição mosaica como a do Velho Testamento!
 Proibição essa mais nociva que a dos velhos textos hebreus, porque não se faz por decretos formais, passíveis de serem revogados, mas sob a coação impiedosa do preconceito sutil, das convenções estéreis e de sofismas aprisionantes – hábitos de difícil extirpação da mente humana.”
“Um clamor ao serviço abnegado e consciente na regeneração da humanidade em ambas as esferas de vida, formação de frentes corajosas de amor, tarefas maiores de libertação e asseio psíquico da Terra.
 Eis os desafios delegados pelo Cristo a todos que O amam.
Desafios que, em muitas oportunidades, são substituídos pela atitude impensada da acomodação...”
“Enquanto inúmeros aprendizes da mediunidade optam pelo fascínio da mordomia para servirem, preferindo o serviço mediúnico distante do sacrifício e nos braços do convencionalismo, Jesus conta com os destemidos, dispostos à segunda milha das ações que ultrapassam o comodismo inspirado na rigidez da pureza filosófica.”
“O sentimento da imortalidade precisa ser construído na intimidade do homem reencarnado.
É instrução a serviço da espiritualização.
Essa instrução, no entanto, carece de aplicação prática que retrate quanto possível a realidade imortal.
Daí o imperativo de vivências mediúnicas incomuns, para além dos rígidos padrões de segurança e utilidade consagrados pela comunidade doutrinária.”
Diante disso presisamosobservar algumas situaçãoes que presisam ser repensadas
1- acultura do milindre nos meios espiritas gerou situações em que o medium se nega a receber espirito mais elevado, para não acabar sendo "fritado" peloscompanheiros do  grupo, quando deveria ser fiel ao mandato que lhe confiaram, mesmo que isto significasse o calvário.
2 – Os grupos mediúnicos deveriam trabalhar intensamente para erradicar os melindres.
 Além de prejudiciais aos próprios trabalhos, escondem em seu bojo o orgulho e a vaidade.
3 – Enquanto alguns médiuns se sentiriam inflar de vaidade por “receber” espíritos ilustres, outros adotam a cultura da indignidade que vige nos meios espíritas: “Quem sou eu para receber tal espírito?”, “Imagine eu psicografando com espíritos como fulano ou sicrano”...
Será que o melindre, a vaidade ou a cultura da indignidade poderão servir aos propósitos evolutivos da espiritualidade?
Não seria mais coerente os médiuns e os grupos mediúnicos se esforçarem mais pelo próprio crescimento interior, a fim de se apresentarem como instrumentos adequados a comunicações com espíritos de mais elevada estirpe?
 Certamente é o caso de esses grupos começarem a desenvolver mais ações e de forma mais intensa, visando melhorar o nível espiritual dos seus membros para que os comunicantes possam encontrar instrumentos à altura.
Um grupo mediúnico que consiga eliminar os melindres, gerar afetividade entre seus membros e realizar, ao término de cada sessão, análise das manifestações, com sinceridade, mas com muito amor, evitará que seus médiuns se façam portadores de mistificações e de animismo em níveis prejudiciais.
Na verdade, há muitas coisas a serem repensadas, outras a serem mudadas, e outras ainda a serem aprendidas, para que as comunicações entre nós e o mundo espiritual venham a cumprir mais amplamente as suas sublimes finalidades.
P.Moryah.







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