quarta-feira, 7 de setembro de 2011

HOMOSSEXUALISMO o debate continua

O Espiritismo, não sendo uma religião tradicional, não prescreve estilos de vida nem tem listas de comportamentos proibidos ou permitidos. A homossexualidade não foi objecto de estudo na Codificação Espírita. No entanto, é impossível ignorar que milhões e milhões de pessoas possuem essa orientação sexual. Condenar está evidentemente fora de questão, porque a Doutrina Espírita segue a moral cristã, que põe o amor ao próximo acima de qualquer outro valor moral. O Espiritismo não opta também por ignorar o assunto, e, como doutrina de livre pensamento, aceita este como tema de debate. A Humanidade está ainda longe de entender o porquê da orientação sexual homossexual. Mas o Espiritismo ajuda a fazer luz sobre a questão.
Para que não passe despercebido o Editorial da Revista Espírita online "O Consolador":
Na questão sexual, o que se deve evitar é a promiscuidade
Há no meio espírita quem entenda ser precipitada e pouco caridosa a divulgação da ideia de que uma mudança na orientação sexual é possível, por meio de tratamento psicológico, às pessoas que transitam pela experiência da homossexualidade.
É preciso, porém, entender que esse pensamento não surgiu do nada e que há dois autores, ambos médicos e bastante conceituados, que se manifestaram a respeito.
Um deles é o Dr. Robert Spitzer, psiquiatra americano, docente na Universidade Colúmbia, que apresentou à Associação Americana de Psiquiatria, dez anos atrás, em 2001, um estudo no qual afirma que 66% dos homens e 44% das mulheres por ele tratados conseguiram, efetivamente, com sua ajuda, mudar de orientação sexual, passando de homossexuais a heterossexuais.
O outro autor é o conhecido médico e confrade Dr. Jorge Andréa, que escreveu em 1980, ou seja, muito antes do estudo do Dr. Spitzer, que é, sim, possível ao homossexual que o queira ter um relacionamento estável com pessoas de sexo diferente. Para consegui-lo, é necessário em primeiro lugar, além da vontade, que se abstenha dos relacionamentos homossexuais.
Ao divulgar o pensamento acima não queremos com isso dizer que seja a homossexualidade uma doença, ou um desvio de conduta, ou simples opção sexual.
Não; a homossexualidade, tal como já o declarou a Organização Mundial de Saúde, não é doença, e exatamente por isso é que não devemos utilizar o vocábulo “homossexualismo” mas sim homossexualidade, quando nos referimos ao tema.
Todas as questões que envolvem a sexualidade estão, em verdade, intimamente ligadas à alma – ou Espírito encarnado – e nada têm que ver, no tocante a suas causas, com o corpo.
O Espírito, como aprendemos na doutrina espírita, pode reencarnar em um corpo de homem ou de mulher e, quando está desencarnado, pouco lhe importa isso, pois o que o guia – segundo o Espiritismo – são as provas pelas quais haja de passar
Ao longo dos milênios, o Espírito passa por fieira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. O homem e a mulher serão, assim, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.
Em face disso, o Espírito em trânsito da experiência feminina para a masculina, ao envergar o corpo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, embora esteja reencarnando em corpo masculino, verificando-se o mesmo com referência à mulher em idêntica situação.
A transição a que nos referimos faz parte do processo evolutivo, mas Emmanuel e outros autores respeitados em nosso meio informam também que o homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, pode ser, em muitos casos, induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos. Evidentemente, o mesmo pode ocorrer com a mulher que tenha agido de igual modo.
Esse fato, chamado por muitos – inclusive por Chico Xavier – de inversão sexual, em que uma alma feminina enverga um corpo masculino, e vice-versa, pode dar-se também nos casos em que Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores espirituais a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Emmanuel refere-se a isso no seu livro Vida e Sexo.
O assunto, obviamente, não escapou a Allan Kardec, que aditou ao caso uma informação muito importante, conforme podemos ler na Revista Espírita de 1866, págs. 2 a 4.
Segundo o Codificador do Espiritismo, a influência que o Espírito encarnado sofre do organismo não se apaga imediatamente após a destruição do invólucro material, assim como não perdemos instantaneamente os gostos e os hábitos terrenos. Pode acontecer, então, que o Espírito percorra uma série de existências no mesmo sexo, o que faz com que durante muito tempo possa conservar, na erraticidade, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa.
Se essa influência se repercute da vida corporal à vida espiritual, o fato se dá também quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Assim, numa nova encarnação trará ele o caráter e as inclinações que tinha como Espírito. Mudando de sexo, poderá então conservar os gostos, as inclinações e o caráter inerentes ao sexo que acaba de deixar, o que explica o fato de existirem mulheres másculas que se comportam como verdadeiros homens, e vice-versa, independentemente de manterem ou não relações homossexuais.
Voltando ao tema inicial, observe-se que nenhum dos autores mencionados falou em mudança de condição na totalidade dos casos. No caso dos homens que procuraram o Dr. Spitzer, o percentual não passou de 66% e, quanto às mulheres, foi ainda menor.
Ora, não é difícil, à vista das informações acima, entender por que isso se dá, pois é bem provável que o fato só seja realmente possível nos casos em que se verifica a chamada transição normal citada por Kardec, Emmanuel e outros autores.
Nos casos de inversão sexual, sobretudo os motivados por processos expiatórios, é evidente para nós espíritas que essa mudança não é desejada por ninguém, nem será possível. Em apoio a este pensamento podemos lembrar aqui o caso de um conhecido apresentador de TV, recentemente falecido, que contou ao público a conversa que teve com Chico Xavier. Segundo ele relatou, seu caso era um desses chamados de inversão sexual: corpo de homem, psicologia feminina. Chico Xavier lhe teria, então, recomendado ater-se a um relacionamento homossexual estável, evitando a promiscuidade, porque essa, sim, é que deveríamos rejeitar sempre, parta ela de heterossexuais ou de homossexuais


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