sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ESPÍRITAS AMAI-VOS

Quase ao final da XV semana espírita de icoarací, após as tres palestras iniciais, de ouvir tantas coisas bonitas sobre a vivencia em cristo e a fraternidade universal, me ponho a refletir sobre a profundidade e a beleza da visão espírita, a qual o movimento espirita ensina tão bem, mais que tão pouco pratica.
Um dia destes, estava lendo que uma irmã fez a seguinte pergunta ao grande trabalhador e escritor Palhano Junior: Por que será que os espíritas se digladiam tanto por cargos, até mesmo naqueles grupos minúsculos que ficam lá onde Judas perdeu as botas?... Ao que bem-humorado, como sempre, o inteligente escritor respondeu com uma risadinha marota: - "A briga é pelo poder sobre as almas, minha cara. Muitos espíritas ainda se alimentam da autoridade clerical que tinham, quando nas fileiras do catolicismo. O poder vicia."
É vero, muitas vezes agimos como navegantes incautos e não percebemos o risco do naufrágio certo que nos aguarda. Teimamos em fazer ouvido de marcador ( nome que se dava ao carrasco que marcava os ladrões com ferro em brasa, indiferente aos seus gritos de dor.) a conclamação do Espírito de Verdade-"Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento" bem como indiferentes a terna advertência de José, Espírito Protetor, a nos lembrar que "a indulgência atrai, acalma, reergue, ao passo que o rigor desencoraja, afasta e irrita.
"Até quando continuaremos atraídos pelo canto da sereia?
Infelizmente temos notado que as brigas por cargos e para demonstrar quem manda, em alguns lugares já está sendo notada por pessoas que se dirigem a casa espírita para receberem o amparo que necessitam, numa clara demonstração do despreparo de alguns dirigentes para lidar em situações desta natureza, quando deveriam ser eles os primeiros a darem o exemplo de humildade e fraternidade.. Há que se ter humildade para repensar nossas práticas doutrinárias, reconhecer equívocos, resgatar a doutrina simples e libertária de Jesus, substituir a frieza dogmática que tem nos engessado pela convivência fraterna, calorosa e solidária que nos identificará, de fato, como cristãos redivivos. Nas Casas Espíritas, dirigentes preocupados apenas em dirigir e coordenadores tão somente concentrados em coordenar, esquecem o essencial: AMAR.
È lamentável que alguns irmãos espíritas ainda procurem as suas instituições para praticar apenas trabalhos que possam satisfazer os seus interesses vaidosos. Como temos notado em algumas casas, chega a ocorrer uma disputa pelo atendimento fraterno, mas se for oferecido a todos estes trabalhadores uma troca de serviço, como o trabalho no passe isolado ou nas cabines muitos não aceitarão. Há espíritas que mesmo ocupando cargos de direção ( onde na nossa opinião deveriam ficar a disposição para resolverem os problemas que aparecerem) decidem fazer bicos em todos os setores.Há casos de dirigentes que trabalham no mesmo dia em 3 funções diferentes,
Não é segredo também que muitos palestrantes não frequentam as palestras de outros colegas seus. Só vão em dias de palestras quando ele é que vai ser o orador...Claro que há há exceções para tudo o que comentamos acima..
Valei-nos Chico Xavier! Quanta saudade da mediunidade a serviço do amor, do consolo aos desesperados de toda a sorte e não a serviço dos interesses egoísticos e do culto a vaidade...
Graças ao Bom Pai os tempos inquisitoriais já se foram, mas ao que parece alguns de nós ainda trazemos no intimo do nosso ser resquícios desta era vergonhosa. É tudo o que os opositores espirituais que combatem os que procuram difundir os ensinamentos evangélicos do Cristo querem que aconteça, que continuemos a fornecer a eles o pasto necessário a sua subsistência e muitos de nós, infelizmente caimos como patinhos nas sua armadilhas.
"Espíritas! Amai-vos”, o dia em que colocarmos em prática este ensinamento do Espírito de Verdade, certamente faltará alimento para os opositores aos ensinamentos de Jesus e as Casas Espíritas serão na sua essência, verdadeiras escolas e hospitais de almas destituídas de qualquer prática de vaidade por nós que pretendemos ser os trabalhadores do Cristo...


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