quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ESPINHOS DA MEDIUNIDADE


Todos nós sabemos da grande responsabilidade que se assume no dia em que participamos de uma sessão espírita pretendendo o posto de interprete dos Espíritos.

É natural o desejo de ser médium, de praticar o intercâmbio com o mundo dos Espíritos, de sustentar conversações com os nossos Guias Espirituais ou os nossos seres amados que partiram para o Além.

Mas, o que muitos de nós ignoram é que os frutos bons que a mediunidade venha a dar dependem, dentre muitos outros quesitos importantes, do modo pelo qual ela é desenvolvida.

Em verdade, a mediunidade não carece de ser provocada. Ela se apresentará naturalmente, em época oportuna, suave ou violentamente, conforme as faixas vibratórias que então nos envolvam, trate-se de espíritas ou de adeptos de outras religiões.

Tratando-se de pessoa ponderada, estudiosa, fiel à idéia de Deus, dotada de boas qualidades morais, a mediunidade desponta, freqüentemente, com suavidade, pelos canais da fé e do auxilio ao próximo.

Indicam que esses são os médiuns mais seguros porque espontâneos, cuja faculdade floresceu em tempo preciso, sem necessidade de longos períodos, incômodos e muitas vezes contraproducentes, das provocações do desenvolvimento.

Muitos dos que insistem no desenvolvimento mediúnico asseveram que determinado Espírito lhes afiançou que são médiuns dessa ou daquela especialidade; psicógrafos, de incorporação, de vidência, etc. No entanto, os mestres da Doutrina Espírita, com Allan Kardec e Leon Denis à frente, e os Instrutores Espirituais que merecem fé ( porque há os pseudo-mentores espirituais) desde sempre observaram que "não há nenhum indício pelo qual se reconheça a existência da faculdade mediúnica. Só a experiência pode revelá-la. Mesmo que tal faculdade seja de psicografia, de incorporação ou outra qualquer.

Poderemos, certamente, experimentar as nossas potencialidades. Mas, a prática tem demonstrado que a experiência não deverá ultrapassar de alguns poucos meses, caso nada se obtenha nesse período, justamente para que a faculdade eventual seja protegida contra a invasão de fenômenos outros, também psíquicos, mas não mediúnicos; fenômenos que o linguajar moderno trata de parapsicológicos, e aos quais nós outros até agora temos denominado de animismo, personismo, auto-sugestão, etc.

O imoderado desejo de ser médium vai às vezes ao ponto de se exercitar a vidência. Ora, a vidência é a faculdade melindrosa por excelência, que não poderá suportar tal tratamento sem sofrer sérios distúrbios. De modo algum pode ser provocada, a menos que se deseje sugestionar-se de que está vendo alguma coisa, elaborando então os chamados clichês mentais, a ideoplastia ( a idéia plasmada na mente pela vontade).É bom não esquecer que o pensamento é criador, constrói, realiza, mesmo que não concretize materialmente aquilo que mentaliza ( ver o capítulo VIII de "O Livro dos Médiuns).

A respeito desses espinhos que às vezes laceram os que tentam a mediunidade, fez o sábio analista Ernesto Bozzano preciosas observações em seu elucidador livro "Pensamento e Vontade"; Leon Denis, o continuador de Allan Kardec, em seu compêndio "No Invisível", brinda-nos com esclarecimentos substanciosos, enquanto Kardec, além das lições gerais, diz o seguinte sobre a vidência: "A faculdade de ver os Espíritos pode, sem dúvida, desenvolver-se, mas é uma das que convém esperar o desenvolvimento natural, sem o provocar, em não se querendo ser joguete da própria imaginação. Quando o gérmen de uma faculdade existe, ela se manifesta de si mesma. Em princípio, devemos contentar-nos com as que Deus nos outorgou, sem procurarmos o impossível, por isso que, pretendendo ter muito, corremos o risco de perder o que possuímos.

Quando dissemos serem freqüentes os casos de aparições espontâneas, não quisemos dizer que são muito comuns. Quanto aos médiuns videntes, propriamente ditos, ainda são mais raros e há muito que desconfiar dos que se inculcam portadores dessa faculdade. É prudente não se lhes dar crédito, senão diante de provas positivas(...)."

Da advertência do mestre insigne, deduzimos, portanto, que é absurdo ( a experiência vem demonstrando que assim é) fazer exercícios visando ao desenvolvimento da vidência, bem como entregar-se a professores de vidência.A vidência é manifestação espírita como qualquer outra e, portanto, os seus registros devem ser examinados por pessoas competentes e experientes, que os passarão pelo crivo da razão e do bom senso, a fim de serem aceitos.

Pouco sabemos ainda sobre a mediunidade. Intensamente, porem, sentimos e presenciamos os seus efeitos. Achamo-nos ainda nas preliminares da questão, não obstante datar a mediunidade de todos os tempos, o que revela ser um dom outorgado por Deus. Mas, o que dela se sabe, apesar da ignorância em que nos encontramos a seu respeito, já cabe em vários volumes, como realmente vem cabendo, pois diversos livros existem sobre o magno assunto.

Uma das mais importantes faces da mediunidade, e que não podemos ignorar, porque o Alto disso nos esclarece e a observação confirma, é que a prática da Caridade e do Amor para com o próximo não somente é indispensável ao bom desenvolvimento da faculdade, mas também garantia poderosa ao seu exercício feliz. Não, certamente, a prática de uma caridade de fachada, interesseira, mas sim inspirada no verdadeiro sentimento do coração. Desse modo, o candidato a interprete do mundo espiritual deve iniciar o seu compromisso não só pela freqüência às sessões mediúnicas, mas pela prática do Bem, pelo auxílio ao sofredor, alem do estudo consciencioso e do empenho em prol da reforma moral gradativa de si mesmo.

Agindo assim, no momento em que advenham os sinais indicadores de que realmente possui faculdades a desenvolver, estas se apresentarão suavemente, sem choques, por se acharem protegidas pelas faixas vibratórias da Caridade.

E será bom repisar: convém não precipitar o desenvolvimento mediúnico. O seu progresso é lento; a mediunidade, ao que tudo indica, desdobra-se, indefinidamente, e um médium nunca estará completamente desenvolvido, mormente nos dias penosos da atualidade, quando mil problemas se entrechocam ao seu derredor. Quanto mais a cultivarmos, com submissão às leis divinas, mais ela se ampliará, crescerá no rumo dos conhecimento espirituais.

Não existem, pois, médiuns extraordinários, não existem eleitos na mediunidade. Por conseguinte, não nos devemos fanatizar pela mediunidade, endeusando os médiuns como se fossem homens e mulheres à parte na escala humana. Eles são apenas instrumentos, ora bons, ora maus, das forças invisíveis do Além, consoante o modo pelo qual dirijam os próprios atos cotidianos. E deixarão de ser médiuns se os Espíritos não mais puderem ou quiserem se servir deles.

Convém, pois, que os candidatos ao mediunato meditem bastante ao se aprestarem para o papel que representarão na seara de Jesus, o Mestre por excelência. A mediunidade é, certamente, um dom, entre os muitos que Deus concede às almas criadas à sua imagem e semelhança. E a um dom de Deus devemos, necessariamente, amar, respeitar e cultivar








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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CURAS INSTANTANEAS



Allan Kardec, na "Revista Espírita" de março de 1868, publicou um ensaio teórico sobre as curas instantâneas, ressaltando que se tratava ainda de um tema em estudo, até que o mesmo tivesse recebido a sanção da lógica e da opinião geral dos Espíritos.

Mas, os pontos apresentados por Allan Kardec, abaixo relacionados, merecem profundas reflexões de nossa parte, pelo bom senso notável com que foram redigidos e pela perfeita concordância tanto com os itens anteriormente apresentados, quanto com os princípios do Espiritismo:

AS INFLUÊNCIAS DO MÉDIUM CURADOR SOBRE OS FLUÍDOS: As qualidades do fluído curador, verdadeiro agente terapêutico, variam conforme o temperamento físico e moral dos indivíduos que o transmitem;

FATOR CONDICIONANTE DA CURA: A cura depende, em princípio, da adequação das qualidades do fluído à natureza e à causa do mal. Eis porque um médium curador não consegue curar todos os males;

EXPIAÇÕES E PROVAS: Na maioria dos casos, as moléstias são expiações do presente ou do passado, ou provações para o futuro; são dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas até que tenham sido resgatadas. Assim, não pode ser curado aquele que deve suportar sua provação ou sua expiação até o fim. Este princípio é um motivo de resignação para o doente, mas não para que o doente não mereça a ajuda médica ou dos seus semelhantes;

A AÇÃO FÍSICA DOS FLUÍDOS: Certas doenças têm sua causa original na alteração dos tecidos orgânicos. Assim, a cura das moléstias desta natureza, pela ação de um fluído impalpável, impulsionado pela vontade, depende da substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas sadias. Trata-se, na realidade, da reparação de uma desordem orgânica pela introdução, no órgão doente, de materiais sãos, substituindo os materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos, remédios ou pelo fluído magnético, que é matéria espiritualizada;

A CURA GRADUAL: No caso de substituição molecular, necessária ao restabelecimento do equilíbrio, só se pode operar gradualmente, e não por encanto.. Assim, a cura resulta de uma ação contínua e perseverante, mais ou menos longa, conforme a gravidade dos casos;

AS CURAS INSTANTÂNEAS: As curas instantâneas não se dão indistintamente para todas as doenças, nem para todos os indivíduos;

A AÇÃO DO MAU FLUÍDO: Certas afecções, mesmo muito graves e passadas ao estado crônico, devem-se à presença de um mau fluído, que desagrega as moléculas orgânicas e perturba a sua ordem. Todos os órgãos estão em bom estado, mas o mau fluído impede o bom funcionamento; os órgãos estão sadios, mas a pessoa sente-se doente pela ação do mau fluído;

OS FLUÍDOS PERNICIOSOS: A situação anterior explica grande número de doenças, cuja origem é devida aos fluídos perniciosos penetrados no organismo;

A EXPULSÃO DOS MAUS FLUÍDOS: Para se obter a cura, não se trata de substituir moléculas deterioradas, mas de expulsar o mau fluído, que é a causa do mal, permitindo que o equilíbrio se restabeleça e que as funções retornem ao seu curso normal;

AS LIMITAÇÕES DA MEDICINA TERAPÊUTICA: Nas doenças decorrentes da ação de um mau fluído, os medicamentos terapêuticos, que agem sobre a matéria, não têm eficácia e são inoperantes sobre o agente fluídico causador de inúmeras doenças. A Medicina terapêutica, nestes casos, falha contra os agentes fluídicos;

A SUBSTITUIÇÃO DOS FLUÍDOS: Ao mau fluído deve-se opor um fluído melhor e mais poderoso. O bom fluído infiltrado no órgão doente expulsa o fluído mau que perturba o seu funcionamento;

A AÇÃO DO BOM FLUÍDO: Dependendo da qualidade do bom fluído, a expulsão do mau fluído pode ser rápida e o doente sentir-se imediatamente aliviado. Não estando mais congestionado, o órgão volta ao seu estado normal e retorna as suas funções naturais. Isto explica as curas instantâneas, promovidas pela ação magnética;

SÍNTESE: Em resumo, pode-se dizer que quando o mal exige a reparação de órgãos alterados, necessariamente a cura é lenta e requer uma ação contínua e um fluído de qualidade especial. Quando se trata da expulsão de um mau fluído, a cura pode ser rápida e, mesmo, instantânea;

NUANÇAS INFINITAS E CAUSAS MÚLTIPLAS: Entre os dois casos acima citados: o de alteração das moléculas orgânicas, que exige a reparação e a substituição das moléculas deterioradas, e o de infiltração de um fluído mau nos órgãos sãos, que exige a expulsão desse mau fluído pela aplicação de um bom fluído, existem nuanças infinitas. Em muitos casos de doenças, as duas causas existem simultaneamente, em diferentes graus, e com mais ou menos preponderância de cada uma, tornando-se necessário, ao mesmo tempo, expulsar o mau fluído e reparar as moléculas deterioradas. A cura só será completa após a destruição dessas duas causas;

TRATAMENTOS TERAPÊUTICOS COM TRATAMENTOS FLUÍDICOS: Quando se trata de reparar desordem orgânica e de expulsar o mau fluído para se obter a cura, os tratamentos terapêuticos, muitas vezes, precisam ser complementados por tratamentos fluídicos;

A CURA INSTANTÂNEA É RARA: A cura instantânea radical e definitiva é um caso excepcional e raro, porque a expulsão do mau fluído não se completa no primeiro golpe e porque geralmente a causa fluídica está acompanhada de alguma alteração orgânica;

O TRATAMENTO DESOBSESSIVO: Os casos de doença por infiltração de maus fluídos em órgãos sadios, muitas vezes, ligam-se à obsessão exercida por maus Espíritos. Assim, para se obter a cura, é preciso tratar, ao mesmo tempo, do doente e do Espírito obsessor;

A COMPLEXIDADE DOS TRATAMENTOS: Essas considerações mostram quantas coisas há que se levar em conta no tratamento das moléstias, e quanto ainda resta para se aprender a tal respeito.



A L L A N  K A R D E C

Estudando as obras Kardequianas aprendemos todas as realidades espirituais, inclusive as da mediunidade curadora, que é praticada com a imposição das mãos, contando com a participação dos bons Espíritos, e envolvendo aspectos tipicamente religiosos como a permissão de Deus, a prece, a fé e as virtudes morais.

Estudando as obras de Allan Kardec não faremos mais confusões nem misturas com o Magnetismo nem com os magnetizadores, que realizam algumas práticas pessoais estranhas à Doutrina dos Espíritos.

Enfim, conhecendo estas obras, preservamos o Espiritismo na sua pureza doutrinária.




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

VICIO RADICAL

"A batalha mais difícil a ser travada ocorre no teu mundo íntimo."
Joanna de Ângelis

Ele reside em nossa casa interior e o conhecemos muito bem!...

Acompanha-nos desde prístinas eras e estamos, portanto, familiarizados com ele: é o árbitro impiedoso das paixões dissolventes: alucina e envilece...
 É herança do primarismo animal e constitui-se no maior adversário de nossa evolução.
 É sombra em nosso entendimento em forma de vaidade, e tóxico em nosso raciocínio na feição de orgulho.
 É veneno em nosso coração, sob a máscara do ciúme, e fogo em nossa Alma, sob a agressiva capa da revolta.
Antítese da solidariedade, constitui-se nosso estrênuo adversário, corroendo-nos as "carnes" da alma e fomentando a hecatombe coletiva, asfixiando os mais nobres ideais da Vida.
 Alimenta-se no campo fértil da ignorância com os ingredientes venenosos da revolta e da insensatez.
Ele é velha roupa, inútil, conservada no lar do orgulho. É verdugo cruel, a pior chaga da Humanidade.
 Respinga fluxos lacrimais como larvas ardentes.
Ele é a alma do orgulho, seiva de todos os males e dificuldades maior que existe em nós. É tão violento quão generalizado mal.
Não nos permite ajudar a ninguém. Guardamo-lo à semelhança de ferida oculta no coração.
Enquanto ele governar os grupos humanos e espalhar as suas torpes sementes, em forma de presunção, de ódio, de orgulho, de indiferença à aflição do próximo, a Humanidade provará a ardência dos desesperos coletivos e das coletivas lágrimas...
Ele é a causa preponderante nos desajustes conjugais.
 É a gênese de todos os vícios e mazelas da Alma.
 Jamais atingiremos o desiderato assinalado pelo Pai Celestial para todos nós, se não o erradicarmos de nossa Vida. Para alijá-lo, devem tender todos os nossos esforços.
Ele é incompatível com a justiça, o amor e a caridade, e neutraliza todas as outras qualidades.
 Funda-se no sentimento do interesse pessoal e muitas instituições humanas o entretêm e excitam. Algumas religiões o estimulam, chegando ao cúmulo de transferi-lo até mesmo para as regiões celestiais.
A educação e o Espiritismo dão-lhe combate incessante.
 Porém, sendo inerente à espécie humana e prendendo-se à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra, constitui vigoroso adversário e obstáculo ao reinado do bem absoluto.
Longe de diminuir , ele cresce com a civilização, que, até parece, o excita, mantém e acoroçoa.
 Mais hediondo se torna quanto maior é o mal que lhe é caudatário.
"De todas as imperfeições humanas ele é a mais difícil de desarraigar porque deriva da influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde liberar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação."
Ele só se debilitará à proporção que a Vida moral for predominado sobre a Vida material e, sobretudo, com a compreensão que o Espiritismo nos faculta, do nosso estado futuro real e não desfigurado por facções dogmáticos geradoras da acampsia do raciocínio.
Nossa personalidade oferece trono onde se assenta soberano e tirânico.
Verme roedor, é um mal real, que se alastra como terrível metástase vitimando por inteiro a quem, invigilante, o acoroçoa, tornando-se mister combatê-lo como se uma enfermidade epidêmica fora...
Ele é encontrado em todas as partes do organismo social, desde a família aos povos, da choupana miserável ao mais suntuoso palácio.
Dentre as causas das misérias e males humanos, ele se levanta como o mais significativo de todos. Ele é o útero onde são gerados: o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme e tudo o que, a cada momento, provoca mágoa e perturbação às relações sociais, induzindo as criaturas às dissensões, aniquilando a confiança, obrigando a se postarem em constante defensiva umas contra as outras. Transforma o amigo, em inimigo soez e visceral. É um vício incompatível com a felicidade, com a paz, com a segurança e tranqüilidade.
Afinal de contas, qual é o nome desse flagelo terrível?
Como nomear esse vício radical?
Chama-se: E G O Í S M O.
Emmanuel e Pascal, juntos, conclamam (1):
"O egoísmo tem de desaparecer da Terra, a cujo progresso obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-lo ascender na hierarquia dos mundos.
 O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros.
 Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno.
 É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade do homem.
O egoísmo é a negação da caridade.
 Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana.
 Digo mais: não haverá segurança.
 Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito.
Se as criaturas se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade
, mas, para isso, mister fora vos esforçásseis por largar essa couraça que vos cobre os corações, a fim de se tornarem eles mais sensíveis aos sofrimentos alheios."
P.Moryah.

sábado, 8 de outubro de 2011

MISTIFICAÇÕES E CONTRADIÇÕES

Mistificações
Mistificar significa enganar, burlar, ludi­briar, abusar da credulidade dos outros. O exercício correto da mediunidade requer determinadas normas e disciplinas, seriedade e propósitos elevados para que o fenômeno seja equilibrado e produtivo.

Porque a faculdade mediúnica está radicada no organismo hu­mano, seu uso deverá ser controlado, regular, sem abusos.

Embora todos os cuidados que o exercício da mediunidade exigem, nenhum médium está isento de ser mistificado.

Nas mistificações, o medianeiro é colocado em situações ridícu­las, apresentando comunicações absurdas, mentirosas, vazias em seu con­teúdo. Os Espíritos agem e o médium não participa da farsa. Ele po­derá, algumas vezes, deixar passar informa­ções de sue próprio incons­ciente, sem a presença de entidades espiritu­ais, mas, neste caso, é um fenômeno anímico e não se trata de mistifica­ção.

Geralmente, as mistificações ocorrem com maior freqüência nos fenômenos subjetivos, de natureza inteligente, como a psicofonia e a psicografia.

Allan Kardec nos aconse­lha:

“Como garantia contra a mistificações, não devemos exigir do Espiri­tismo, senão o que ele pode e deve nos oferecer; seu fim é a me­lhoria moral da humanidade; se nós não nos afastarmos deste ponto, ja­mais seremos enganados, porque não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela que pode ser admitida por todo homem de bom senso.”

E continua a nos orientar:

“O papel dos Espíritos não é de ensiná-los as coisas deste mundo, mas de guiá-los de modo seguro naquilo que lhes pode ser útil no ou­tro.”

Em [LM-it 303] Kardec indaga:

“Por que Deus permite que pessoas sinceras e que aceitam o Espiri­tismo de boa fé, sejam mistifi­cadas, isto não lhes acarretaria o in­conveniente de abalar a crença?”

R – “Se isto lhes abalar a crença, é porque sua fé não é muito só­lida, quem renuncia ao Espiritismo por um simples desapontamento prova que não o compreende e não o toma em sua parte séria. Deus permite as mis­tificações para provar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que fazem do Espiritismo um objeto de diverti­mento.”

As mistificações mais comuns são:

- Revelação de tesouros ocultos;

- Anúncios de herança ou outras fontes de riqueza;

- Predição com épocas determinadas;

- Indicações relativas a interesses materiais;

- Teorias ou sistemas científicos ousados;

Enfim, tudo o que se afasta do objetivo moral das comuni­cações.


Contradições

São pontos de atrito, de divergências nos ensi­nos dos Espíritos. As contradições podem ser:

- Devidas aos homens;

- Em virtude de ensinos dos Espíritos.

Devemos considerar que as divergências devidas aos homens são decorrentes de nossa condição moral. Há diversos graus de evolução e o conhecimento humano é diferenciado pela compreensão e interpretação dos ensinos dados pelos Espíritos.

Tudo o que for elaborado pela mente humana e não estiver coeren­te com os ensinos dados pelos Espíritos superiores na codifi­cação espí­rita, deverá ser rejeitado. Mas as divergências doutriná­rias ainda existem em virtude de nossa pouca evolução espiritual.

As contradições devidas aos ensinamentos dos Espíritos é conse­qüência também dos diferentes graus de evolução que apresentam. Na es­cala espírita, somente os Espíritos perfeitos possuem a sabedo­ria e a superioridade moral.

Assim como na Terra existem os falsos sábios, também no mundo es­piritual há os pseudo-sábios, semi-sábios denotando sua inferiori­dade moral.

Allan Kardec [LM-it 299] diz:

“As contradições de origem espírita não têm outra causa senão a diver­sidade das inteligências, os conhecimentos, o raciocínio e a moralidade de certos Espíritos que ainda não estão em con­dições de tudo conhecer e de tudo compreender.”

As contradições que se apresentam nas comunicações espíritas po­dem ser devidas às causas seguintes:

- Ignorância de certos Espíritos;

- Velhacaria de Espíritos inferiores usurpando nomes, etc.;

- À interpretação que cada um pode dar a uma palavra ou a uma explicação segundo seus preconceitos;

- À insuficiência dos meios de comunicação que sempre permite ao Espírito transmitir todo o seu pensamento;

- À insuficiência da linguagem humana para expressar o que exis­te no mundo espiritual.

Recomenda-nos Allan Kardec [LM-it 302],

“O estudo, a observação, a experiência e abjuração de todo senti­mento de amor-próprio são os únicos que podem ensinar a distinguir estes diversos matizes.”

P.Moryah.



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

REFLEXÕES SOBRE PRÁTICAS MEDIÚNICAS



Lembrando que e a questão fenomênica é acessória e não constitui ponto essencial para as propostas doutrinárias, Emmanuel admoesta: “São muito poucas as casas espíritas que se podem entregar ao exercício da mediunidade”.

Os dirigentes vigilantes devem intensificar reuniões de estudos teóricos, meditação e debates racionais para entendimentos seguros, fugindo de um prematuro intercâmbio com as forças advindas do além-túmulo.

Para melhor compreendermos os objetivos do exercício da mediunidade nos seus pontos básicos, temos que separar, com discernimento, a prática mediúnica, propriamente dita, dos postulados Espíritas e a partir daí definirmos fenômeno [mediúnico] por elemento material de análise e Doutrina Espírita como a base teórica que esclarece os processos fenomênicos. Esse procedimento é para nos libertamos das fantasias ilusórias, mitos e crendices. Ressaltamos a urgente necessidade do estudo continuado do Livro dos Médiuns, um compêndio monumental e insuperável para o entendimento da prática dos fenômenos psíquicos.

A terminologia médium advém do latim, médium, ou seja: meio, intermediário. Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens conforme instrui Allan Kardec. Destarte, incorreremos em grave distorção doutrinária se concluirmos que todos somos mais ou menos médiuns no sentido restrito e usual da palavra, ou seja, se julgarmos que todos podemos produzir manifestações ostensivas, tais como psicofonia, psicografia, efeitos físicos etc.

Outro aspecto essencial relativo à natureza da mediunidade encontra-se exposto na resposta à indagação que Kardec endereçou aos Espíritos: O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE GUARDA PROPORÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO MORAL DOS MÉDIUNS? “Não” disseram os mentores, “a faculdade propriamente dita prende-se ao organismo; independe do moral”.

“O mesmo, porém, não se dá com o seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades do médium”.

Infere-se do exposto que mediunidade [ostensiva] é faculdade especial que certas pessoas possuem para servir de intermediárias entre os Espíritos e os homens.

Ela tem origem orgânica, e independe da condição moral do médium, de suas crenças, de seu desenvolvimento intelectual.

No parágrafo 200 de O Livro dos Médiuns, Allan Kardec deixa explícito que não há senão um único meio de constatar a existência da faculdade mediúnica em alguém: a experimentação.

Ou seja, só poderemos saber que uma pessoa é médium observando que efetivamente é capaz de servir de intermediário aos Espíritos desencarnados.

Isso naturalmente remete-nos à importante questão do estudo metódico e educação da mediunidade.

O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansível do períspirito do médium e da maior ou menor facilidade da sua assimilação das energias dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser desenvolvida quando exista o princípio; não pode, porém, ser adquirida quando o princípio não exista.

Incorre em sério equívoco quem queira forçar a todo custo o desenvolvimento de uma faculdade que não possua.

Sobre isso, Emmanuel explica à pergunta 384 no livro O Consolador “A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.

E reitera na questão 386: “Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade

Urge estarmos vigilantes quanto à prática às vezes tão recorrente em centros espíritas, onde as pessoas que aparecem nos centros espíritas devem, cedo ou tarde, ser encaminhada às chamadas reuniões de desenvolvimento mediúnico.

Alguns argumentos frequentemente alegados para esse tipo de procedimento: são os desequilíbrios múltiplos de saúde ou de comportamento que apresente, especialmente quando venham desafiando a perícia da medicina, e /ou empenho e dedicação com que alguém se interesse pelo Espiritismo, sugerindo, segundo julgam, que tem todas as condições para exercer a mediunidade.

Nas reflexões que expomos recordemos que a educação mediúnica a ser promovida nos centros espíritas não deve jamais ser entendida como o aprendizado de técnicas e métodos para fazer surgir a mediunidade, em quem não possua nem indícios, mas exclusivamente como o aperfeiçoamento e norteamento eficaz e equilibrado das faculdades brotadas naturalmente, o que resulta o aperfeiçoamento moral do médium, por meio do estudo sério e de seus esforços continuados para ajustar suas práticas às recomendações evangélicas.

Indaga Kardec: “OS MÉDIUNS QUE FAZEM MAU USO DE SUAS FACULDADES, QUE NÃO SE SERVEM DELAS PARA O BEM, OU QUE NÃO AS APROVEITAM PARA SE INSTRUÍREM, SOFRERÃO AS CONSEQÜÊNCIAS DESSA FALTA?” Os Benfeitores explicam que “se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e não o aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso.”

Emmanuel no livro Encontro Marcado alerta: “O exercício da mediunidade nas tarefas espíritas exige larga disciplina mental, moral e física, assim como grande equilíbrio das emoções”

Por isso, a maior necessidade do médium “é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão”

Se mal empregada, a mediunidade significará o cultivo da confusão, da disseminação da dúvida e da mentira, do insuflamento do egoísmo e do orgulho, da vaidade. Até porque mediunidade sem um estudo sério e sem Jesus sedimenta a emissão de forças mentais deletérias abrindo espaço às perseguições dos Espíritos que teimam em permanecer nas trevas.

P.Moryah.





domingo, 2 de outubro de 2011

ERRO DE PSICOLOGIA

Sem querer criticar nem generalizar, obeservo que alguns psicólogos espíritas, tendem a querer adaptar a  pisicológia espíritual a psicologia  terrena, que com muito brilhantismo, renderam-lhe um diploma na universidade, quando o ideal sería fazer exatamente o contrário, senão vejamos:

Freud tinha apenas um ano de idade quando Kardec levantou o problema do inconsciente em termos científicos, nas suas pesquisas dos fenômenos espíritas, hoje chamados cientificamente de paranormais. Kardec foi mais fundo do que Freud no assunto, atingindo o problema dos arquétipos individuais e coletivos, que somente Adler e Jung iriam pesquisar mais tarde.
Na pesquisa do problema do animismo nas manifestações mediúnicas e das infiltrações anímicas em manifestações reais, Kardec acentuou devidamente a importância das manifestações do inconsciente no comportamento individual e coletivo.
Freud encarou a questão dos sonhos nos limites da sua doutrina. Kardec, durante nada menos de doze anos, já havia realizado intensivas pesquisas de psicologia experimental (pioneirismo absoluto nesse campo) na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.
Hoje, as pesquisas parapsicológicas, realizadas nos maiores centros universitários de todo o mundo, comprovam inteiramente o acerto de Kardec.


Damos essas informações históricas unicamente para que as vítimas de obsessões e os familiares por elas responsáveis não se deixem levar por enganos fatais em caso difíceis de obsessão.
 A Ciência Espírita não se opõe às Ciências Materiais em nenhum campo, tentando apenas ajudá-las com a necessária complementação das suas pesquisas e conquistas
É fácil verificar a verdade destas informações na simples consulta às obras de Kardec, incluindo-se os relatos sobre obsessões e desobsessões em seus trabalhos publicados na coleção da Revista Espírita, hoje inteiramente traduzida e publicada em nossa língua.

P.Moryah,