sábado, 8 de outubro de 2011

MISTIFICAÇÕES E CONTRADIÇÕES

Mistificações
Mistificar significa enganar, burlar, ludi­briar, abusar da credulidade dos outros. O exercício correto da mediunidade requer determinadas normas e disciplinas, seriedade e propósitos elevados para que o fenômeno seja equilibrado e produtivo.

Porque a faculdade mediúnica está radicada no organismo hu­mano, seu uso deverá ser controlado, regular, sem abusos.

Embora todos os cuidados que o exercício da mediunidade exigem, nenhum médium está isento de ser mistificado.

Nas mistificações, o medianeiro é colocado em situações ridícu­las, apresentando comunicações absurdas, mentirosas, vazias em seu con­teúdo. Os Espíritos agem e o médium não participa da farsa. Ele po­derá, algumas vezes, deixar passar informa­ções de sue próprio incons­ciente, sem a presença de entidades espiritu­ais, mas, neste caso, é um fenômeno anímico e não se trata de mistifica­ção.

Geralmente, as mistificações ocorrem com maior freqüência nos fenômenos subjetivos, de natureza inteligente, como a psicofonia e a psicografia.

Allan Kardec nos aconse­lha:

“Como garantia contra a mistificações, não devemos exigir do Espiri­tismo, senão o que ele pode e deve nos oferecer; seu fim é a me­lhoria moral da humanidade; se nós não nos afastarmos deste ponto, ja­mais seremos enganados, porque não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela que pode ser admitida por todo homem de bom senso.”

E continua a nos orientar:

“O papel dos Espíritos não é de ensiná-los as coisas deste mundo, mas de guiá-los de modo seguro naquilo que lhes pode ser útil no ou­tro.”

Em [LM-it 303] Kardec indaga:

“Por que Deus permite que pessoas sinceras e que aceitam o Espiri­tismo de boa fé, sejam mistifi­cadas, isto não lhes acarretaria o in­conveniente de abalar a crença?”

R – “Se isto lhes abalar a crença, é porque sua fé não é muito só­lida, quem renuncia ao Espiritismo por um simples desapontamento prova que não o compreende e não o toma em sua parte séria. Deus permite as mis­tificações para provar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que fazem do Espiritismo um objeto de diverti­mento.”

As mistificações mais comuns são:

- Revelação de tesouros ocultos;

- Anúncios de herança ou outras fontes de riqueza;

- Predição com épocas determinadas;

- Indicações relativas a interesses materiais;

- Teorias ou sistemas científicos ousados;

Enfim, tudo o que se afasta do objetivo moral das comuni­cações.


Contradições

São pontos de atrito, de divergências nos ensi­nos dos Espíritos. As contradições podem ser:

- Devidas aos homens;

- Em virtude de ensinos dos Espíritos.

Devemos considerar que as divergências devidas aos homens são decorrentes de nossa condição moral. Há diversos graus de evolução e o conhecimento humano é diferenciado pela compreensão e interpretação dos ensinos dados pelos Espíritos.

Tudo o que for elaborado pela mente humana e não estiver coeren­te com os ensinos dados pelos Espíritos superiores na codifi­cação espí­rita, deverá ser rejeitado. Mas as divergências doutriná­rias ainda existem em virtude de nossa pouca evolução espiritual.

As contradições devidas aos ensinamentos dos Espíritos é conse­qüência também dos diferentes graus de evolução que apresentam. Na es­cala espírita, somente os Espíritos perfeitos possuem a sabedo­ria e a superioridade moral.

Assim como na Terra existem os falsos sábios, também no mundo es­piritual há os pseudo-sábios, semi-sábios denotando sua inferiori­dade moral.

Allan Kardec [LM-it 299] diz:

“As contradições de origem espírita não têm outra causa senão a diver­sidade das inteligências, os conhecimentos, o raciocínio e a moralidade de certos Espíritos que ainda não estão em con­dições de tudo conhecer e de tudo compreender.”

As contradições que se apresentam nas comunicações espíritas po­dem ser devidas às causas seguintes:

- Ignorância de certos Espíritos;

- Velhacaria de Espíritos inferiores usurpando nomes, etc.;

- À interpretação que cada um pode dar a uma palavra ou a uma explicação segundo seus preconceitos;

- À insuficiência dos meios de comunicação que sempre permite ao Espírito transmitir todo o seu pensamento;

- À insuficiência da linguagem humana para expressar o que exis­te no mundo espiritual.

Recomenda-nos Allan Kardec [LM-it 302],

“O estudo, a observação, a experiência e abjuração de todo senti­mento de amor-próprio são os únicos que podem ensinar a distinguir estes diversos matizes.”

P.Moryah.



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