sábado, 12 de novembro de 2011

FALTA DE FORMAÇÃO DOUTRINÁRIA


Sem a formação doutrinária, não teremos um movimento espírita coeso e coerente.
 E, sem coesão e coerência, não teremos Espiritismo.
Essa a razão por que os Espíritos Superiores confiaram às mãos de Kardec o pesado trabalho da Codificação.
Kardec teve de arcar, sozinho, com a execução dessa obra gigantesca.
Porque só ele estava em condições de realizá-la.
Depois de Kardec, o que vimos? Léon Denis foi o único dos seus discípulos que conseguiu manter-se à altura do mestre, contribuindo vigorosamente para a consolidação da Doutrina.
 Era, aparentemente, o menos indicado.
Não tinha a formação cultural de Kardec, residia na província, não convivera com ele, mas soubera compreender a posição metodológica do Espiritismo e não a confundia com os desvarios espiritualistas da época.

Depois de Denis, foi o dilúvio.
A Revista Espírita virou um saco de gatos.
A sociedade Parisiense naufragou em águas turvas.
A Ciência e a Filosofia Espíritas ficaram esquecidas.
O aspecto religioso da Doutrina transviou-se na ignorância e no fanatismo.
 Os sucessores de Kardec fracassaram inteiramente na manutenção da chama espírita, na França.
E, quando a Arvore do Evangelho foi transplantada para o Brasil, segundo a expressão de Humberto de Campos, veio carregada de parasitas mortais que, ao invés de extirpar, tratamos de cultivar e aumentar com as pragas da terra.

Tudo isso por quê? Por falta pura e simples de formação doutrinária.
A prova está aí, bem visível, no fluidismo e no obscurantismo que dominam o nosso movimento no Brasil e no Mundo.
Os poucos estudiosos, que se aprofudaram no estudo de Kardec, vivem como náufragos num mar tempestuoso, lutando, sem cessar, com os mesmos destroços de sempre.
Não há estudo sistemático e sério da Doutrina.
 E o que é mais grave, há evidente sintoma de fascinação das trevas, em vastos setores representativos que, por incrível que pareça, combatem por todos os meios o desenvolvimento da cultura espírita.

Enquanto não compreendermos que Espiritismo é cultura, as tentativas de unificação do nosso movimento não darão resultados reais.
Darão aproximações arrepiadas de conflitos, aumento quantitativo de adeptos ineptos, estimulação perigosa de messianismos individuais e de grupos
 Flamarion, que nunca entendeu realmente a posição de Kardec, e chegou a dizer que ele fez obra um tanto pessoal, como se vê no seu famoso discurso ao pé do túmulo, teve, entretanto, uma intuição feliz quando o chamou de bom senso encarnado.

Esse bom senso é que nos falta.
Parece haver se desencarnado com Kardec, e volatizado com Denis. Hoje, estamos na era do contra-senso.
Os mesmos órgãos de divulgação doutrinária que pregam o obscurantismo, exibem pavoneios de erudição personalista, em nome de uma cultura inexistente.
Porque cultura não é erudição, livros empilhados nas estantes, fichário em ordem para consultas ocasionais. Cultura è assimilação de conhecimentos e bom senso em ação.

O que fazer diante dessa situação?
 Cuidar da formação espírita das novas gerações, sem esquecer a alfabetização de adultos.
Mobral: esse o recurso.
Temos de organizar o Mobral do Espírito.
E começar tudo de novo, pelas primeiras letras.
Mas, isso em conjunto, agrupando elementos capazes, de mente arejada e coração aberto.
Foi por isso que propus a criação das Escolas de Espiritismo, em nível universitário, dotadas de amplos currículos de formação cultural espírita.

Podem dizer que há contradições entre Mobral e nível universitário. Mas, nota-se, que falamos de Mobral do Espírito. A Cultura Espírita é o desenvolvimento da cultura acadêmica, é o seguimento natural da cultura atual, em que se misturam elementos cristãos, pagãos e ateus. Para iniciar-se na cultura espírita, o estudante deve possuir as bases da cultura anterior.
 "Tudo se encadeia no Universo", como ensina, repetidamente, O Livro dos Espíritos. Quem não compreende esse encadeamento, tem de iniciar pelo Mobral. Não há outra forma de adaptá-lo às novas exigências da nova cultura.

A verdade nua e crua é que ninguém conhece Espiritismo.
Ninguém, mesmo, no Brasil e no Mundo. Estamos todos aprendendo, ainda, de maneira canhestra.

E se me permito escrever isto, é porque aprendi, a duras penas, a conhecer a minha própria indigência.
No Espiritismo, como já se dava no Cristianismo e na própria filosofia grega, o que vale é o método socrático.

Temos, antes de tudo, de compreender que nada sabemos. Então, estaremos, pelo menos, conscientes de nossa ignorância e capazes de aprender.

Mas, aprender com quem?
Sozinhos, como autodidatas, tirando nossas próprias lições dos textos, confiantes nas luzes da nossa ignorância?
 Recebendo lições de outros que tateiam como nós, mas que estufam o peito de auto-suficiência e pretensão?
Claro que não.
Ao menos isso devemos saber.
 Temos de trabalhar em conjunto, reunindo companheiros sensatos, bem intencionados, não fascinados por mistificações grosseiras e evidentes, capazes de humildade real, provada por atos e atitudes.
Assim conjugados, poderemos aprender de Kardec, estudando suas obras, mergulhando em seus textos, lembrando-nos de que foi ele e só ele o incumbido de nos transmitir o legado do Espírito da Verdade.

Kardec é a nossa pedra de toque. Não por ser Kardec, mas por ser o intérprete humilde que foi, o homem sincero e puro a serviço dos Espíritos Instrutores.

É o que devemos ter nas Escolas de Espiritismo.

Não Faculdades, nem Academias, mas, simplesmente, Escolas.
O sistema universitário implica pesquisas, colaboração entre professores e alunos, trabalho conjugado e sem presunção de superioridade de parte de ninguém.
O simpósio e o seminário, o livre-debate, enfim, é que resolvem, e não o magister do passado
 O espírito universitário, por isso mesmo, é o que melhor corresponde à escola espírita.
Num ambiente assim, os Espíritos Instrutores disporão de meios para auxiliar os estudantes sinceros e despretensiosos.

A formação espírita exige ensino metódico mas, ao mesmo tempo, livre. Foi o que os Espíritos deram a Kardec:
um ensino de que ele mesmo participava, interrogando os mestres e discutindo com
Por isso, não houve infiltração de mistificadores na obra inteiriça, nesse bloco de lógica e bom senso, que abrange os cinco livros fundamentais de Codificação, os volumes introdutórios e os volumes da Revista Espírita, redigidos por ele durante quase doze anos de trabalho incessante.

Essa obra gigantesca é a plataforma do futuro, o alicerce e o plano de um novo mundo, de uma nova civilização.
 Seria absurdo pensar que podemos dominar esse vasto acervo de conhecimentos novos, de conceitos revolucionários, através de simples leituras individuais, sem método e sem pesquisa.
Nosso papel, no Espiritismo, tem sido o de macacos em loja de louças.
E incrível a leviandade com que oradores e articulistas espíritas tratam de certos temas, com uma falsa suficiência de arrepiar, lançando confusões ridículas no meio doutrinário.
Temos de compreender que isso não pode continuar.
Chega de arengas melífluas nos Centros, de oratória descabelada, de auditórios basbaques, batendo palmas e palavreado pomposo.
Nada disso é Espiritismo.
Os conferencistas espíritas precisam ensinar Espiritismo - que ninguém conhece - mas para isso precisam, primeiro aprendê-lo.

Precisamos de expositores didáticos, servidos por bom conhecimento doutrinário, arduamente adquirido em estudos e pesquisas.
 Expor os temas fundamentais da Doutrina, não é falar bonito, com tropos pretensamente literários, que só servem para estufar vaidade, à maneira da oratória bacharelesca do século passado.

Esse palavrório vazio e presunçoso não constrói nada e só serve para ridicularizar o Espiritismo ante a mentalidade positiva e analítica do nosso tempo.

Estamos numa fase avançada da evolução terrena.

Nossa cultura cresceu espantosamente nos últimos anos e já está chegando à confluência dos princípios espíritas em todos os campos. A nossa falta de formação cultural espírita não nos permite enfrentar a barreira dos preconceitos para demonstrar ao mundo que Espiritismo, como escreveu Humberto Mariotti, é uma estrela de amor que espera no horizonte do mundo o avanço das ciências. E curiosa e ridícula a nossa situação.

Temos o futuro nas mãos e ficamos encravados no passado mitológico e nas querelas medievais.

Mas, para superar essa situação, temos de aprender com Kardec. Os que pretendem superar Kardec, não o conhecem. Se o conhecessem, não assumiriam a posição ridícula de críticos e inovadores do que, na verdade, ignoram. Chegamos a uma hora de definições.

Precisamos definir a posição cultural espírita perante a nova cultura dos tempos novos. E só faremos isso através de organismos culturais bem estruturados, funcionais, dotados de recursos escolares capazes de fornecer, aos mais aptos e mais sinceros, a formação cultural de que todos necessitamos, com urgência.



(Do livro "O Mistério do Bem e do Mal" de José Herculano Pires)





quarta-feira, 2 de novembro de 2011

CORPOS SANTOS


Em Belém do Pará os túmulos de "corpos santo," considerados "milagreiros", não só no dia de finados, são visitados o ano inteiro, por devotos de corpos mortos, por milagres que receberam.

-E trazem frases em placas, e oferecem mil presentes, se o tumulo for de criança, de bombons e guloseimas há verdadeira enchente, ficando o tumulo todo tomado, e apinhado de gente.

Severa Romana
-Nos cemitérios da soledade, são Jorge e Santa Isabel, estão grandes "milagreiros", do mais estranho cartel, "santos" presos as sepulturas, invés de migrarem para as esferas dos céus-Dr. Camilo Salgado, primor de dignidade, Severa Romana a mártir da fidelidade, assassinada a tantas décadas em defesa da sua honestidade.

-Tem a Josephine Conte, "moça do taxi “famosa, que dizem até hoje apanha taxi, em cenários de noites chuvosas, morta a bem mais de um século, quando o transporte era carroça.

-No Soledade há mais alguns, destes "santos milagreiros", Zezinho, preta Domingas, o menino Cicero é o primeiro, além de Mariana Isabel, que fazem milagres o ano inteiro.

-A sepultura do Zezinho, é uma das mais requisitadas, sempre cheia de bombons e brinquedos, pela fé arrecadadas, que acabam em instituições de caridades, corpos mortos não comem e nem brincam de nada.

-Quase duzentos anos são passados, o o corpo de Zezinho continua em cultuação, apesar de já totalmente desaparecido, pela decomposição.

-No São Jorge na Marambaia, Dienne Helen o os dois irmãos, Marinaldo e Marivaldo, concentram toda a atenção, e recebem tantos presentes, que não cabem em um caminhão

-Dienne Helen assassinada, pelo padrasto nem se fala, aos dois anos de idade, seu sangue correu na vala, ela foi esquartejada, em uma maleta embalada, no famoso "crime da mala."

-Marinaldo e Marivaldo, é um caso bem conhecido, foram envenenados pelo pai, num triste engano ocorrido, ele confundiu um frasco de veneno letal, com um frasco de remédio recém adquirido.


Camilo algado

-Em um primeiro entendimento, quem nas escrituras já não leu? "o corpo volta ao pó que o era, e o espirito a Deus que o deu, então nada fica nas sepulturas no mais rudimentar entendimento da chamada palavra de Deus.

-Tragédia não é sinônimo de santidade, e pode até ser "castigo" as escrituras dizem esta verdade, que todos já deveriam ter lido, "morreras na mesma iniquidade, que tiveres cometido", é a lei de causa e efeito, na realidade.

- Se eles são por acaso, espirito com alto grau de elevação, se as tragédias aqui vividas não foram expiação, não estão presos a sepultura, nos céus recebem novas missões.

-Os milagres se é que existem, e um dom nos concedido pelo senhor, o próprio Jesus Cristo quando curava, dizia "vai a tua fé te curou, o milagre é por tanto a força do teu pensamento, deslocando o fluido curador.

-se queres homenagear, os espíritos em questão, não e preciso levar nada aos cemitérios, basta elevar aos céus uma sincera oração, nos cemitérios só há matérias se desfazendo em podridão.

-Os espíritos são eternos, mais estão em outra dimensão, o caminho mais curto até eles é o pensamento, em forma de oração, os corpos que até hoje cultuas foram pra eles, cruéis porém necessaria prisão.

P.Moryah.