sexta-feira, 25 de junho de 2010

10 ERROS DA DOUTRINA ESPIRITA, SEGUNDO UM ADVENTISTA

P.Moryah.
O Sr. Azenilto Brito, aponta desafiadoramente 10 erros da Doutrina; evidentemente, entendemos sua posição de querer impor sua crença aos outros; entretanto, devia seguir o princípio básico da reforma: liberdade de interpretação. Vamos, portanto, analisá-los, sem qualquer pretensão de convencê-lo, já que a essa altura do campeonato nem mesmo o próprio Cristo o convenceria de alguma coisa.

1º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: Usar a Bíblia só segundo pareça conveniente, incoerentemente segmentando seu texto, usando e abusando de textos, sentenças e mesmo palavras isoladas, sem levar em conta O TEOR GLOBAL de seu ensino, mesmo desqualificando-a como um livro indigno de confiança, quando não pareça conveniente, encontrando "contradições gritantes" em seu texto, o que torna o seu emprego pelos próprios espíritas como injustificável, já que é um livro que não serve para defender doutrinas (a não ser as espíritas, em segmentos seletos).

"Interessante ver pessoas nos acusarem com tanta ênfase, naquilo em que se reprovam. Quando a Bíblia diz, por exemplo, que Samuel depois de morto falou com Saul, aí então ela não pode ser considerada. Na prática, só a consideram Palavra de Deus quando convém, pois sua autoridade é rejeitada nesse ponto, em nome de interesses dogmáticos, já enraizados, que se opõem a qualquer evidência de consciência e comunicabilidade entre os vivos e os mortos."

"O que os detratores do Espiritismo ainda não conseguiram entender é que somente pelo fato de usarem da Bíblia para nos atacar, é que a usamos para nos defender, mostrando a incoerência em que se encontram; não fizessem isso, não a usaríamos, por isso sempre os alertamos: “não faça da Bíblia uma arma, a vítima pode ser você”."

"A liderança religiosa de antanho, para se impor aos fiéis, usou e abusou da expressão “a palavra de Deus”, aplicando-a à Bíblia, pois foi um meio fácil de encabrestá-los a seus interesses, prática essa que se perpetua com as lideranças atuais, que vêem nisso uma ótima fonte de recursos para se regalarem com os seus lucros."

"Mas por que falamos que não seguimos a Bíblia? Porque, para segui-la, teríamos que abraçar os ensinamentos de Moisés, quando a nossa opção, inarredável, é seguir a Jesus. Isso porque, a bem da verdade, com Jesus, os ensinamentos mosaicos foram revogados, pois foi ele próprio quem disse: “A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele”. (Lc 16,16), ou seja, a Lei e os Profetas, reportando-se ao Antigo Testamento, vigorou, isto é, prevaleceu até João, pois, depois do Batista, o que vigora é o Evangelho trazido por Jesus. Vejamos outras passagens que confirmam isso:"

"Rm 7,4-6: Meus irmãos, o mesmo acontece com vocês: pelo corpo de Cristo, vocês morreram para a Lei, a fim de pertencerem a outro, que ressuscitou dos mortos, e assim produzirem frutos para Deus. De fato, quando vivíamos submetidos a instintos egoístas, as paixões pecaminosas serviam-se da Lei para agir em nossos membros, a fim de que produzíssemos frutos para a morte. Mas agora, morrendo para aquilo que nos aprisionava, fomos libertos da Lei, a fim de servirmos sob o regime novo do Espírito, e não mais sob o velho regime da letra."

"2Cor 3,6-14: Foi ele que nos tornou capazes de sermos ministros de uma aliança nova, não aliança da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, e o Espírito é que dá a vida. O ministério da morte, gravado com letras sobre a pedra, ficou tão marcado pela glória, que os israelitas não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa do fulgor que nele havia - fulgor, aliás, passageiro. Quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito! Na verdade, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais glorioso será o ministério da justiça. Mesmo a glória que aí se verificou, já não pode ser considerada glória, em comparação com a glória atual, que lhe é muito superior. De fato, se foi marcado pela glória o que é passageiro, com maior razão há de ser glorioso o que é permanente. Fortalecidos por tal esperança, estamos plenamente confiantes: nós não fazemos como Moisés que colocava um véu sobre a face para que os filhos de Israel não percebessem o fim daquilo que era passageiro... No entanto, os espíritos deles se tornaram obscurecidos. Sim, até hoje, quando eles lêem o Antigo Testamento, esse mesmo véu permanece; não é retirado, porque é em Cristo que ele desaparece".

"Gl 2,21: Portanto, não torno inútil a graça de Deus, porque, se a justiça vem através da Lei, então Cristo morreu em vão."

"Gl 3,23-24: Antes que chegasse a fé, a Lei tomava conta de nós, à espera da fé que devia ser revelada. A Lei, portanto, é para nós como um pedagogo que nos conduziu a Cristo, para que nos tornássemos justos mediante a fé."

"Hb 7,18-19: Assim, fica abolida a lei anterior, por ser fraca e inútil; de fato, a Lei não levou nada à perfeição. Por outro lado, introduziu-se uma esperança melhor, graças à qual nos aproximamos de Deus."

"Hb 8,6-8.13: Jesus, porém, foi encarregado para um serviço sacerdotal superior, pois é mediador de uma aliança melhor, que promete melhores benefícios. De fato, se a primeira aliança não tivesse defeito, nem haveria lugar para segunda aliança. Mas Deus, queixando-se contra o seu povo, diz: "Eis que virão dias, fala o Senhor, nos quais concluirei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Dizendo "aliança nova", Deus declara que a primeira ficou antiquada; e aquilo que se torna antigo e envelhece, vai desaparecer logo."

"Está aí a prova do que dissemos; entretanto, o nosso desafiador segue a Moisés, não a Cristo, que, aliás, nunca se preocupou com a religião que os outros seguiam, para impor sua maneira de pensar."

"Podemos dividir os crentes na Bíblia em duas classes. A primeira é a dos líderes que fazem de tudo para manter seu status de poder ou sua fonte de renda, e, por isso, distorcem os textos às suas conveniências. A segunda são os fiéis, aqueles que, morrendo de medo de questionar seus líderes, se lhes submetem incondicionalmente, não enxergando o que de Jesus já alertara: São cegos guiando cegos!"

"Esses líderes ficam indignados conosco, porquanto, “examinamos tudo e retemos o que é bom” (1Ts 5,21) e, com isso, mesmo, sem ser o nosso objetivo, tornamo-nos um obstáculo à suas pretensões, já que jamais abriremos mão do direito de questionar, seja lá o que for, mas, principalmente, o que eles dizem, colocando, assim, em evidência que seguem a seus próprios interesses, não a Jesus."


2º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: Ter uma visão distorcida da Divindade, negando que tenhamos um "Deus pessoal" e deixando de entender que Deus é não só AMOR, como JUSTIÇA. Esse tipo de Deus "Saci Pererê" do espiritismo (que se apóia só sobre uma "perna"--do amor), com a imagem do Deus bíblico condenada por espíritas como injusto por causa de relatos do Velho Testamento que não conseguem entender à luz de sua contextuação cultural, histórica, e dentro do TEOR GLOBAL do ensino bíblico, impede-os de realmente entender que na cruz houve o encontro de AMOR e JUSTIÇA (Salmo 85:10).

"Essa de “o Espírita tem visão distorcida da divindade” é de morrer de rir. Pela visão da Doutrina Espírita Deus é Deus, não de um bando de fanáticos, mas de todos os seres humanos, já que, quer gostem ou não, somos todos seus filhos. E justiça é dar a todos tudo o que se dá a qualquer um, sem estabelecer privilégio de espécie alguma; aliás, uma frase de Jesus deixa isso bem claro: “... porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” (Mt 5,45)."

"Somente pela visão Espírita poder-se-á conciliar o amor de Deus e Sua justiça com tantas desigualdades que existem ao nosso redor. Mas se a nossa vida for única, como acredita a maioria dos cristãos, não haverá explicação alguma para essas aparentes distorções, dentro, obviamente, de um senso mínimo e aceitável de justiça."

"Por outro lado, se o destino de alguns for o inferno, ou quem sabe a segunda morte, como outros crêem, somente porque freqüentam determinada Igreja ou seguem determinadas regras, for compatível com justiça, preferimos continuar acreditando num Deus “saci-pererê”, mas que não aplica penas eternas e nem destrói sua própria criação."

"Dos ensinamentos de Jesus concluímos que nada atingirá a Deus; até poderemos dizer que Ele é “inofendível”, já que, para Deus, mil anos são como se fossem um dia (Sl 90,4); portanto não há pena eterna por aquilo que fazemos, uma vez que Ele é infinitamente misericordioso e compassivo; por isso, não repreende perpetuamente, pois não conservando sua ira para sempre (Sl 103,8-10); até mesmo por que a maldade do homem só afeta outro homem (Jó 3,58); bem contrário ao que se prega por aí. Mas, se não fizerem assim, como manter sob domínio seus fiéis? Como extorquir-lhes o dízimo? Ou como mantê-los encabrestados?"

"Querendo abrandar os absurdos bíblicos atribuídos a Deus, justifica-se dizendo da contextualização histórica; mas sendo Deus o senhor dos tempos e imutável por natureza, nada do que fazia antes poderá ser mudado. Assim, por coerência, não atribuímos esses absurdos como provindo da divindade, absurdos que amesquinham Deus fazendo a Bíblia perder a couraça de infalível, nós, ao contrário, preferimos atribuí-los aos homens que a escreveram, colocando nela seus próprios pensamentos, uma vez que foram eles que criaram um Deus a sua imagem e semelhança e não o contrário."


3º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A noção de que Cristo veio trazer uma nova e revolucionária legislação, eliminando os 10 Mandamentos como normativos aos cristãos e trocando-os pela "lei áurea" de "amor a Deus" e "amor ao próximo", quando em tal "lei áurea" Ele apenas repete o que Moisés já havia dito em Lev. 19:18 e Deu. 6:5, sintetizando a lei divina. Sempre, em todos os tempos, a lei de Deus teve como princípio subjacente o amor--a Deus e aos semelhantes, pelo que Cristo não apresentou nenhuma "novidade cristã" como pensam os espíritas e outros mais.

"E ainda tem o descaramento de acusar a nós Espíritas de distorcer os textos bíblicos; haja paciência! Mas não adianta esconder a verdade, pois Jesus, por várias vezes, disse em alto e bom som “aprendestes o que foi dito” (Mt 5,21.27.31.38.43), o que não tem outro significado senão o de “aprendestes com Moisés”. Em algumas de suas recomendações percebe-se que muda radicalmente o que constava na legislação mosaica, como a questão do adultério, a do olho por olho e sobre o divórcio (Dt 19,21; 20,14; 24,1), sem contar aquela em que recomenda amar até os inimigos quando a Lei, ou seja, Moisés, permitia odiá-los (Lv 19,18"

Vejamos essa passagem:

"Mt 22,34-40: Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito os saduceus se calarem. Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus para o tentar: "Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?" Jesus respondeu: "Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos."

"Assim, quem disse que a Lei e os Profetas se resumem no “amar a Deus” e no “amor ao próximo” não foi outra pessoa que não o próprio Mestre Jesus. Não bastasse isso, até Paulo, o “mestre” a quem segue, também afirmou que: “De fato, os mandamentos: não cometa adultério, não mate, não roube, não cobice, e todos os outros se resumem nesta sentença: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'”. (Rm 13,9; Gl 5,14). Entretanto, como um bom fundamentalista, para justificar seus próprios dogmas, contradiz essa verdade; mas como não passa de “cego guiando cegos”... é perfeitamente aceitável isso. Aliás, há um pensamento formidável de Paulo que muito bem lhe aplica: “Fiquem longe deles, porque não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao próprio estômago; com palavras doces e bajuladores, eles enganam o coração das pessoas simples” (Rm 16,18)."

"Quando dos comentários do 1º item nós apresentamos várias passagens que corroboram aquilo que acreditamos, e não aceito pelo autor que ora argumentamos, mas ainda poderíamos acrescentar mais essa: “Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa o pano, e o rasgo fica maior ainda. Também não se põe vinho novo em barris velhos, senão os barris se arrebentam, o vinho se derrama e os barris se perdem. Mas vinho novo se põe em barris novos e assim os dois se conservam.” (Mt 9,16-17). Nessa passagem o Antigo Testamento, é simbolicamente retratado na roupa velha e no odre velho, enquanto que o Novo Testamento o é no pano novo e odre novo; só cego não enxerga isso. Ah! sim,... cego guiando cegos..".

"Cristo não apresentou nenhuma novidade cristã? Ele é a própria novidade cristã, apesar dos que ainda insistem em seguir a Moisés. Embora tenha citado isso por várias vezes, vale a pena repetir, para provar a incoerência dos bibliólatras de plantão. Que nos provem que os homens de suas igrejas obrigatoriamente apresentam atestado médico de que estão com todas “as coisas” no lugar; caso não o exijam, então nos digam se fazem um exame “in loco” para ver se eles estão “tinindo”... Não é nenhuma apelação; veja: “Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor”. (Dt 23,2). Deveriam seguir esse absurdo, se ele não foi revogado por Jesus, conforme acreditamos. Se não acreditam que foi revogado, então estão desobedecendo a palavra de Deus, mais uma vez."

4º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A negação do castigo final dos pecadores, e da própria existência de Satanás e demônios a seu serviço, o que torna a Jesus um mentiroso, pois Ele deu testemunho claro da existência de tal ser ao dizer: "Eu via Satanás, como raio, cair do céu" (Luc. 10:18). A negação do castigo final é fruto da tese de salvação universal, uma noção que não inspira ninguém a crescer espiritualmente, já que sempre se pode deixar para depois o devido preparo e progresso ético, moral, espiritual, já que no final todos terão o mesmo destino, mais cedo ou mais tarde. Jesus não disse para ninguém ser cristão "mais ou menos" e sim desafiou a todos: "Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus" (Mat. 5:48).

"Demorou a apresentar um dos “fortes” argumentos para a prática do terrorismo religioso, empregado a mãos-cheias pelos líderes a fim de dominar seus fiéis. Sobre isso, leia o nosso texto Satanás, ser ou não ser eis a questão, onde falamos desse assunto."
"O que questionamos é: tudo quanto se tem no Evangelho deve ser tomado ao pé da letra? Seria interessante que buscássemos algum trecho bíblico para ver isso. Vejamos, então, Zacarias em sua quarta visão:"

"Depois Javé me fez ver Josué, o chefe dos sacerdotes, parado na frente do anjo de Javé. E Satanás estava em pé, à direita de Josué, para acusá-lo. E o anjo falou a Satanás: "Que Javé segure você, Satanás, que Javé o segure, pois ele escolheu Jerusalém. Esse aí não é, por acaso, um tição tirado do fogo?" Josué estava vestido com roupas sujas e parado na frente do anjo. (Zc 3,1-3)"

"Ora, percebe-se claramente que satanás não é um ser dedicado ao mal, mas um que exerce a função de acusar as pessoas perante o tribunal divino, seria uma espécie de promotor. Na passagem em que Jesus chama Pedro de satanás, não o estava dizendo um ser diabólico, mas alguém que estava, no momento, querendo desviá-lo de sua missão; por isso o acusa de pedra de tropeço."

"Mas se quer tomar tudo ao pé da letra, então vamos seguir a narrativa: “Vejam: eu dei a vocês o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo, e nada poderá fazer mal a vocês." (Lc 10,19). Então, poderia se submeter a um teste pisando em cobras e escorpiões para ver se nada lhe atinge como está dito aqui? Segundo Marcos (16,17), esses são os sinais que acompanharão aqueles que acreditarem."

"Quanto ao “castigo”, bem entre aspas, nós não o negamos, pois a regra é: “a cada um segundo suas obras” (Mt 16,27); só que isso acontecerá todas as vezes que voltarmos ao mundo espiritual; o do final dos tempos, entendemos, aquele julgamento em que todos os espíritos serão julgados para separar o joio do trigo, na época em que Jesus determinar que os maus devam ser afastados do planeta para mundos inferiores, onde “haverá prantos e ranger de dentes” (Mt 8,12), pois os “mansos irão possuir a Terra” (Mt 5,5). A grande diferença entre o “castigo” em que acreditamos e o em que os adventistas acreditam é que, pelo nosso entendimento, se paga até o último ceitil (Mt 5,26), e uma vez pago estaremos livres da dívida, de forma tal que nenhuma das ovelhas se perderá (Mt 18,14), ao contrário do pensamento adventista em que não há possibilidade alguma de remissão do erro. Entendemos por “castigo” apenas o resultado decorrente do funcionamento da lei de causa e efeito, pela qual respondemos, na própria pele, pelo mal praticado contra o próximo; quer dizer, ele é fruto de nossas próprias ações."

"Mentiroso se tornará Jesus se não acreditarmos que poderemos ser perfeitos. O que acontece à nossa volta, em nosso dia-a-dia, deixa isso como praticamente impossível; daí outras vidas serem necessárias para que possamos atingir essa meta. Evolução constante e infinita, até podermos estar junto ao Pai, está é a regra. Certamente, isso, ainda, não desperta os valores morais nas criaturas, devido a seu atraso espiritual; entretanto, o fogo do inferno também não fez grandes coisas, apesar de ter sido pregado nas igrejas por mais dois mil anos. Aliás, pena inócua para muitos, já que, pelo simples fato de acreditarem em Jesus, ou pelo fato dele ter morrido na cruz, acham que isso lhes garante um lugar no reino dos céus, o que contraria e torna inúteis os ensinamentos do Mestre."

5º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A idéia de salvação dever-se às obras humanas, uma impossibilidade que contraria o TEOR GLOBAL do seu ensino, sobretudo diante da exposição clara, didática, insofismável de Paulo [o "codificador dos evangelhos"] quanto ao papel da graça de Deus como única fonte de salvação, sendo as obras mera demonstração da genuinidade da fé salvadora. Qualquer noção de que obras humanas, imperfeitas como sempre serão, "contem pontos" para a salvação é uma afronta ao Senhor e Salvador Jesus Cristo. É o mesmo que dizer-Lhe que o Seu supremo sacrifício expiatório foi incompleto, daí precisamos acrescentar algo de nossa própria experiência à experiência Dele, num impossível paralelo do humano e imperfeito com o divino e absolutamente perfeito.




Diz-nos ainda o teólogo Holger Kersten:



" A insistência na interpretação literal da Bíblia e na cega observância dos dogmas propiciou o declínio do cristianismo eclesiástico, mesmo entre aqueles que não tinham uma postura frontalmente anti-religiosa ou anticristã."

Realmente, o que chamamos hoje de cristianismo tem pouco a ver com os preceitos de Jesus e as idéias que ele desejava difundir.  O teólogo protestante Manfred Mezger cita, a respeito, Emil Brunner: "Para Emil Brunner a Igreja é um grande mal-entendido. De um testemunho construiu-se uma doutrina; da livre comunhão, um corpo jurídico; da livre associação, uma máquina hierárquica. Pode-se afirmar que, em cada um dos seus elementos e na sua totalidade, tornou-se, exatamente, o oposto do que se esperava". Por isso é válido questionar as bases que alicerçam a legitimidade das instituições vigentes. Uma pessoa que freqüenta uma igreja cristã não pode deixar de assumir uma postura crítica frente à proliferação de obscuros artigos de fé, e dos deveres e obrigações que a envolvem. Sem termos tido outros conhecimentos, e por termos crescido sob a única e exclusiva influência do estabelecido, somos levados a acreditar que, por subsistirem há tanto tempo, devem, necessariamente, ser verdade."

"Hoje já não ouvimos diretamente a voz de Jesus em sua forma natural. Ela é mediada por especialistas privilegiados e pela arbitrariedade de um corpo profissional. Jesus foi gerenciado, mercadejado, codificado e virou livro. Onde a fé viva e verdadeira foi substituída por crenças mesquinhas e intolerantes, baseadas num racionalismo clerical, os mandamentos de Jesus, de tolerância e amor ao próximo, desapareceram, assomando, em seu lugar, o dogmatismo e o fanatismo. A luta pela supremacia de uma "fé verdadeira" exclusiva deixou um rasto de revezes, violência e sangue no caminho percorrido pelas igrejas. Luta sem tréguas, desde o tempo dos apóstolos até nossos dias, e que ainda constitui o maior empecilho à reconciliação entre os vários credos cristãos". (KERSTEN, H. Jesus viveu na Índia, São Paulo: Best Seller, 1988, pp. 12-13). (grifo nosso)."

"E sobre especificamente a salvação recomendamos o nosso texto “O que efetivamente nos salva?”, já que não cabe aqui desenvolver novamente esse tema."


6º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A noção típica de todos os povos pagãos, do presente e do passado, de que o homem é um ser dualístico, formado por um corpo material e uma alma imortal, que prossegue viva e consciente na morte, quando o ensino bíblico é de que Deus criou o homem para viver com um ser físico, num paraíso físico, e que por conseqüência do pecado passou a experimentar a morte. A única forma de restaurar a vida é pela RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, que representa a vitória sobre a morte e a sepultura, como diz Paulo em 1 Cor. 15:54, 55. Entre a morte e a ressurreição nada existe, pois os que morrem, como no sono, nada sabem do que se passa, não têm conhecimento de coisa alguma e adentram o mundo do silêncio (Ecl. 9:5, 6, 10; Sal. 6:5).


"Aqui é que percebemos que os adventistas continuam com a crença de alguns judeus, que, outrora, não concebiam vida do espírito separado da carne (Bíblia de Jerusalém, p. 798). Aliás, pelo valor que dão ao Antigo Testamento, embora não aceitem o que é dito em 1 Samuel 28, parecem mais judeus que qualquer outra coisa, pois nem mesmo de cristãos poderemos lhes chamar, senão estaremos contrariando sua doutrina apoiada em Paulo."

Vamos analisar algumas passagens bíblicas para elucidar essa questão.

"Gn 5,1-3: ... Quando Deus criou Adão, ele o fez à semelhança de Deus. Homem e mulher ele os criou, os abençoou e lhes deu o nome de "Homem", no mesmo dia em que foram criados. Quando Adão completou cento e trinta anos, gerou um filho à sua semelhança e imagem, e lhe deu o nome de Set".

"Interessante a relação entre a criação divina e a do homem, ambos criaram seres à sua semelhança. Quanto ao homem não há dúvida que somos a imagem e semelhança uns dos outros; muda-se, algumas vezes, a cor da embalagem. Entretanto, quanto a Deus, qual seria a nossa semelhança para com ele? Física? Certamente não seria, porquanto “Deus é Espírito” (Jo 4,24) e sabemos que também Ele é “Deus dos espíritos de todos os seres vivos” (Nm 16,22; 27,16) e, ainda, que “Deus é Pai dos Espíritos” (Hb 12,9). Disso não há outra conclusão, senão a de que a nossa semelhança para com Deus é de a sermos igualmente espíritos."

"É certo que o povo hebreu não tinha mesmo, no princípio, uma noção da vida após a morte, o que foi aos poucos se desenvolvendo em sua crença. Para se ter uma idéia, podemos citar os Dez Mandamentos, cuja recompensa ou pena para quem, respectivamente, os seguissem ou não, eram todas elas para situações do dia-a-dia; nenhuma coisa se pensava para a vida após a morte. Isso só ficará mais claro no futuro, quando da evolução do seu pensamento religioso."

"Zc 12,1: Oráculo. Palavra de Javé a respeito de Israel - oráculo de Javé, que estende o céu, firma as bases da terra e forma o espírito dentro do homem:"

"Nessa passagem de Zacarias está dito, de maneira irrefutável, que Deus forma o espírito dentro do homem; então, qual é a dúvida? Isso inclusive, já é a evolução do pensamento sobre a realidade dualística do homem."

"Ml 2,14-15: E vocês ainda perguntam: "Por que isso?" Porque Javé é testemunha entre você e a mulher de sua juventude, à qual você foi infiel, embora ela fosse a sua companheira, a esposa unida a você por uma aliança. Por acaso, Deus não fez dos dois um único ser, dotado de carne e espírito? ."

"Embora esteja se falando do casamento o que se diz, ao final, é realmente desconcertante para os que dizem que não acreditam que no homem há também um espírito."

"Mc 14,38. Vigiem e rezem, para não cair na tentação! Porque o espírito está pronto para resistir, mas a carne é fraca."

"Espírito e carne palavras que confirmam o ser dualístico que somos; portanto, isso é conceito bíblico.
"
"Lc 8,40-42.49-56: “Quando Jesus voltou, a multidão o recebeu; porque todos o estavam esperando. E eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga; e prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que fosse a sua casa; porque tinha uma filha única, de cerca de doze anos, que estava à morte... veio alguém da casa do chefe da sinagoga dizendo: A tua filha já está morta;... Jesus ... tendo chegado à casa, a ninguém deixou entrar com ele, senão a Pedro, João, Tiago, e o pai e a mãe da menina... tomando-lhe a mão, exclamou: Menina, levanta-te. E o seu espírito voltou, e ela se levantou imediatamente; e Jesus mandou que lhe desse de comer...”
"
"Será que aqui somente somos nós quem enxerga a questão do espírito? Acreditamos que sim, pois não estamos presos aos absurdos dogmas criados pela liderança religiosa, a fim de se manter no poder ou para arrancar dinheiro dos fiéis. “O seu espírito voltou” a narrativa é de uma clareza estonteante, para os que negam o dualismo do ser humano."

"At 7,59-60: Atiravam pedras em Estevão, que repetia esta invocação: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito." Depois dobrou os joelhos e gritou forte: "Senhor, não os condenes por este pecado." E, ao dizer isso, adormeceu."

Mais uma passagem em que fica clara a questão de termos espírito.

"1Cor 2,11: Quem conhece a fundo a vida íntima do homem é o espírito do homem que está dentro dele.".

"Qual a dúvida? Ainda resta alternativa de interpretar ao gosto do freguês, mas isso não muda os fatos."

"Tg 2,26: De fato, do mesmo modo que o corpo sem o espírito é cadáver, assim também a fé: sem obras ela é cadáver."

"Precisava ser mais claro que isso? Deixemos os bibliólatras negarem essa realidade, já que, com isso, acham que estão justificando os seus dogmas."

"Considerando todas essas passagens, podemos dizer que também entre os judeus a idéia dualística do ser humano foi se tornando uma realidade."

"Para quem acredita em vida após a morte, há uma outra coisa que está intimamente ligada a isso que é a preexistência. Teríamos alguma passagem bíblica que nos leve a ela? Vejamos:"
"Sl 51,7: Eis que eu nasci na culpa, e minha mãe já me concebeu pecador."

"Para alguém nascer pecador há que ter havido uma existência anterior para que isso pudesse ocorrer. E querer nos atribuir algum pecado pelo que fizerem Adão e Eva, é contrariar: “O filho nunca será responsável pelo pecado do pai...” (Ez 18,20; Dt 24,16)."

"Jr 1,4-5: Recebi a palavra de Javé que me dizia: “Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que fosse dado à luz eu o consagrei, para fazer de você um profeta das nações”."

"Se Deus conhecia Jeremias antes de formá-lo no ventre da mãe, é porque ele já existia como espírito antes de seu corpo ser formado. Certamente que, para que Deus depositasse confiança nele, há que ter tido oportunidade de demonstrar que era alguém de confiança; isso obviamente ocorreu numa vida anterior."
"Sb 8,19: Eu era um jovem de boas qualidades e tive a sorte de ter uma boa alma, ou melhor, sendo bom, vim a um corpo sem mancha.'

"É tão evidente nessa passagem, não precisamos de outra. Inclusive, nela se diz também da lei do carma. Pena que os adventistas não possuam esse livro em sua Bíblia; mas o tomamos pelo seu valor histórico."

"Um outro ponto que nos leva a aceitar a questão da sobrevivência do espírito é a tão propalada proibição de evocar os mortos, já que é inconcebível que alguém vá proibir algo que não acontece; assim, a própria proibição, na qual tanto se apega, é a prova bíblica de que os mortos se comunicam. E mais: como admite que tal ordem é de origem divina, por coerência, há obrigação moral de se ter que aceitar que os mortos se comunicam com os vivos."
Por outro lado, não bastasse isso, ainda temos casos bíblicos em que os mortos se comunicaram, embora se faça uma tremenda ginástica verbal para desmerecê-las. A primeira é narrada no primeiro livro de Samuel, capítulo 28, na qual se conta o caso do rei Saul indo a Endor a busca da pitonisa (médium) para que ela evocasse o espírito Samuel, fato acontecido. Uma outra que podemos citar é quando Jesus, na presença de Pedro, Tiago e João, estabelece colóquio com os espíritos Moisés e Elias, na narrativa da transfiguração (Mt 17,1-9; Lc 9,28-34). Como essa passagem vem contrariar seus dogmas, os adventistas a negam como manifestação de espíritos, admitindo até o absurdo de Moisés ter ressuscitado e de Elias ter se manifestado corporalmente, justificando que ele foi arrebatado fisicamente; entretanto, parecem esquecer-se do seu “mestre” Paulo que disse categoricamente: “a carne e o sangue não podem herdar o reino dos céus” (1Cor 15,50)."

"E por fim, ainda, convém citar o fato do qual quase ninguém fala: é a respeito das aparições de Jesus depois da morte. Curioso é que se, como querem, não há em nós um espírito, então colocam Jesus numa situação contraditória, pois, ainda com o corpo pregado à cruz, disse: “Pai em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46)."

"Tudo isso também prova que não ficaremos inconscientes depois da morte, o que pode ainda ser facilmente derrubado pela parábola do rico e Lázaro (Lc 16,19-31), pela qual se pode reforçar a possibilidade da comunicação entre os dois planos, já que, se não acreditassem nisso, naquela época, não haveria sentido algum do rico ter pedido a Abraão para enviar Lázaro para avisar a seus irmãos, ao que obteve como resposta: como eles não ouviram nem aos vivos, que mesmo que um dos mortos ressuscitasse eles não lhes dariam ouvidos."

"Jesus ao dizer, de certa feita, que “É de João que a Escritura diz: 'Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti'”. (Mt 11,10), evidentemente, relaciona a profecia de Malaquias sobre a vinda de um mensageiro para lhe preparar o caminho (Ml 3,1), o que, mais à frente, ele o identifica como sendo o profeta Elias (Ml 4,4 ou 3,23). Assim, não é outra coisa que Jesus está afirmando, senão que João Batista é Elias, coisa que faz logo a seguir (Mt 11,14)."

"Sim, há os negadores da reencarnação, nós o sabemos; entretanto, é fato que o fazem para sustentar seus dogmas, mesmo que isso contrarie a evidência de que Jesus afirma ser João Batista a reencarnação do profeta Elias. Inclusive, há uma singularidade naquilo que ele diz, que normalmente passa desapercebida por muita gente, quando assevera “Desde os dias de João Batista até agora, o Reino do Céu sofre violência, e são os violentos que procuram tomá-lo”. Ora, sendo João Batista contemporâneo de Jesus, essa frase fica sem sentido, a não ser que a entendamos naquilo que ele quis mesmo dizer, ou seja: Desde os tempos em que João Batista era Elias, e até o momento em que Jesus disse isso, o reino do céu sofria violência... Tão claro que só cego não vê!"

"Mas, falar em reencarnação, é falar em imortalidade; então, há que se combater essa idéia, como se isso fosse revogar uma lei criada por Deus, apenas para atender interesses particulares de determinados religiosos, o que nos parece brincadeira..."

"O “mestre” Paulo, instruiu os coríntios sobre com qual dos corpos irão ressuscitar, não precisando que isso só acontecerá no soar da trombeta final, pois, certamente, quando voltamos ao mundo espiritual, estaremos ressuscitando em espírito, assumindo o corpo espiritual (1Cor 15,44), o corpo incorruptível (1Cor 15,53), uma casa não feita por mãos humanas (2Cor 5,1)."

"Entretanto, já que se usa Paulo para a ressurreição, por que então não o usa contra a idéia da ressurreição da carne, porquanto ele disse: “... a carne e o sangue não podem herdar o reino dos céus” (1Cor 15,50), o que prova ser o espírito independente da matéria; essa sim, ao pó."

"A questão é: será que os judeus, no tempo de Jesus, já acreditavam na imortalidade? Recorramos ao historiador hebreu Flávio Josefo (37 a 103 d.C.), que dividindo os judeus em três classes, fala sobre cada uma delas. Duas nos interessam mais de perto. São elas:"

a) fariseus

"A maneira de viver dos fariseus não era nem mole nem cheia de delícias; era simples... Eles julgavam que as almas são imortais, que são julgadas em um outro mundo e recompensadas ou castigadas segundo foram neste, viciosas ou virtuosas; que umas são eternamente retidas prisioneiras nessa outra vida e que outras voltam a esta. (JOSEFO, F. História dos Hebreus, Rio de Janeiro: CPAD, 1990, p. 416)."

b) essênios

"Os essênios, a terceira seita, atribuem e entregam todas as coisas, sem exceção, à providência de Deus. Crêem que as almas são imortais, acham que se deve fazer todo o possível para praticar a justiça... (JOSEFO, F. História dos Hebreus, Rio de Janeiro: CPAD, 1990, p. 416)."

" acreditam firmemente, que, como nosso corpo é mortal e corruptível e nossas almas, imortais e incorruptíveis, de uma substância aérea, muito sutil, encerrada no corpo, como numa prisão, onde uma inclinação natural as atrai e retém, mas apenas se vêem livres destes laços carnais, que as prendem em dura escravidão, elevam-se ao ar e voam com alegria..."

"Esses mesmos essênios, julgam que as almas são criadas imortais, para se darem à virtude e se afastarem do vício; que os bons se tornam melhores nesta vida pela esperança de serem felizes depois da morte e que os maus, que imaginam poder esconder neste mundo suas más ações, por isso são castigados com tormentos eternos (JOSEFO, F. História dos Hebreus, Rio de Janeiro: CPAD, 1990, p. 555)."

"Para completar, a outra classe é a dos saduceus, os materialistas daquela época, pois acreditavam que as almas morriam juntamente com o corpo (JOSEFO, 1990, p. 416)"

"Bom, se essa questão tem origem pagã, pouco importa, pois, se formos a fundo nisso, veremos que a Bíblia está impregnada de idéias oriundas do paganismo como, por exemplo: relato da criação do mundo, Adão e Eva, a serpente falante, o paraíso, o dilúvio, o céu como morada de Deus, o nascimento e salvamento de Moisés, os querubins, os serafins, o demônio como deus do mal, o inferno, etc."

"Paulo afirma que Jesus trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo Evangelho (2Tm 1,10); não estaria ele dizendo daquilo que somente na sua época ficou mais claro, ou seja, a imortalidade da alma? Ao esclarecer que “Deus não é Deus de mortos, mas Deus de vivos” (Mt 22,32), quando se referia a Abraão, Isaac e Jacó, dizia certamente da imortalidade da alma, porquanto, esses personagens bíblicos já haviam deixado as vestes físicas há muito tempo."

"Em Ecl 9,5.6.10 e Sl 6,5 percebe-se que os seus autores não acreditavam na vida após a morte, ou seja, nem mesmo numa ressurreição futura; daí não nos serve de apoio a tese de que a alma não é imortal. Só fanático para usá-las para isso. Aliás, naquela época se acreditava que tanto os bons quanto os maus iam para o Seol, sem qualquer tipo de distinção; nem mesmo recompensa teriam (Ecl 9,5)."

"Recorrer ao autor de Eclesiastes para justificar alguma coisa é pura falta de bom senso, senão; vejamos alguns de seus pensamentos:"

“De fato o destino do homem e do animal são idênticos: do modo que morrem estes, morrem também aqueles. Uns e outros têm o mesmo sopro vital, sem que o homem tenha vantagem nenhuma sobre o animal, porque tudo é fugaz”. (Ecl 3,19)"

“Então descobri que a mulher é mais amarga do que a morte, porque ela é uma armadilha, o seu coração é uma rede e os seus braços são cadeias. Quem agrada a Deus consegue dela escapar, mas o pecador se deixa prender por ela”. (Ecl 7,26)."

"Só que certamente ele era uma pessoa materialista, que não acreditava que houvesse, no homem, outra coisa senão a carne e o sangue; daí, julgava que o ser humano não é imortal (Ecl 17,25). Quem quiser segui-lo é livre; mas nós não iremos aceitar tamanho disparate somente porque está escrito; não abdicar da lógica é o melhor remédio."

7º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A noção de reencarnação, negando o claro ensino bíblico de que só mediante a ressurreição dos mortos, bem detalhadamente descrita em várias passagens, como Ezequiel 37, 1 Coríntios 15, 1 Tessal. 4:13-16, é que alcançaremos a vida eterna, que é apresentada na Bíblia como um dom de Deus aos que se habilitarem a para sempre habitarem nos lugares que Cristo prometeu preparar para os Seus fiéis, e que iriam ser ocupados quando Ele retornasse para vir buscar os Seus (ver Rom. 2:7; 2a. Tim. 1:10 e João 14:1-3).

"Aí a coisa fica apenas na questão de como se interpreta as passagens, pois, para nós, por exemplo, Jesus ao dizer que João Batista era Elias estava falando de reencarnação. A Nicodemos afirmou: “É necessário nascer de novo” (Jo 3,3), reafirmando isso. Mas não iremos falar neste assunto, pois esses argumentos são os velhos e já surrados de sempre, apenas deixaremos links para os nossos textos, caso alguém queira pesquisar: João Batista é mesmo Elias?, Reencarnação na Bíblia, Reencarnação no contexto histórico, Reencarnação no Pentateuco, Ressurreição, significado bíblico e Ressurreição ou reencarnação?"

8º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A negação da volta de Cristo, embora citem textos como Mateus 16:27 que fala claramente dessa volta, e muitos outros claros versos das Escrituras. E Sua volta é a única saída para tirar o homem do "aperreio" em que se acha, em decadência moral e espiritual clara e evidente, e não o progresso rumo a um róseo futuro, como indicado pelo espiritismo.

"Leiamos: Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a própria conduta. (Mt 16,27); só gostaríamos de saber se foi dito que voltaria fisicamente... Nem nessa, nem em nenhuma outra passagem diz isso. Para nós, o “virá na glória” significa que virá em espírito. Aliás, é bem certo que se fizesse isso, ou seja, voltasse num novo corpo, seria execrado pelos líderes religiosos atuais, que possuem “verdades” “de-mais” e amor de menos. Por essa passagem também demonstramos a contradição em que se mete ao afirmar que a salvação é de graça, quando aqui, da boca do próprio Mestre Jesus, está dito que “a cada um segundo suas obras”."

"Apressado em ler ou, quem sabe, buscando textos amiúde, não viu, na seqüência, o seguinte: “Eu garanto a vocês: alguns daqueles que estão aqui, não morrerão sem terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino." (Mt 16,28). Se quer pegar a passagem anterior ao pé da letra, então que também pegue essa, porquanto está no mesmo contexto. Assim, de duas uma: Jesus já veio ou há grave erro bíblico."

"Só há um problema a ser resolvido, pois naquela época já se pensava estar vivendo o fim dos tempos, conforme, para exemplo, citamos essas passagens:"

"1Cor 10,11: Tais coisas aconteceram a eles como exemplo, e foram escritas para nossa instrução, a nós que vivemos no fim dos tempos."

"1Ts 4,15: Eis o que declaramos a vocês, baseando-nos na palavra do Senhor: nós, que ainda estaremos vivos por ocasião da vinda do Senhor, não teremos nenhuma vantagem sobre aqueles que já tiverem morrido."

"1Pe 1,5: que, graças a fé, estão guardados pela força de Deus para a salvação que está prestes a revelar-se no final dos tempos."

"1Pe 1,20: Ele era conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado no fim dos tempos por causa de vocês."

"1Pe 4,7: O fim de todas as coisas está próximo."

"Nós, os espíritas, já sabemos que ele voltou, “quem tiver olhos que veja”: O Espírito de Verdade, quem seria ele?"

"Numa outra passagem Jesus afirmou: “ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28,20); em princípio poderíamos dizer que Jesus nunca deixou os discípulos; portanto, não havia como voltar; mas, lendo uma outra passagem, percebemos que também nessa passagem se fala do fim dos tempos, no qual achavam já estar vivendo. Vejamo-la: “doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (HB 9,26)."
9º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A própria idéia de que graças às contínuas reencarnações a humanidade só tem melhorado e só haverá de melhorar mais e mais no futuro, quando isso não só está inteiramente fora da realidade, com negam as profecias bíblicas, proferidas pelo próprio Cristo, que fala que os tempos que antecederiam Sua volta literal e visível seriam uma repetição da maldade de Sodoma e Gomorra, ou dos dias anteriores ao dilúvio. Isso é confirmado por Paulo, Pedro e outros autores bíblicos.

"Conforme demonstrado no item anterior, o fim dos tempos já passou há muito tempo; atualizar-se não faz mal a ninguém."

"Uma coisa que não percebem é que, se a humanidade está tão ruim assim, podemos debitar isso das religiões tradicionais, que não conseguiram, e jamais conseguirão, agindo como agem, moralizar o ser humano."

"Ainda preferimos ficar com: “Tu amas tudo o que existe, e não desprezas nada do que criaste. Se odiasses alguma coisa, não a terias criado”. (Sb 11,24), pois assim estaremos mais próximos do Deus que Jesus nos apresenta: um Pai, aquele que, muito mais que nós, dará boas coisas a seus filhos que Lho pedirem. (Mt 7,11)."

"O estreito pensamento de que os seres criados por Deus se resumem aos que vivem aqui na terra, é algo comparável a alguém julgar que a população toda do Rio de Janeiro está na baixada fluminense, e que age e vive como os que lá residem. Sem mais comentários."

10º. Erro da Doutrina Espírita Claramente Definido: A possibilidade de comunicação entre vivos e mortos, sendo que a proibição divina é clara a respeito, tanto em Deut. 18:9-11 como séculos depois confirmada em Isa. 8:19, 20. Sendo que não há uma "alma imortal" que tenha consciência após a morte do corpo, e permanecerá como num sono inconsciente até a ressurreição, qualquer suposta comunicação entre vivos e mortos é claramente suspeita, e proibida por Deus que quis proteger o Seu povo de terríveis enganos satânicos nessa linha.

Azenilto Brito
Fonte: http://foroadventista.com/index.php/topic,1049.msg13679.html#msg13679

"É até deveras interessante a linha de raciocínio de um fundamentalista que não se dá conta da besteira que disse, pois é justamente essa proibição que é o maior atestado que isso pode acontecer, sob o ponto de vista bíblico. A não ser que tenhamos Deus proibindo algo que não acontece, tipo uma placa em pleno alto mar com os seguintes dizeres: “É PROIBIDO ESTACIONAR ÔNIBUS E CAMINHÃO”. Só louco para fazer isso!"

"Ficamos a pensar no que seria mais fácil para Deus: não criar a possibilidade da comunicação com os mortos, ou criá-la, mesmo sendo-Lhe uma coisa abominável, só para ter o prazer de se irritar e castigar os que usassem do intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual? Qual das hipóteses é a mais viável? Qualquer pessoa de bom senso, não incluímos aqui os fundamentalistas, verá que a primeira opção. Se Deus, então, criou a possibilidade é porque viu nisso uma coisa boa, embora o homem possa estar usando esse intercâmbio de maneira equivocada; mas o fato é que: se não fosse útil não a teria criado. Tanto é verdade que Jesus entrou em colóquio com os espíritos Moisés e Elias, conforme já citamos anteriormente, e ele próprio se comunicou com os discípulos depois de sua crucificação, numa clara demonstração de que naqueles casos, já sob outras circunstâncias, a comunicação com os mortos não era proibida."

"Mas vamos, só por um momento, dar-lhe razão, ou seja, é algo proibido por Deus. Então, por que não cumpre todas as outras determinações contidas do Deuteronômio, só pegando essa a dedo? Coerência, é o que lhe pedimos! Citaremos apenas três para exemplificar:"
"Dt 21,18-21:Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe, e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, pegarão nele seu pai e sua mãe e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz: é dissoluto e beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; assim eliminarás o mal do meio de ti: todo o Israel ouvirá e temerá."

"Dt 22,23-24: Se houver moça virgem, desposada, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela, então trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis, até que morram; a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porque humilhou a mulher do seu próximo; assim eliminarás o mal do meio de ti."

"Dt 25,11-12: Quando brigarem dois homens, um contra o outro, e a mulher de um chegar para livrar o marido da mão do que o fere, e ela estender a mão, e o pegar pelas suas vergonhas, cortar-lhe-ás a mão: não a olharás com piedade."

"Já que sempre se apóia na Bíblia, que nos apresente a passagem onde pode ser encontrada alguma coisa que diz que “os satânicos” se manifestam no lugar dos mortos, quando os evocamos. Pois sabemos ser isso apenas argumento para enganar os incautos. Nos parece muito estranho Deus permitir que “os satânicos” manifestem para nos tentar, sem, em contrapartida, dar permissão para que os bons espíritos (anjos) venham nos ajudar."

"Agora, poderemos mostrar que a ciência, a cada dia, prova justamente que os espíritos podem se comunicar com os mortos. Citamos, por exemplo, um laudo técnico emitido pelo perito em grafoscopia Carlos Augusto Perandréa, que atestou, sobre uma comunicação recebida por Chico Xavier, ser da mesma pessoa quando viva. Podemos, ainda, falar da pesquisadora Sonia Rinaldi que possui um laudo científico emitido por uma instituição italiana dizendo que a voz paranormal gravada por ela, é da mesma pessoa gravada na sua secretária eletrônica quando viva."

Conclusão

"Acreditamos que os dez erros da Doutrina Espírita se esvoaçaram como pássaros assustados, quando nos aproximamos deles para apreciá-los, e tudo isso por absoluta falta de consistência de quem os apresentou. Se soubesse mais do Espiritismo, talvez poderia até encontrar alguma coisa de errada, pois nunca nos consideramos donos da verdade. Mas Kardec deixou bem claro que o dia em que a ciência viesse a provar que estamos errados em algum ponto, devemos abandoná-lo e abraçar a ciência. O que se vê é justamente a ciência vindo, gradativamente, comprovando os postulados Espíritas. Por isso, não nos preocupamos quando dizem que nossos princípios não se encontram na Bíblia, porquanto, ela não é um compêndio de ciência, e a ciência, por inúmeras vezes, já demonstrou os seus erros."

P.Moryah.





3 comentários:

  1. Meu caro, apesar de todo o texto estar com aspas, não fui citado como o autor. Agradeço-lhe tomar essa providência.
    Como o contraditor continuou apontando erros, no texto final, somam 20 erros: http://www.paulosnetos.net/attachments/053_Os_20_erros_da_Doutrina_Espirita_apontados_por_um_adventista_fanatico.pdf

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  2. 10 itens interpretados ridiculamente por um adventista totalmente equivocado. Tá na cara que será a primeira raça de crentes a sofrer as consequências do processo evolutivo pois vivem no século 18 e continuam srm saber interpretar as palavras bíblicas. Não enxergam um palmo a frente do próprio nariz e pior não admitem que vivem.na época de Moisés e não entendem que as leis se aplicavam ao povo daquela época. E que somente a moral da biblia é que se aplica nos dias de hoje. O consolador prometido nos dá todas as explicações. João 14.16-19; 24-26.

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  3. para o comentário acima acho que vc esqueceu do joão14:15.

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