sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ASSISTENCIA SOCIAL ESPIRITA



Muito ouvi falar nestas duas ultimas semanas de “Assistência Social em diferentes fóruns espirita, todos eles estranhamente voltados apenas a visão puramente material, em detrimento ao objetivo maior da doutrina, e o que de melhor temos a oferecer as comunidades que é a visão espiritual.

Espiritismo e Evangelho

1. Diz-nos Emmanuel: “O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo”.
2. E o espírita, que não cogitou da sua iluminação com Jesus Cristo, pode ser um cientista e um filósofo, com as mais elevadas aquisições intelectuais, mas estará sem leme e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação e da experiência, porque só o sentimento divino da fé pode arrebatar o homem das preocupações inferiores da Terra para os caminhos supremos dos páramos espirituais" (O Consolador, item 236).
2. Aludindo ao ensino moral contido no Evangelho, Allan Kardec pondera: "Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças. Porque nunca foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda parte provocadas pelos dogmas. Se o discutissem, as seitas teriam, aliás, encontrado nele a sua própria condenação, porque a maioria delas se apegou mais à parte mística do que à parte moral, que exige a reforma de cada um. Para os homens, em particular, é uma regra de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o princípio de todas as relações s ociais fundadas na mais rigo-rosa justiça. É, por fim, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade a conquistar, uma ponta do véu erguida sobre a vida futura" (O Evangelho segundo o Espiritismo, Introdução, item I).
3. Diante de tais ensinamentos, não se concebe falar em assistência social espírita sem evangelização, porquanto ensinar a Doutrina Espírita direcionando o indivíduo para a prática dos ensinos do Cristo é favorecer lhe o caminho da felicidade. Existe objetivo mais nobre do que esse? O objetivo da assistência social espírita não é, portanto, como muitos pensam tão-somente saciar corpos perecíveis, mas iluminar consciências, formar indivíduos saudáveis do ponto de vista físico, psicológico e espiritual, fazer homens de bem, porque "o homem que se ilumina conquista a ordem e a harmonia para si mesmo" (O Consolador, item 234).

Cinco pontos fundamentais do Serviço Social espírita

. Das experiências e relatos constantes da série Nosso Lar, de André Luiz, pode extrair os seguintes pontos, que nos parecem fundamental a um trabalho de assistência social espírita:
1o) A prática do bem é mero dever:
"O Evangelho de Jesus (disse a André aquela que foi sua mãe terrena) lembra-nos que há maior alegria em dar que em receber. (...) Dá sempre, filho meu. Sobretudo, jamais esqueças dar de ti mesmo, em tolerância construtiva, em amor fraternal e divina compreensão. A prática do bem exterior é um ensinamento e um apelo, para que cheguemos à prática do bem interior. Jesus deu mais de si, para o engrandecimento dos homens, que todos os milionários da Terra congregados no serviço, sublime embora, da caridade material. Não te envergonhes de amparar os chaguentos e esclarecer os loucos que penetrem as Câmaras de Retificação (...). Trabalha, meu filho, fazendo o bem. Sempre que possas, olvida o entretenimento e busca o serviço útil" (Nosso Lar, cap. 36, pág. 198).
2o) O bem que fazemos jamais fica esquecido:
"Nos círculos inferiores, meu filho (disse-lhe sua mãe), o prato de sopa ao faminto, o bálsamo ao leproso, o gesto de amor ao desiludido, são serviços divinos que nunca ficarão deslembrados na Casa de Nosso Pai" (Idem, pág. 197).
3o) Não se concebe o trabalho de ajuda ao próximo sem o espírito de fraternidade:
que, se pudesse, iria materializar-se nos planos carnais, a fim de dizer aos religiosos, em geral, que toda caridade, para ser divina, precisa apoiar-se na fraternidade" (Nosso Lar, cap. 39, pág. 218).
4o) O padrão da obra socorrista no mundo será sempre Jesu
“Jesus (disse-lhe Vicente, que também fora médico na Terra) não foi somente o Mestre, foi Médico também”. Deixou no mundo o padrão da cura para o Reino de Deus. Ele proporcionava socorro ao corpo e ministrava fé à alma.
“Nós, porém, meu caro André, em muitos casos terrestres, nem sempre aliviamos o corpo e quase sempre matamos a fé” (Os Mensageiros, cap. 13, pág. 74).
5o) Devemos dar o pão que alimente o corpo, sem esquecer a luz que ilumine o espírito
"Nos primórdios do Cristianismo (disse-lhe Irene), a maioria dos necessitados entraria em contato com Jesus através da sopa humilde ou do teto acolhedor. Lavando leprosos, tratando loucos, assistindo órfãos e velhinhos desamparados, os continuadores do Cristo davam trabalho a si próprios, dedicavam-se aos infelizes, esclarecendo-lhes a mente, e ofereciam lições de substancial interesse aos leigos da fé viva. Como não ignoram, estamos fazendo no Espiritismo evangélico a recapitulação do Cristianismo" (Obreiros da Vida Eterna, cap. XII, pág. 190).
A recomendação de São Francisco Xavier
12. Conta-nos Manoel Filomeno de Miranda (in "Tramas do Destino", cap. 21, págs. 196 a 199, obra psicografada por Divaldo P. Franco) que, quando o Centro Espírita "Francisco Xavier", de Salvador (BA), teve a sua edificação planejada, o dirigente espiritual Natércio, profundo admirador e discípulo de São Francisco Xavier, que fora na Terra incansável propagandista da fé cristã, tendo-a levado ao Japão, China e Índia, nos idos do séc. XVI, recorreu ao fiel Apóstolo de Jesus, suplicando seu patrocínio espiri¬tual para a Casa que seria erguida. Recebido pelo Mensageiro do Senhor, Natércio expôs-lhe o programa que objetivava realizar. Sua grande meta era incrementar entre os homens o ardor da fé e a pureza dos princípi os morais, conforme as regras simples dos "seguidores do Caminho", sem os atavios do dogmatismo, da aparência e dos formalismos.
13. Terminado seu relato, o instrutor recebeu o aval do insigne Missionário, com uma condição: que se preservasse ali o Evangelho em suas linhas puras e simples, num clima de austeridade moral e serviços iluminativos disciplinados, com os resultantes dispositivos para a caridade na suas múltiplas expressões, tendo-se, porém, em vista que os socorros materiais seriam decorrência natural do serviço espiritual, prioritário, imediato, e não os preferenciais..." "Não deveriam es¬quecer-se de que a maior carência ainda é a do pão de luz da consolação moral, que o Livro da Vida propicia fartamente..."
14. Comentando o episódio, assevera Manoel Filomeno de Miranda (obra citada, págs. 198 e 199):
“Pensa-se muito em estômagos a saciar, corpos a cobrir, doenças a curar”... Sem menosprezar-lhes a urgência, o Consolador tem por meta primacial o espírito, o ser em sua realidade imortal, donde procedem todas as conjunturas e situações, que se exte¬riorizam pelo corpo e mediante os contingentes humanos, sociais, ter-renos, portanto...
“A assistência social no Espiritismo” é valiosa, no entanto, se precatem os trabalhadores da última hora' contra os excessos, a fim de que a exaustão com os labores externos não exaura as forças do entusiasmo nem derrube as fortalezas da fé, ao peso da extenuação e do desencanto nos serviços de fora.
"Evangelizar, instruir, guiar, colocando o azeite na lâmpada do coração, para que a claridade do espírito luza na noite do sofrimento, são tarefas urgentes, basilares na reconstrução do Cristianismo".
Não basta dar o pão que alimente apenas o corpo
15. É por isso que Joanna de Ângelis nos propõe (in "Dimensões da Verdade", pág. 123):
“A caridade tem regime de urgência, mas também o esclarecimento ao seu lado tem tarefa prioritária, funcionando como combustível de sustentação”.
“Pão ao esfaimado como dever imediato, e luz do ensino espírita, para que a angústia da fome seja dirimida pelo serviço dignificante”.
“Tecidos ao corpo entanguido como tarefa inadiável; no entanto, orientação espírita para agasalhar a alma na esperança, livrando-a, em definitivo, do frio”.
“Medicamento ao corpo doente como recurso urgente; todavia, diretriz espírita para que o espírito compreenda as razões profundas da dor e possa revitalizar-se”.
“Socorro ao aflito nos braços do desespero como obrigação irresistível; mas roteiro espírita para que o conhecimento o liberte de toda treva e agitação”.
“Amparo ao órfão, no próprio lar, como lição viva de amor; porém, conduta espírita diante dele, como linha de segurança para o seu engrandecimento”.
“Assistência à mulher viúva e” auxílio à miséria como impositivo da ação cristã; todavia, oferta da Doutrina Espírita a fim de que a revolução da verdade conceda luz e vida, para que novos enganos sejam evitados, libertando as mentes das ligações poderosas com o mal.
E a nobre mártir do Cristianismo nascente, hoje orientadora espiritual do trabalho de Divaldo P. Franco, arremata (obra citada, pág. 50):
“Nem Espiritismo sem assistência social, nem assistência social sem Espiritismo, para nós espiritistas encarnados e desencarnados”.
"E guardemos a certeza de que, ao lado da assistência material que possamos doar, a assistência moral e espiritual deve ter primazia."

P.Moryah.









terça-feira, 20 de setembro de 2011

O PERÍGO DAS CORRENTES ESPIRITA




A quem interessa a visão religiosa no Espiritismo?
Onde há a divulgação doutrinária?
Romances medíunicos e obras com mensagens não substituem a Codificação Espírita.
Fora da Codificação Espírita não há obras complementares,apenas obras paralelas;que expressam opiniões pessoais desse ou aquele autor.
Vemos, cada vez mais, o aumento do número de editoras e livros publicados, existem sempre novos lançamentos.
Em termos de quantidade a Doutrina Espirita esta farta, mas e em termos de qualidade?

Em se submetendo todas as comunicações a um exame escrupuloso, em se lhes perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, como é de uso fazerem-se quando se trata de julgar uma obra literária, rejeitando-se, sem hesitação, tudo o que peque contra a lógica e o bom-senso, tudo o que desminta o caráter do Espírito que se supõe ser o que se está manifestando, leva-se o desânimo aos Espíritos mentirosos, que acabam por se retirar, uma vez fiquem bem convencidos de que não lograrão iludir. Repetimos: este meio é único, mas é infalível, porque não há comunicação má que resista a uma crítica rigorosa.
Os bons Espíritos nunca se ofendem com esta, pois que eles próprios a aconselham e porque nada têm que temer do exame. Apenas os maus se formalizam e procuram evitá-lo, porque tudo têm a perder. 
Só com isso provam o que são.
(O Livro dos Médiuns, cap. XXIV, item 166)

Não podemos esquecer uma coisa muito importante: Leis Naturais.
Assim, em toda a ciência, tem por base as teorias que repousam sobre as leis naturais.Quando procuramos conhecê-las,diferençamos o joio do trigo.
No caso das opiniões pessoais, tendem sempre a contrariá-las e, aí, de posse de uma base sólida, podemos perceber as contradições.
Como podemos ver não é mais um tempo de linha de pensamentos, mas sim,de conhecimento de Leis Naturais, isso é ciência.Nela devemos confiar.


Obras Póstumas

O princípio do melhoramento está na natureza das crenças, porque estas constituem o móvel das ações e modificam os sentimentos.
Também está nas idéias inculcadas desde a infância e que se identificam com o Espírito; está ainda nas idéias que o desenvolvimento ulterior da inteligência e da razão podem fortalecer, nunca destruir.
É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a Humanidade.(Allan Kardec)

As pessoas que se posicionam perante a Doutrina Espírita com uma fé cega,se contradizem a si mesmas,pois acreditam professar algo no qual não levam a sério as propostas nele inseridas;por falta de comprometimento real e, com isso,nada se estuda e nem se aprofunda. Se ofendem facilmente quando percebem que são questionadas naquilo que acreditam e pensam que é doutrinário.
Aí,permanecem numa postura defensiva de se dizerem 'modernas' e que 'Kardec não disse tudo' e,rotulam aos outros, de intolerantes e arrogantes;porque não querem mudar a maneira como enfocam a Doutrina e querem que se aceitem as suas visões pessoais como uma liberdade individual de escolha.Suas bases se reportam a obras com mensagens e/ou romances dito 'mediúnicos' e se dizem muito ecléticos e sabedores dos milenares conhecimentos de determinadas correntes de pensamento que confundem com o contexto doutrinário(que errôneamente pensam que atualizam o Espiritismo).

Certamente, nossas crenças e valores, serão modificados ante o conhecimento bem compreendido, que virá pelo exercício da inteligência; onde a razão , essa faculdade de examinar e estabelecer relações de lógica rigorosa, será nosso guia seguro.

Os que agem pela fé cega demonstram que as conviccões pessoais(íntimas)ainda estão no campo de não se constituirem melhores valores e, com isso, não modificando sentimentos; só podem agir em concordância com a natureza que se edificou apenas na fé cega.

Resumindo:
A fé que lhes guia não lhes modificam os sentimentos.

Os livros dito 'espíritas' vendem milhões de exemplares e empolgam um público cada vez maior, mesmo sendo escritos por autores desconhecidos e adotando conteúdos questionáveis.

Todo médium que escreve seus livros, tem editora própria.Muitos médiuns estão usando o dinheiro dos livros para uso próprio.As editoras estão milionárias:as principais obras que mais vendem são da Zíbia entre tantos autores; e a editora Petit fatura alto e a Lúmen editorial também se enriquece...

É esse mercado fiel e cativo que faz de Zibia Gasparetto uma best-seller. As prateleiras com seus livros estão sempre repletas de leitores. Ela chegou a emplacar quatro títulos na lista dos dez mais vendidos – um em primeiro lugar. São mais de 4 milhões de exemplares de livros, em sua maioria feitos em “parceria” com o Espírito Lúcius.
Foi depois de ficar viúva que Zíbia começou a conquistar o prestígio do qual desfruta atualmente. De típica dona de casa tornou-se empresária. É dona, ao lado dos filhos Luiz Antônio (também autor) e Silvana, da Editora e Gráfica Espaço Vida e Consciência.

Ao contrário de Chico Xavier, Zíbia lida de forma mais tranqüila com o que ganha. Em recente entrevista a um site espírita, declarou: 'Quando comecei a ler sobre as leis da prosperidade, descobri que bloqueava o seu fluxo. Tinha muito preconceito contra o dinheiro, por achar que não era coisa espiritual. Mas não é verdade que alguém seja incapaz ou que não tenha condições de fazer fluir a prosperidade em sua vida – não só a financeira, mas também a prosperidade em termos de felicidade, alegria, saúde e tudo o mais que a componha'.


A questão é realmente preocupante.
O controle da universalidade e concordância do Ensino dos Espíritos que, na época de Kardec, era feito por ele e,conjuntamente,com o contributo dos Espíritos Superiores.Atualmente,deveria se ter mais editoras sérias,que não estejam preocupadas apenas com o lucro.

Allan Kardec, na fase da estruturação do Movimento Espírita, sabia que outros livros, que não os de sua autoria, seriam lidos pelos neófitos do Espiritismo, ávidos de informações do Além-túmulo; sabia, também, que algumas daquelas obras poderiam confundir o leitor inexperiente e, em razão disso, durante todo o tempo que editou a Revista Espírita, entre 1858 até 1869, foi incansável leitor das obras, mediúnicas ou não, que fizessem referências aos fenômenos espíritas e ao Espiritismo como Filosofia e Ciência,de consequências morais. Não as lia com o critério de quem fiscaliza, de quem acredita ser o único que dispensa a luz, mas sim de quem quer se informar, conhecer e informar aos seus leitores da coerência ou não daquelas obras com os postulados da Doutrina que nascera com O Livro dos Espíritos. No período de onze anos, o codificador publicou, aproximadamente, 140 comentários bibliográficos, analisando forma e conteúdo dos livros, dizendo o que pensava a respeito e orientando o leitor que os lesse com espírito crítico, separando o joio do trigo.

Com relação às obras mediúnicas, sua preocupação dobrava, pois conhecia a tendência natural das pessoas simples e de boa vontade em acreditar, sem muitas indagações, no que se dizia ser ditado pelos Espíritos, esquecendo-se serem eles tão defectíveis quanto os homens da Terra. Eis por que chamou a nossa atenção para as graves conseqüências do médium fascinado, que dá guarida aos Espíritos brincalhões, pseudo-sábios, mistificadores e interessados unicamente em combater o Espiritismo. Escreveu:

'A fascinação tem conseqüências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem.

Já dissemos que, muito mais graves são as conseqüências da fascinação. Efetivamente, graças à ilusão que dela decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode levá-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade. Ainda mais, pode levá-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas.'Como poderá levar – acrescento– aqueles que seguem suas teorias e procedimentos.

Ora, se o médium não analisa criteriosamente o que escreve em nome de tal ou qual Espírito, antes de o publicar, porque não tenha condições intelectuais ou porque esteja envaidecido com sua obra, o ônus será do leitor que - não acreditando em todos os Espíritos -, terá que ler entre linhas as sutilezas dos argumentos aparentemente válidos, mas, na realidade, não conclusivos, e que deixam claro a intenção de gerar dúvidas. São os sofismas: argumento que parte, muitas vezes, de premissas verdadeiras, ou tidas como verdadeiras, mas que não chega a uma conclusão consonante com o conjunto lógico da Doutrina Espírita.

Proliferam, tal como ocorria à época de Kardec, os livros que se insinuam como de natureza espírita, de autores encarnados e desencarnados; mas que, na verdade, têm conteúdo duvidoso, prenhe de sofismas, contribuindo para gerar confusão, tentando destruir o que já se construiu de bom no Movimento Espírita. Diante disso, como deve agir o leitor menos experiente que não tem mais o professor Allan Kardec para o orientar? Estude a Codificação Espírita.

Autor espiritual - Segundo o seu estágio evolutivo e sua filosofia de vida, o Espírito poderá ditar ensinamentos divergentes dos contidos no corpo da Doutrina Espírita ou falar meias-verdades. Nem todos os Espíritos são espíritas.

Médium psicógrafo – Temos nomes consagrados no Movimento Espírita que já receberam e recebem bons livros. Mas não os endeuse. São tão defectíveis como qualquer outro ser humano. Não devemos esquecer que 'Um médium é instrumento pouquíssimo importante como indivíduo. Por isso é que, quando se têm instruções que devem aproveitar à generalidade dos homens, os Espíritos se servem dos que oferecem as facilidades necessárias.' Ora, para falar da doutrina codificada por Allan Kardec, as facilidades que podem encontrar os Espíritos no médium, serão, sem dúvida, o seu alinhamento com as Obras Básicas. Alguns médiuns são dissidentes.

A editora é garantia? – Algumas merecem a nossa confiança no que publicam em relação ao Espiritismo, outras oferecem livros que têm conteúdo mesclado, trazendo ensinamentos espiritualistas, mas não espíritas. As editoras laicas vêm publicando livros já consagrados como espíritas. Para essas, quem dita seu comportamento é o mercado.

Somente uma leitura criteriosa da obra por quem conhece os princípios básicos da Doutrina vai garantir que se trata ou não, de um livro espírita, podendo ser divulgado como tal. O Codificador nos convida a usar o bom senso e a atentar para o princípio da universalidade das comunicações mediúnicas, alertando-nos que '[...]As instruções dadas pelos Espíritos sobre pontos da doutrina ainda não esclarecidos, não teriam força de lei, enquanto permanecessem isoladas; só devendo, por conseguinte, serem aceitas sob todas as reservas e a título de informações.[...]Só devendo ser apresentadas como opiniões individuais, mais ou menos prováveis,mas tendo, em todo o caso, necessidade de confirmação.'

Ninguém está autorizado a condenar esta ou aquela obra literária que não esteja alinhada pelo Espiritismo, nos seus aspectos científico-filosófico,de consequências morais. Seria uma atitude contrária ao Espiritismo, que prega a liberdade de pensamento e de expressão. O Mestre de Lyon, orientando os interessados em estudar o Espiritismo, depois de relacionar algumas obras de sua autoria, acrescenta: “Os que desejem tudo conhecer de uma ciência devem necessariamente ler tudo o que se ache escrito sobre a matéria, ou, pelo menos, o que haja de principal, não se limitando a um único autor. Devem mesmo ler o pró e o contra, as críticas como as apologias, inteirar-se dos diferentes sistemas, a fim de poderem julgar por comparação.”

Não devemos inferir, no entanto, do aconselhamento do Codificador, que as Casas Espíritas devam divulgar em seu meio, obras de conteúdo duvidoso e, muito menos vendê-las em suas bancas;em nome da liberdade de pensamento e de expressão, pois, agindo assim, estaremos contribuindo para disseminar a fascinação do escritor entre os freqüentadores da Instituição e fomentar a dúvida e a discórdia entre eles.



sábado, 17 de setembro de 2011

ANOTAÇOES SOBRE O PASSE


faz mais de vinte e cinco anos que a orientação emanada dos órgãos de unificação ligados à Federação, a respeito do passe, tem sido no sentido de aplicá-lo da forma mais singela possível, tal como se fazia nos tempos apostólicos: a simples imposição de mãos.
Ensina-nos um dos textos que formam a apostila do Centro de Orientação e Educação Mediúnica (COEM), obra elaborada sob a supervisão do Dr. Alexandre Sech (11a Sessão de Exercício Prático, Centro Espírita Luz Eterna, edição de 1978):
“A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe”.
“Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira técnica”.
"Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos."
Alguém, contudo, pergunta-nos qual é a fundamentação kardequiana para a postura acima referida, adotada há vinte e oito anos pelo Centro Espírita Luz Eterna e pelos formuladores do programa do COEM, dentre os quais se incluem além do Dr. Alexandre Sech, os nossos caríssimos amigos Dr. Célio Trujillo Costa e o professor Ney Paulo de Meira Albach.
O passe espírita origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo.
Poderíamos responder à pergunta mencionando um único autor: José Herculano Pires, que foi, no dizer de Chico Xavier, "o metro que melhor mediu Kardec".
Com efeito, Herculano é, ao lado de , Carlos Imbassahy, uma das poucas autoridades indiscutíveis em matéria de Doutrina Espírita.
Eis o que ele, a respeito do tema, escreveu ("Obsessão, o passe, a doutrinação", editora Paidéia, págs. 35 a “O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos”. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo.
Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus.
“O passe espírita não comporta as encenações e gesticulações em que hoje o envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista”.
“Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo”.
Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado há muito superado.
Os Espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas a prece e a imposição das mãos.
"Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações."
Mas, considerando seja isso insuficiente, lembremos algumas passagens extraídas da obra de Kardec, que sempre utilizou a expressão médium curador em lugar de médium passista e que, quando trata do assunto, se refere tão somente à imposição de mãos:
1) Em "O Livro dos Médiuns", capítulo XIV, item 176, o Codificador do Espiritismo consigna a seguinte instrução dada pelos Espíritos: "Se você magnetiza com o fito de curar, por exemplo, e invoca um bom Espírito que se interessa por você e pelo doente, ele aumenta sua força e sua vontade, dirige seu fluido e lhe dá as qualidades necessárias" .
  Não são as mãos do passista que dirigem o fluido,mas o Espírito que vem em seu auxílio
Está dito aí, com a maior clareza possível, que não são as mãos do mé¬dium passista que dirigem o fluido, mas sim o Espírito que vem em seu auxílio, o qual sabe melhor do que o encarnado qual a necessidade específica do enfermo beneficiado pela imposição de mãos.
 Em "Obras Póstumas" (Manifestações dos Espíritos, itens 52 e 53), Kardec diz que "a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra, todas as qualidades morais".
E acrescenta: "A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito".
No número de janeiro de 1864 da "Revista Espírita" (Edicel, ano de 1864, pág. 7), Kardec inseriu uma mensagem de Mesmer (Espírito), recebida na Sociedade Espírita de Paris em 18-12-1863, em que o aludido Espírito analisa a questão das curas através do magnetismo animal e do magnetismo espiritual. Mesmer diz ali que Deus sempre recompensa o humilde sincero que pede a ajuda espiritual, enviando-lhe o socorro para que ele possa auxiliar o enfermo.
"Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente", afirma Mesmer.
 E acrescenta: "Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos".
 No número de setembro de 1865 da "Revista Espírita" (Edicel, ano 1865, pág. 254), o Codificador ensina: "Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar tos sofrimentos, mesmo de os curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador.
O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável.
 Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, os que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais hu¬mildes posições e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se entreajudam orando. Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula".
Vistas as diversas colocações de Kardec sobre o tema, resta-nos observar que a leitura atenciosa dos Atos dos Apóstolos comprovará a correção da postura assumida por J. Herculano Pires. A prece feita por Pedro, rogando a Deus lhe concedesse a ele e aos seus companheiros o poder de, estendendo as mãos sobre os enfermos, curar as enfermidades (Atos, 4:30), foi plenamente atendida, conforme mostram inúmeros fatos relatados em Atos dos Apóstolos (5:12, 6:6, 9:17, 19:6 e 28:8) e no Evangelho segundo Marcos (5:23 e 16:15 a 18), visto que Lucas, o autor de Atos, nos informa que "pelas mãos dos apóstolos se faziam muitos milagres e prodígios entre a plebe", sem fazer qualquer referência a passes padronizados, longitudinais, rotatórios, de dispersão ou de varredura.

P.Moryah.









quarta-feira, 7 de setembro de 2011

HOMOSSEXUALISMO o debate continua

O Espiritismo, não sendo uma religião tradicional, não prescreve estilos de vida nem tem listas de comportamentos proibidos ou permitidos. A homossexualidade não foi objecto de estudo na Codificação Espírita. No entanto, é impossível ignorar que milhões e milhões de pessoas possuem essa orientação sexual. Condenar está evidentemente fora de questão, porque a Doutrina Espírita segue a moral cristã, que põe o amor ao próximo acima de qualquer outro valor moral. O Espiritismo não opta também por ignorar o assunto, e, como doutrina de livre pensamento, aceita este como tema de debate. A Humanidade está ainda longe de entender o porquê da orientação sexual homossexual. Mas o Espiritismo ajuda a fazer luz sobre a questão.
Para que não passe despercebido o Editorial da Revista Espírita online "O Consolador":
Na questão sexual, o que se deve evitar é a promiscuidade
Há no meio espírita quem entenda ser precipitada e pouco caridosa a divulgação da ideia de que uma mudança na orientação sexual é possível, por meio de tratamento psicológico, às pessoas que transitam pela experiência da homossexualidade.
É preciso, porém, entender que esse pensamento não surgiu do nada e que há dois autores, ambos médicos e bastante conceituados, que se manifestaram a respeito.
Um deles é o Dr. Robert Spitzer, psiquiatra americano, docente na Universidade Colúmbia, que apresentou à Associação Americana de Psiquiatria, dez anos atrás, em 2001, um estudo no qual afirma que 66% dos homens e 44% das mulheres por ele tratados conseguiram, efetivamente, com sua ajuda, mudar de orientação sexual, passando de homossexuais a heterossexuais.
O outro autor é o conhecido médico e confrade Dr. Jorge Andréa, que escreveu em 1980, ou seja, muito antes do estudo do Dr. Spitzer, que é, sim, possível ao homossexual que o queira ter um relacionamento estável com pessoas de sexo diferente. Para consegui-lo, é necessário em primeiro lugar, além da vontade, que se abstenha dos relacionamentos homossexuais.
Ao divulgar o pensamento acima não queremos com isso dizer que seja a homossexualidade uma doença, ou um desvio de conduta, ou simples opção sexual.
Não; a homossexualidade, tal como já o declarou a Organização Mundial de Saúde, não é doença, e exatamente por isso é que não devemos utilizar o vocábulo “homossexualismo” mas sim homossexualidade, quando nos referimos ao tema.
Todas as questões que envolvem a sexualidade estão, em verdade, intimamente ligadas à alma – ou Espírito encarnado – e nada têm que ver, no tocante a suas causas, com o corpo.
O Espírito, como aprendemos na doutrina espírita, pode reencarnar em um corpo de homem ou de mulher e, quando está desencarnado, pouco lhe importa isso, pois o que o guia – segundo o Espiritismo – são as provas pelas quais haja de passar
Ao longo dos milênios, o Espírito passa por fieira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. O homem e a mulher serão, assim, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.
Em face disso, o Espírito em trânsito da experiência feminina para a masculina, ao envergar o corpo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, embora esteja reencarnando em corpo masculino, verificando-se o mesmo com referência à mulher em idêntica situação.
A transição a que nos referimos faz parte do processo evolutivo, mas Emmanuel e outros autores respeitados em nosso meio informam também que o homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, pode ser, em muitos casos, induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos. Evidentemente, o mesmo pode ocorrer com a mulher que tenha agido de igual modo.
Esse fato, chamado por muitos – inclusive por Chico Xavier – de inversão sexual, em que uma alma feminina enverga um corpo masculino, e vice-versa, pode dar-se também nos casos em que Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores espirituais a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Emmanuel refere-se a isso no seu livro Vida e Sexo.
O assunto, obviamente, não escapou a Allan Kardec, que aditou ao caso uma informação muito importante, conforme podemos ler na Revista Espírita de 1866, págs. 2 a 4.
Segundo o Codificador do Espiritismo, a influência que o Espírito encarnado sofre do organismo não se apaga imediatamente após a destruição do invólucro material, assim como não perdemos instantaneamente os gostos e os hábitos terrenos. Pode acontecer, então, que o Espírito percorra uma série de existências no mesmo sexo, o que faz com que durante muito tempo possa conservar, na erraticidade, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa.
Se essa influência se repercute da vida corporal à vida espiritual, o fato se dá também quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Assim, numa nova encarnação trará ele o caráter e as inclinações que tinha como Espírito. Mudando de sexo, poderá então conservar os gostos, as inclinações e o caráter inerentes ao sexo que acaba de deixar, o que explica o fato de existirem mulheres másculas que se comportam como verdadeiros homens, e vice-versa, independentemente de manterem ou não relações homossexuais.
Voltando ao tema inicial, observe-se que nenhum dos autores mencionados falou em mudança de condição na totalidade dos casos. No caso dos homens que procuraram o Dr. Spitzer, o percentual não passou de 66% e, quanto às mulheres, foi ainda menor.
Ora, não é difícil, à vista das informações acima, entender por que isso se dá, pois é bem provável que o fato só seja realmente possível nos casos em que se verifica a chamada transição normal citada por Kardec, Emmanuel e outros autores.
Nos casos de inversão sexual, sobretudo os motivados por processos expiatórios, é evidente para nós espíritas que essa mudança não é desejada por ninguém, nem será possível. Em apoio a este pensamento podemos lembrar aqui o caso de um conhecido apresentador de TV, recentemente falecido, que contou ao público a conversa que teve com Chico Xavier. Segundo ele relatou, seu caso era um desses chamados de inversão sexual: corpo de homem, psicologia feminina. Chico Xavier lhe teria, então, recomendado ater-se a um relacionamento homossexual estável, evitando a promiscuidade, porque essa, sim, é que deveríamos rejeitar sempre, parta ela de heterossexuais ou de homossexuais


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sábado, 3 de setembro de 2011

MEDIUNIDADE EM EPOCA DE TRANSIÇÃO

Na fase de transição que ora vivenciamos, tudo está instável, como em análise.
 É como acontece durante a reforma de um edifício.
 Materiais são avaliados, retirados e atirados fora.
 Outros são aproveitados na nova construção.
É possível perceber em tudo uma espécie de aceleração, de recrudescimento dos acontecimentos na movimentação da própria vida, como a indicar que o momento não mais comporta acomodação nem omissão.
A hora é de decisões e de atitudes.
Ou cuidamos para que nossos “materiais” espirituais e vivenciais estejam em condições de ser aproveitados na nova construção, ou nos conformamos em ser atirados fora, ficando a aguardar novas primaveras no bojo do tempo, tendo em vista o crescimento que, neste momento de transição, é exigido de todos nós.
Podemos entender também que situação semelhante acontece com relação à mediunidade, ou melhor, à sua prática.
Daí este convite para refletirmos juntos, avaliarmos, repensarmos e buscarmos novos e melhores caminhos.
Conforme alertam irmãos maiores, há muitas coisas a mudar, outras a reforçar e outras ainda a eliminar para que as comunicações entre os dois mundos venham a cumprir mais amplamente as suas sublimes finalidades.
Sem qualquer intenção de orientar, tendo em vista a nossa insuficiência, queremos apenas alertar, amparados nas informações e exortações provenientes da dimensão espiritual.
Vamos então refletir juntos?
Poderíamos comparar as práticas espíritas a uma carroça puxada pelos progressistas, tendo na retaguarda os ortodoxos pisando fundo no freio.
Na verdade, tal composição é importante para que essa carroça não corra depressa demais, podendo perder-se nos descaminhos.
Mas como todo excesso é prejudicial, entendemos que os do freio estão pisando fundo demais, travando um progresso mais que necessário.
Então vamos encontrar um movimento espírita atuando, em muitas das suas ações, no mesmo formato de 40 anos atrás.
Se, conforme a codificação do Espiritismo, já estamos ensaiando os primeiros passos nessa transição de “provas e expiações” para “mundo de regeneração”, devemos lembrar que transição pede mudanças. Assim, o que é necessário fazer?
Permanecer como antes ou participar ativamente para que ela se dê mais depressa e de forma mais fácil?
Surge então uma pergunta: o que é necessário mudar?
“Sem exageros, vivemos um tempo em que as comportas mediúnicas, a despeito de estarem em plena movimentação, não permitem que a linfa cristalina da imortalidade goteje com a necessária abundância por suas frestas, para dessedentar o homem aprisionado ao deserto das paixões materiais...”
“Vivemos uma nova proibição mosaica como a do Velho Testamento!
 Proibição essa mais nociva que a dos velhos textos hebreus, porque não se faz por decretos formais, passíveis de serem revogados, mas sob a coação impiedosa do preconceito sutil, das convenções estéreis e de sofismas aprisionantes – hábitos de difícil extirpação da mente humana.”
“Um clamor ao serviço abnegado e consciente na regeneração da humanidade em ambas as esferas de vida, formação de frentes corajosas de amor, tarefas maiores de libertação e asseio psíquico da Terra.
 Eis os desafios delegados pelo Cristo a todos que O amam.
Desafios que, em muitas oportunidades, são substituídos pela atitude impensada da acomodação...”
“Enquanto inúmeros aprendizes da mediunidade optam pelo fascínio da mordomia para servirem, preferindo o serviço mediúnico distante do sacrifício e nos braços do convencionalismo, Jesus conta com os destemidos, dispostos à segunda milha das ações que ultrapassam o comodismo inspirado na rigidez da pureza filosófica.”
“O sentimento da imortalidade precisa ser construído na intimidade do homem reencarnado.
É instrução a serviço da espiritualização.
Essa instrução, no entanto, carece de aplicação prática que retrate quanto possível a realidade imortal.
Daí o imperativo de vivências mediúnicas incomuns, para além dos rígidos padrões de segurança e utilidade consagrados pela comunidade doutrinária.”
Diante disso presisamosobservar algumas situaçãoes que presisam ser repensadas
1- acultura do milindre nos meios espiritas gerou situações em que o medium se nega a receber espirito mais elevado, para não acabar sendo "fritado" peloscompanheiros do  grupo, quando deveria ser fiel ao mandato que lhe confiaram, mesmo que isto significasse o calvário.
2 – Os grupos mediúnicos deveriam trabalhar intensamente para erradicar os melindres.
 Além de prejudiciais aos próprios trabalhos, escondem em seu bojo o orgulho e a vaidade.
3 – Enquanto alguns médiuns se sentiriam inflar de vaidade por “receber” espíritos ilustres, outros adotam a cultura da indignidade que vige nos meios espíritas: “Quem sou eu para receber tal espírito?”, “Imagine eu psicografando com espíritos como fulano ou sicrano”...
Será que o melindre, a vaidade ou a cultura da indignidade poderão servir aos propósitos evolutivos da espiritualidade?
Não seria mais coerente os médiuns e os grupos mediúnicos se esforçarem mais pelo próprio crescimento interior, a fim de se apresentarem como instrumentos adequados a comunicações com espíritos de mais elevada estirpe?
 Certamente é o caso de esses grupos começarem a desenvolver mais ações e de forma mais intensa, visando melhorar o nível espiritual dos seus membros para que os comunicantes possam encontrar instrumentos à altura.
Um grupo mediúnico que consiga eliminar os melindres, gerar afetividade entre seus membros e realizar, ao término de cada sessão, análise das manifestações, com sinceridade, mas com muito amor, evitará que seus médiuns se façam portadores de mistificações e de animismo em níveis prejudiciais.
Na verdade, há muitas coisas a serem repensadas, outras a serem mudadas, e outras ainda a serem aprendidas, para que as comunicações entre nós e o mundo espiritual venham a cumprir mais amplamente as suas sublimes finalidades.
P.Moryah.