quinta-feira, 31 de março de 2011

EM CONTATO COM O MENTOR


Vocês bem sabem o quanto sou fã das palavras!
Por mim, tudo seria resolvido através de diálogos.
 Aceito todos os tons, admito as lágrimas e até aqueles silêncios que demonstram ansiedade, tensão, nervosismo ou ainda não sei como dizer.... Afinal, também para mim não é fácil, muitas vezes, expor o que estou sentindo, ou o que preciza ser dito.
Mas, por fim, meu lema é: que seja dito o que precisa ser dito, sempre que possível.
No entanto, infelizmente, nem sempre as pessoas estão prontas para falar. Nem todas estão maduras o bastante para a clareza e terminam botando em risco relações preciosas.
Já tive de deixar ambientes aos quais eu gostava muito de frequentar, já tive de romper com pessoas aquém admirava muito! Por conta de incompreensões, e de não saber a quem ouvir se estes, ou a voz amiga que sussurrava aos meus ouvidos, e que até hoje, nunca falhou, nunca me deu um mau conselho.
Aliás, foi neste tempo que descobri que, assim como nem todas sabem falar, muitas também não sabem ouvir, não estão preparadas para isso.
Chegam cheias de defesas e interpretações pré-prontas, ouvindo apenas aquilo que querem. Assim, é bem difícil conversar, porque os resultados ficam sensivelmente comprometidos.
Ou seja, existem ocasiões em que o diálogo se torna inviável.
Nesses momentos, resta-nos apenas uma ferramenta e felizmente, bastante produtiva: nossa “intuição. “
Acontece que, descrentes de seu poder, muitas vezes não damos ouvidos a ela.
Ignoramos o que ela tenta nos dizer e insistimos em acreditar que intuição é bobagem.
De fato, há uma gritante diferença entre ouvir a intuição e ceder às minhocas; e é preciso bastante treino, coragem e atenção para perceber esta diferença, pois a intuição fala sozinha, mas as minhocas falam em coro, confundindo nossa sensibilidade e avacalhando nossa sensatez.
Para mim, intuição é coração, é percepção pura, é contato direto com a espiritualidade, é o alerta do nosso mentor– que não nos deixa seduzir por terceiros, nem ceder aos apelos infantis de nossas neuroses: ciúme, insegurança, apego, etc. Portanto, precisamos nos desintoxicar o máximo possível para ouvirmos a intuição.
Estar só, em silêncio, num estado meditativo, contemplando nossos reais desejos, refletindo sobre o que está acontecendo e o que realmente pretendemos é uma boa maneira de alcançar esta voz interior.
Mas, sobretudo, é preciso acreditar que ela fala...
O que mais vejo são pessoas renegando sua própria intuição, dando bem pouco ou nenhum crédito a ela.
Ficam presas ao que o outro disse (ou não disse) sem considerar o que realmente estão sentindo e percebendo, vendo ou ouvindo.
Sim, porque é muito comum você perceber que algo está acontecendo na sua relação, mas quando tenta conversar com o outro, ele se apressa em negar, afirmando categoricamente que você está enganado e que nada está acontecendo.
Você até tenta se convencer, mas não consegue.
A voz continua sussurrando em seus ouvidos que algo está errado... e aí você não sabe como agir, a quem dar ouvidos.
Minha sugestão é para que você pondere sobre o equilíbrio.
Ouça, sim, a sua voz interior e encare-a como uma ‘luz piscante’, um sinal de alerta.
E deixe o tempo passar um pouco.
Observe os próximos acontecimentos.
Não se agarre definitivamente nem à sua voz e nem à voz do outro. Espere!
Esteja certo de que o próprio ‘andar da carruagem’ se encarregará de dar o diagnóstico: intuição verdadeira ou minhocas!
O objetivo aqui não é provar nada a ninguém, mas apenas sugerir que você não abra mão de sua intuição, não ignore sua inteligência afetiva, o seu amigo espiritual.
Seríamos, certamente, bem mais seguros e teríamos uma autoestima bem mais elevada se confiássemos um pouco mais no que diz o nosso “coração...”

P.Moryah.

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O mediun peixotinho em transe materializa o espirito de ana
1953



quarta-feira, 30 de março de 2011

CONTATOS COM O MUNDO ESPIRITUAL



Dr. Camilo Salgado

Creio necessário declarar, de antemão, que a meu ver, nenhuma obra acerca dos aspectos experimentais do Espiritismo terá valor por si mesmo, Isolado do contexto dos cinco documentos básicos da Doutrina, Isto é:
* O Livro dos Espíritos;
* O Livro dos Médiuns;
* O Evangelho segundo o Espiritismo;
* O Céu e o Inferno; e
* A Gênese.
É claro que a lista não termina aí. Há, na literatura espírita, um acervo considerável de livros que constituem leitura obrigatória para todo aquele que se propõe a um trabalho sério junto aos companheiros desencarnados, pois não nos devemos esquecer de que o Espiritismo, como doutrina essencialmente evolutiva, não termina com Kardec; começa com ele.
O relacionamento com o mundo espiritual se reveste de enganosa simplicidade. Realmente, em princípio, qualquer pessoa dotada de faculdades mediúnicas, mesmo Incipientes, pode estabelecer con¬tacto com osdesencarnados. consciente ou inconscientemente, serena ou tumultuadamente.
Alguns o fazem compulsoriamente ou com relutância: outros com espontaneidade; uns com respeito e amor, outros com leviandade e indiferença: e muitos sem mesmo perce¬berem o que se passa e o que deve ser feito para ordenar um fenômeno que, como tantos outros, é natural, nada tendo de místico, fantástico ou sobrenatural, O importante é que, ao Iniciarmos o trato com os Espíritos desencarnados, voluntária ou involuntariamente, estejamos com um mínimo de preparação, apoiada num mínimo de infor-mação.

obsessão

Aquele que se atira à fenomenologia mediúnica sem estes petrechos indispensáveis, ou aquele que é arrastado a ela pela mediunidade indisciplinada ou desgovernada, estará se expondo a riscos Imprevisíveis para o seu equilíbrio emocional e orgânico. A prática mediúnica não deve ser improvisada, pois não perdoa despreparo e ignorância. O mundo espiritual é povoado de seres que foram ho¬mens e mulheres como nós mesmos, encontrando-se em variados estágios de desenvolvimento moral.
Pelo nosso mundo de encarnados podemos inferir o outro, do lado de lá. Ali, como aqui, encontramos espíritos nobres e dotados de atributos morais avançados, mas, igualmente, a massa imensa daqueles que se acham da média para baixo, até os extremos mais dolorosos do aviltamento moral, da ignorância, da revolta, da angústia, do rancor, da vingança. Como a base do fenômeno mediúnico é a sintonia espiritual, e como ainda nos encontramos todos em estágios inferiores da evolução, nos afinamos com maior facilidade com aqueles que também se acham perturbados por desequilíbrios de maior ou menor gravidade.
Isto não quer dizer, obviamente, que estejamos à inteira mercê dos espíritos perturbados e perturbadores; velam por nós companheiros de elevada categoria, sempre dispostos a nos ajudar, mas não nos podemos esquecer de que eles não podem fazer por nós as tarefas de que nos incumbem, nem livrar-nos das nossas provações, e muito menos coibir os mecanismos do nosso livre-arbítrio. Podemos, evidentemente, contar com a boa-vontade e a ajuda desses irmãos maiores, e, por conseguinte, com a sua proteção carinhosa, não à custa de oferendas, de ritos mágicos, de simbolos, de “trabalhos” encomendados, mas sim, com um procedimento reto, no qual procuremos desenvolver em nós mesmos o esforço moralizador, o aprendizado constante e a dedicação desinteressada ao semelhante.
Nunca somos tão pobres de bens materiais e espirituais que não possamos doar alguma coisa ao companheiro necessitado, seja o pão ou a palavra de consolo e solidariedade.
É com estas atitudes que nos asseguramos da assistência de Irmãos mais experimentados e evoluidos, não para nos livrar das nossas dores, nem para cumprir mandados nossos ou atender às nossas menores exigências e súpli-cas, mas para nos concederem o privilégio da sua presença amiga, da sua inspiração oportuna, e da sua ajuda desinteressada, naquilo que for realmente proveitoso ao nosso espírito, e não naquilo que julgamos o seja.
Nunca é demais enfatizar que a organização de um grupo de trabalho mediúnico começa muito antes de dar-se início às suas tarefas propriamente ditas, com o estudo sistemático das obras básicas, e das complementares, da Doutrina Espírita: as de Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Gustavo Geley, e certos trabalhos de origem mediúnica, como os de André Luiz. Muita ênfase precisa ser posta no estudo dos escritos que cuidam do complexo problema da mediunidade, suporte indispensável de toda a tarefa programada. Assim, é preciso insistir: a formação ou nascimento de um grupo émuito importante, e deve ser cercado dos mesmos cuidados que precedem à formação e ao nascimento de uma criança: ou seja, a educação dos pais. Estão preparados para a tarefa? Desejam o filho? Dispõem-se aos sacrifícios e renúncias que o trabalho impõe? Estão conscientes das suas responsabilidades, dos percalços e das lutas que os esperam? Para que desejam o filho? Sonham fazer dele um grande homem, no sentido humano, forçando-o a uma tarefa acima de suas forças, para a qual não esteja preparado, ou se dispõem a criar condições para fazer dele um ser digno, pacificado e amoroso? Estão prontos a receber a tarefa com humildade? E, acima de tudo: estão prontos e dispostos a se doarem integralmente, sem reservas, ao amor ilimitado, sem condições e sem imposições? O amor não exige recompensa. O amor, dizia Edgar Cayce, não é possessivo; o amor é.
Se estamos com essas disposições, podemos começar.
E começar pelo planejamento, e não pela execução atabalhoada e sem preparo.
Examinaremos o assunto por partes e com as cautelas devidas.
Voltaremos às questões que formulamos acima, ao comparar o grupo nascente com um filho.
Antes, ainda no corpo desta conversa inicial, uma observação de caráter pessoal: ao planejar a elaboração deste livro, julguei necessária uma pequena introdução que situasse a obra em seu contexto próprio.
Não foi preciso escrevê-la, pois já estava pronta. “Reformador” de fevereiro de 1966 publicou um artigo intitulado “Espiritismo sem sessão espírita?”, que a seguir transcrevo, por interessar aos objetivos deste livro.
“Encontramos, às vezes, confrades que não gostam de freqüen¬tar sessões espíritas. As razões que os levam a essa decisão — creio eu — são respeitáveis, pois cada um de nós sabe de si e do que, modernamente, se convencionou chamar de suas motivações.
É preciso, entretanto, examinar de perto essa posição e ver o que contém ela de legítimo, não apenas no interesse da doutrina que todos professamos, mas também no interesse de cada um.
De fato, há alguns problemas ligados à freqüência de trabalhos mediúnicos. O primeiro deles — e dos mais sérios — é o da própria mediunidade, essa estranha faculdade humana sobre a qual ainda há muito que estudar. Outra dificuldade ponderável é a organização de um bom grupo que se incumba, com regularidade e seriedade, das tarefas a que se propõe.
Há outros problemas e dificuldades de menor importância, mas creio que basta considerarmos aqui apenas esses dois — o que não é pouco.
A análise das questões mais complexas quase sempre começa pelas definições acacianas e de vez em quando é bom a gente re¬correr a velhos conceitos para iluminar obstáculos novos.
O Espiritismo doutrinário nasceu das práticas mediúnicas, delas se nutre e delas depende, em grande parte, o seu desenvolvimento futuro. O intercâmbio, entre o mundo espiritual e este, somente assumiu expressão e sentido filosófico depois que Kardec ordenou e metodizou os conhecimentos adquiridos no contacto com os nossos irmãos desencarnados. Parece claro, também, que o eqüacionamento e a solução das grandes inquietações humanas vão depender, cada vez mais, da exata compreensão do mecanismo das relações entre esses dois mundos que, no final de contas, não são mais que um único, em planos diferentes. Logo, a prática mediúnica é, não apenas acon¬selhável, como indispensável ao futuro da Humanidade.
Convém pensar também que a própria dinâmica da Doutrina Espírita exige esse intercâmbio espiritual, em primeiro lugar para que se observe e estude o fenômeno da mediunidade, suas grandezas, os riscos que oferece, as oportunidades de aprendizado e progresso que contém, não apenas para o médium, mas para aquele que assiste aos trabalhos e deles participa.
É claro que a mediunidade tem um mecanismo muito complexo e até agora poucos foram os cientistas dignos desse nome que se dedicaram, realmente, a fundo e com a mente desarmada de precon¬ceitos, ao estudo dela. Mas se não a observarmos em ação, como poderemos almejar compreendê-la um dia? Só aprendemos a nadar pulando dentro dágua sob a orientação de quem já tenha, a respeito, noções satisfatórias. Se é incompleto o conhecimento sem a prática mediúnica, também o é o exercício desta sem o estudo daquilo que já se sabe sobre o fenômeno.
Evidentemente, precisamos estar atentos ao puro mediunismo sem objetivos mais elevados, como também ao animismo de certos médiuns mais interessados nas suas próprias idéias que na transmissão daquilo que recebem dos companheiros desencarnados.
Há riscos, sim. De mistificações por parte de pobres irmãos carecentes de entendimento. De aceitação de inverdades sutilmente apresentadas sob fascinantes roupagens. De aflições — embora pas¬sageiras — causadas pelo desfile das angústias de irmãos sofredores.
Será, porém, que isso constitui motivo para nos privarmos das recompensas do aprendizado, das alegrias que experimentamos ao encaminhar às trilhas da paz um Espírito em crise?
Há um universo a explorar. Há uma Humanidade inteira clamando por ajuda, esclarecimento, compreensão e caridade no cha¬mado mundo espiritual. Seus dramas e suas angústias não são puramente individuais. O Espírito que erra, invariavelmente prejudica a alguém mais.
Os erros que cometemos, prendem-nos a uma cadeia de fatos e de seres que se estende pelo tempo a fora. Nunca o drama de um Espírito é apenas seu.
Há sempre, nesta vida ou em algumas das anteriores, elos que nos ligam a outros seres e e outras dores.
Aquele que odeia, muitas vezes já está maduro para o perdão — basta uma palavra serena de esclarecimento, um gesto de tran¬qüila compreensão para libertar, não apenas o seu espírito da tor¬menta do ódio, mas também o irmão que lhe sofre as agressivas vibrações, provocadas por antigas mágoas. Aos que ainda desejam vingar-se de antiquíssimas ofensas, mostramos a inutilidade do seu intento e os novos problemas com que virão agravar o seu futuro.
Ao que ainda se prende a superadas teologias, ajudamos a compreender a nova realidade que tem diante de si. A todos os que erraram, consolamos com a nossa própria imperfeição e com a certeza da recuperação. Os que já atingiram elevados patamares de conhecimento e amor, ouvimo-los com admiração e proveito. Muitos nos buscam apenas para trazer notícias das suas próprias conclusões, da nova compreensão diante desse mistério sempre renovado da vida.
Multidões de seres que aqui viveram inúmeras vezes, como criaturas encarnadas, lá estão à espera de ajuda e, no entanto, são tão poucos os grupos que se dispõem a esse trabalho que tão altos dividendos paga em conhecimento e progresso espiritual.
No exercício constante dessa atividade, vemos, cada vez melhor, a solidez inabalável da doutrina que nos legaram os Espíritos, através da lúcida inteligência de Kardeç. Crentes ou descrentes, católi¬cos ou protestantes, todos nos vêm confirmar as verdades mestras do Espiritismo: as de que o Espírito sobrevive à morte física, de que reencarna, de que progride e aprende, tanto na carne como no Espaço; de que as leis universais são perfeitas, iniludíveis, mas flexíveis, pois exigem reparação, ao mesmo tempo em que fornecem os recursos para o reencontro do Espírito com o seu próprio destino. Nos dramas a que assistimos nas sessões mediúnicas, aprendemos a contemplar a transitoriedade do mal, a amarga decepção do suicida, a crueza do arrependimento daquele que desperdiçou o seu tempo na busca ansiosa das ilusões mundanas, a inutilidade das posições humanas, o ônus terrível da vaidade, a tensa expectativa de um novo mergulho na carne redentora, na qual o Espírito fica, pelo menos, anestesiado nas suas angústias.
Lições terríveis ministradas com lágrimas e gritos de desespero por aqueles que assumiram débitos enormes diante da Lei; lições de doce tranqüilidade e de serena humildade dos que já superaram as suas fraquezas e vêm, sem ostentação, apenas para mostrar como é o Espírito daquele que já venceu a si mesmo, na milenar batalha contra as suas próprias deficiências. Muitas e variadas lições, aprendizado extenso e profundo para todos os que desejarem realmente apressar os passos e encurtar a caminhada que leva a Deus. Por que, então, desprezar esse trabalho magnífico que tanta recompensa nos traz e também aos nossos irmãos do outro lado da vida?
Quanto à organização dos grupos, não será tão difícil assim. Há estudos sérios e muito seguros de orientação doutrinária a respeito. É bom que o grupo seja pequeno, de preferência familiar, composto de pessoas que se harmonizem perfeitamente e que estejam interessadas num trabalho sério e contínuo. Que não se deixe desencorajar por dificuldades ou pela aparente insignificáncia dos primeiros re¬sultados, nem se deixe fanatizar ou fascinar por pseudoguias. Aos poucos, demonstrada a seriedade de propósitos, os trabalhos irão surgindo, sob a orientação de Espíritos esclarecidos. A cada bom grupo de seres encarnados dispostos à tarefa, corresponderá um grupo equivalente de Espíritos, num intercâmbio salutar de profundas repercussões, pois Espiritismo é doutrina, mas é também prática mediúnica, e todos nós, ainda que nem sequer suspeitemos disso, temos compromissos a executar, ajustes a realizar com irmãos que nos aguardam mergulhados em ódios e incompreensões, que se envenenam a si mesmos e a nós próprios.
“Lamentar a desgraça — dizia Horace Mann — é apenas humano; minorá-la é divino.”
E assim, creio que estamos prontos para entrar na matéria propriamente dita.


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Chico Xavier presenciando a materialização
de um espirito, nos anos 50




segunda-feira, 28 de março de 2011

EPÍSTOLA DE PONCIOS PILATOS

Relatório de Pilatos enviado a Tibério César sobre o novo personagem que surgiu em Jerusalém.
Excelência: O relatório que lhe farei procede do fato de sentir-me coibido pelo temor e pelo tremor.
 Pois já sabeis que nesta província que governo, única entre as cidades quanto ao nome de Jerusalém, o povo judeu em massa entregou-me um homem chamado Jesus, acusando-o de muitos crimes que não puderam demonstrar com suficientes razões.
 Havia entre eles uma facção sua inimiga porque Jesus dizia-lhes que o Sabbath não era dia de descanso nem de festa para ser guardado.
Ele, efetivamente, operou muitas curas nesse dia: devolveu a visão a cegos e a faculdade de andar a coxos; ressuscitou os mortos; limpou os leprosos; curou os paralíticos, incapazes de ter impulsos corporais ou ereção de nervos, mas somente voz e articulações, dando-lhes forças para andar e correr.
E extirpava qualquer enfermidade somente com o uso de sua palavra.
Outra nova ação mais assombrosa, desconhecida entre nossos deuses: ressuscitou um morto de quatro dias somente dirigindo-lhe a palavra; e é de se notar que o morto já tinha o sangue coagulado e estava putrefato por causa dos vermes que saíam de seu corpo e exalava um mal cheiro de cão.
Vendo-o, então, imóvel como estava no sepulcro, ordenou que se levantasse e corresse; e ele, como se não tivesse um mínimo de cadáver, mas fosse como um esposo que sai do quarto nupcial, assim saiu do sepulcro, transbordante de perfume.
E a alguns estrangeiros, totalmente endemoniados, que moravam nos desertos e comiam suas próprias carnes, conduzindo-se como bestas e répteis, também a eles tornou-os honrados cidadãos, fê-los prudente com a sua palavra e preparou-os para serem sábios, poderosos e gloriosos e para confraternizarem com todos os que odiavam os espíritos imundos e perniciosos que habitavam neles anteriormente, os quais arremessou nas profundezas do mar.
 Além disso, havia outro que tinha a mão seca.
 Melhor dizendo, não somente a mão, mas toda a metade do seu corpo estava petrificada, de maneira que não tinha nem a figura de um homem nem dilatação de músculos.
 Também este foi curado com somente uma palavra e ficou sadio.
Havia uma outra mulher com problemas hemorrágicos, cujas articulações e veias estavam esgotadas pelo fluxo de sangue, a tal ponto que já nem sequer se podia dizer que tinha um corpo humano. Mais se assemelhava a um cadáver.
Havia ficado até sem voz.
Tal era a gravidade de seu estado que nenhum médico do território encontrou uma forma de curá-la ou sequer de lhe dar uma esperança de vida.
Certa vez Jesus passava por ali em segrêdo e a mulher, retirando forças da sombra dele, tocou, por detrás, a fímbria de sua túnica.
Imediatamente sentiu uma força que preenchia seus vazios e, como se nunca tivesse estado doente, começou a correr agilmente em direção à sua cidade, Cafarnaum, caminhando de tal forma que quase igualava qualquer pessoa que percorrese de uma só vez seis jornadas.
Isto que acabo de relatar com toda a ponderação, Jesus fez num Sabbath. Além disso, operou outros milagres maiores do que estes, de maneira que chego a pensar que suas façanhas são superiores àquelas que fazem os deuses venerados por nós.
Este, pois, é aquele a quem Herodes, e Arquelao, e Filipo, Anás e Caifás, entregaram-me para que eu o julgasse.
E assim, embora sem haver constatado de sua parte nenhum tipo de delito ou má ação, mandei que o crucificassem depois de submetê-lo à flagelação.
E enquanto o crucificavam sobrevieram algumas trevas que cobriam toda a terra, deixando o sol obscurecido em pleno meio-dia e fazendo aparecer as estrelas, as quais não resplandeciam; a luz parou de brilhar, como se tudo estivesse tingido de sangue, e o mundo dos infernos foi absorvido; e, com a queda dos infernos, até mesmo o que era chamado santuário desapareceu da vista dos próprios judeus.
Finalmente, pelo eco repetido dos trovões, produziu-se uma fenda na terra.
E quando ainda o pânico se fazia sentir apareceram alguns mortos que haviam ressucitado, como testemunharam os próprios judeus, e disseram ser Abraão, Isaac, Jacó, os doze patriarcas, Moisés e Job, e, como eles diziam, os primeiros dos que haviam falecido tres mil e quinhentos anos antes.
 E muitíssimos deles, que eu também pude ver que apareceram fisicamente, lamentavam-se por sua vez, por causa dos judeus, pela prevaricação que estavam cometendo, pela sua perdição e pela perdição de sua lei. O medo do terremoto durou desde a sexta até à nona hora da sexta-feira.
 E, ao chegar a tarde do primeiro dia da semana, ouviu-se um eco vindo do céu, que por sua vez adquirira um resplendor sete vezes mais vivo que todos os dias.
Na terceira hora da noite chegou a aparecer o sol, brilhando mais que nunca e embelezando todo o firmamento.
E da mesma forma que no inverno os relâmpagos sobrevêm de repente, assim também apareceram, subitamente alguns varões, excelsos pelas suas vestes e pela sua glória, que tinham vozes semelhantes ao soar de um enorme trovão, dizendo: "Jesus, o que foi crucificado acaba de ressucitar.
Levantai do abismo aqueles que estão presos nas profundezas do inferno".
 E a fenda da terra era tamanha que parecia não ter fundo, já que deixava ver os próprios fundamentos da terra, entre os gritos daqueles que estavam no céu e passeavam fisicamente no meio dos mortos que acabavam de ressuscitar. aquele que deu vida aos mortos e acorrentou o inferno dizia: "Dai este aviso aos meus discípulos: Ele segue à vossa frente até a Galiléia.
ali poderão vê-lo". Durante toda aquela noite a luz não deixou de brilhar.
E muitos dos judeus pereceram absorvidos pela fenda da terra, de maneira que no dia seguinte grande parte dos que haviam estado contra Jesus já não estavam ali. Outros viram aparições de ressucitados que nenhum de nós havia visto.
E em Jerusalém não ficou nem uma só sinagoga dos judeus, pois todos desapareceram naquele terremoto. Assim, estando fora de mim devido àquele pânico e tolhido ao extremo por um horrível tremor, fiz para vossa excelência o relatório escrito do que meus olhos viram naqueles momentos.
E, além disso, rememorando o que os judeus fizeram contra Jesus, remeto este relatório à vossa divindade, oh Senhor!".

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FOTOS CAPTADAS EM UM CEMITÉRIO


quarta-feira, 23 de março de 2011

FIM DO MUNDO

Fim do mundo – De modo geral, o fim do mundo significa que não durará eternamente a ordem atual das coisas. Pode ser no sentido material e no sentido espiritual. Da maneira como está anunciado na Bíblia, o mundo atual, especialmente a terra, perecerá "por fogo" em 2 Pedro. Será o último acontecimento do universo (ressurreição dos mortos, juízo final), e logo terá início um novo céu e uma nova terra, onde habitarão os bem-aventurados. Apesar de haverem salmos, e o livro de eclesiaste, afirmando que a terra durará para sempre
De tempos em tempos surgem boatos acerca do fim do mundo. Basta aproximarmo-nos do fim de um século, de um milênio que as profecias aparecem. As profecias de fim de mundo têm sempre um atrativo especial. A do dia 21 de dezembro de 2012 está se aproximando. O que acontecerá neste dia fatídico?
Há um documentário feito pelo History Channel sobre a Profecia Maia, que prevê o fim do mundo em 21 de Dezembro de 2012. Este calendário Maia prevê que algo de muito grave se passará no solstício de Inverno, 21 de Dezembro, de 2012. Tão grave será o acontecimento, que o mundo tal como o conhecemos desaparecerá. Isto não quer dizer que o mundo acabará, quer simplesmente dizer que um grande acontecimento transformará o mundo.
Eles ligaram esta profecia a outras, como é o caso do livro chinês I Ching que também prevê o fim do mundo em 21 de dezembro de 2012.
No Antigo Testamento,e no novo, a idéia de fim de Mundo mostra que a Terra perecerá "por fogo". Será o último acontecimento do universo (Ressurreição dos mortos e Juízo Final), e logo terá início um "novo céu e uma nova terra", onde habitarão os bem-aventurados.
Isto constitui um aspecto do messianismo sem ultrapassar os limites do quadro nacional hebraico.
Estava reservado ao cristianismo dar-lhe alcance universal.
Jesus fala muitas vezes do tempo em que "passarão o céu e a terra" e apresenta a "consumação dos séculos" sob o aspecto positivo de uma "regeneração" cujo ponto culminante é o aparecimento do Filho do homem (Mat., XXIV, Marc., XIII, Luc. XXI).
A ciência, principalmente a astrofísica, informa-nos que os objetos astronômicos – planetas, estrelas, galáxias – terão um fim. Como mostram as projeções, a morte do Sol, por exemplo, se produzirá em cinco bilhões de anos. No final dos tempos, haverá uma extinção geral de estrelas, na forma de imensos apocalipses: explosões, implosões etc.
Ocorrerá uma enorme quantidade de cataclismos que destruirão todas as formas de vida num raio de muitos anos-luz. Dentro de 20 bilhões de anos, nenhum astro se iluminará mais.
Quanto ao fim do tempo, os modelos cosmológicos prevêem dois cenários para o futuro: big crunch (o grande esmagamento) e o big rip (grande dilaceramento) (Planeta, pág. 62)
O fim dos tempos deve ter como pano de fundo as duas tendências: a) uma judaizante, na qual se acentua a ressurreição na carne e o fim dos tempos: b) helenizante, na qual desde Platão até Pascal, se realça a imortalidade da alma e a evasão do mundo.
Platão via no tempo a imagem mutável da eternidade. Para ele, a alma participa da natureza divina e é dada por Deus ao homem; a vida não depende do corpo, depende da alma; através da união da alma ao corpo, a alma se macula, e só reconquista sua pureza pela libertação do corpo. A alma é a essência do corpo, e tem a natureza das idéias. Alma é o princípio do movimento e da vida, portanto imortal.
Os judeus, no sentido da vida futura, clamam por um messias e que ele viria para apaziguar e salvar a humanidade de todas as suas preocupações. Como não aceitaram o Cristo como o seu Salvador ainda o aguardam até hoje.
O progresso da escatologia corresponde ao progresso da idéia messiânica. O cristão, quando compreende a sua vocação, insere a eternidade no instante presente. Diz-se que só se salvarão os que houverem acreditado em Jesus Cristo.
A escatologia de Paulo situa-se ainda em um contexto judaico-cristão. Aguarda-se a volta de Cristo, que será alegria para os fiéis e confusão para os ímpios – destinados à perdição eterna.
A questão do fim do mundo é uma questão de concepção de mundo. Se formos religiosos dogmáticos acreditaremos piamente nas citações bíblicas; se formos cientistas, apenas na ciência. Mas há muitos que não acreditam nem na ciência e nem na religião.

Formam a sua própria doutrina, guiados apenas pela pretensa força sobrenatural.
Pregam o abandono dos familiares, a venda de todos os bens etc.
Contudo, o fiel adepto da verdade não se abala nem com a frieza da ciência e nem com o malabarismo dos pseudo-profetas.
A experiência lhe mostra que essas ondas vêem e passam e a vida continua intrépida e resoluta.
É evidentemente alegórico este quadro do fim dos tempos: guerra e rumores de guerra, filhos se levantando contra seus pais e a perspectiva de pestes, fomes e tremores de terra em diversos lugares.
Allan Kardec diz: "Pelo seu vigor, as imagens que ele encerra são de natureza a impressionar inteligências ainda rudes.
Para tocar fortemente aquelas imaginações pouco sutis, eram necessárias pinturas vigorosas, de cores bem acentuadas.
Ele se dirigia principalmente ao povo, aos homens menos esclarecidos, incapazes de compreender as abstrações metafísicas e de apanhar a delicadeza das formas.
A fim de atingir o coração, fazia-se-lhe mister falar aos olhos, com o auxílio de sinais materiais, e aos ouvidos, por meio da força da linguagem..."
“... Como conseqüência natural daquela disposição de espírito, à suprema potestade, segundo a crença de então, não era possível manifestar-se, a não ser por meio de fatos extraordinários, sobrenaturais. Quanto mais impossíveis fossem esses fatos, tanto mais facilmente aceita era a probabilidade deles". (1975, cap. 17, item 54, pág. 393)
Allan Kardec, no cap. IX, itens 13 e 14 de A Gênese, fala-nos que o Planeta Terra já teve as convulsões próprias da sua infância; entrou agora num período de relativa estabilidade.
Como o fim da Terra permanece no domínio das conjecturas, afirma ele que a Terra não acabará ao nosso tempo, pois está longe da perfeição que deve alcançar.
Da mesma forma são os seus habitantes. As transformações, salientadas na Bíblia, são de ordem exclusivamente moral.
Até que a humanidade alcance a perfeição, pela inteligência e pela observância das leis divinas, as maiores perturbações ainda serão causados pelos homens mais do que pela natureza, isto é, serão antes morais e sociais do que físicas.
Estejamos sempre alerta.
Não permitamos que as ondas passageiras possam perturbar a serenidade de nosso Espírito imortal.

P.Moryah.


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Energia captada em um cemitério


sexta-feira, 18 de março de 2011

A MEDIUNIDADE E JESUS

Quando Jesus recomenda a seus doze discípulos a divulgação de que o “reino do Céu está próximo” fica evidenciado, aos que estudaram ou vivenciam esse fenômeno, que o Mestre estava falando mesmo era da faculdade mediúnica.
Entretanto, por conta dos tradutores ou dos teólogos, essa realidade ficou comprometida no texto bíblico. Entretanto, como é impossível “tapar o sol com uma peneira”, podemos perfeitamente identificá-la, apesar de todo o esforço para escondê-la.

O evangelista Mateus narra o seguinte:

“Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles.
Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações.
Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer.
 Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”. (10,16-20).

A primeira observação que faremos é que por ter tentado a Eva, dizem que a serpente seria o próprio satanás, entretanto, isso fica estranho, porquanto o próprio Jesus nos recomenda sermos prudentes como as serpentes. Esse fato demonstra que tal associação é apenas fruto do dogmatismo que só produz o fanatismo religioso.

Essa fala de Jesus é inequívoca quanto ao fenômeno mediúnico: “não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês”, e arremata: “Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês”.
A tentativa de esconder o fenômeno fica por conta da expressão “o Espírito do Pai”, quando a realidade é “um Espírito do Pai” a mudança do artigo indefinido para o artigo definido tem como objetivo principal desvirtuar a fenomenologia em primeiro plano e em segundo, mais um ajuste de texto bíblico para apoiar a trindade divina copiada dos povos pagãos.

O filósofo e teólogo Carlos Torres Pastorino abordando a questão da mudança do artigo, diz:
“...Novamente sem artigo. Repisamos: a língua grega não possuía artigos indefinidos. Quando a palavra era determinada, empregava-se o artigo definido ‘ho, he, to’. Quando era indeterminada (caso em que nós empregamos o artigo indefinido), o grego deixava a palavra sem artigo. Então quando não aparece em grego o artigo, temos que colocar, em português, o artigo indefinido: UM espírito santo, e nunca traduzir com o definido: O espírito santo”. (Sabedoria do Evangelho, volume 1, pág 43).

Se sustentarmos a expressão “o Espírito do Pai” teremos forçosamente que admitir que o próprio Deus venha a se manifestar num ser humano.
Pensamento absurdo como esse só pode ser pela falta de compreensão da grandeza de Deus.
Dizem os cientistas que no cosmo há 100 bilhões de galáxias, cada uma delas com cerca de 100 bilhões de estrelas, fazendo do Universo uma coisa fora do alcance de nossa limitada imaginação, mas, mesmo que a custa de um grande esforço, vamos imaginar tamanha grandeza.
Bom, façamos agora a pergunta: o que criou tudo isso?
Diante disso, admitir que esse ser possa estar pessoalmente inspirando uma pessoa é fora de proposto, coisa aceitável a de povos primitivos, cujos conhecimentos não lhes permitem ir mais longe, por restrição imposta pelo seu hábitat.

A mediunidade no apostolado

Um fato, que reputamos como de inquestionável ocorrência da mediunidade, aconteceu logo depois da morte de Jesus, quando os discípulos reunidos receberam “como que línguas de fogo” e começaram a falar em línguas, de tal sorte que, apesar da heterogeneidade do povo que os ouvia, cada um entendia o que falavam em sua própria língua. Fato extraordinário registrado no livro Atos dos Apóstolos, desta forma:

“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem”. (Atos 2, 1-6).

Aqui podemos identificar o fenômeno mediúnico conhecido como xenoglossia, que na definição do Aurélio é: A fala espontânea em língua(s) que não fora(m) previamente aprendida(s). Mas, como da vez anterior, tentam mudar o sentido, para isso alteram o artigo indefinido para o definido, quando a realidade seria exatamente que estavam “repletos de um Espírito santo (bom)”.

Fato semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos:
“Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos. De fato, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...” (At 10, 44-46).

Episódio que confirma que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10,34), daí podermos estender à mediunidade como uma faculdade exclusiva a um determinado grupo religioso, mas existindo em todos segmentos em suas expressões de religiosidade.

A mediunidade como era “transmitida”

A bem da verdade não há como ninguém transmitir a mediunidade para outra pessoa, entretanto, pelos relatos bíblicos, a imposição das mãos fazia com que houvesse sua eclosão, óbvio que naqueles que a possuíam em estado latente. Vejamos algumas situações em que isso ocorreu.

Em Atos 8, 17-18:
“Então Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos, e eles receberam o Espírito Santo. Simão viu que o Espírito Santo era comunicado através da imposição das mãos. Dêem para mim também esse poder, a fim de que receba o Espírito todo aquele sobre o qual eu impuser as mãos”.

Simão era um mago que, com suas artes mágicas, deixava o povo da região de Samaria maravilhado.
Mas, ao ver o “poder” de Pedro e João, ficou impressionado com o que fizeram, daí lhes oferece dinheiro a fim de que dessem a ele esse poder, para que sobre todos os que ele impusesse as mãos, também recebessem o Espírito Santo.

Em Atos 19, 1-7:
“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões mais altas e chegou a Éfeso. Encontrou aí alguns discípulos, e perguntou-lhes: ‘Quando vocês abraçaram a fé receberam o Espírito Santo?’ Eles responderam: ‘Nós nem sequer ouvimos falar que existe um Espírito Santo’. Paulo perguntou: ‘Que batismo vocês receberam?’ Eles responderam: ‘O batismo de João’. Então Paulo explicou: ‘João batizava como sinal de arrependimento e pedia que o povo acreditasse naquele que devia vir depois dele, isto é, em Jesus’. Ao ouvir isso, eles se fizeram batizar em nome do Senhor Jesus. Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e começaram a falar em línguas e a profetizar. Eram, ao todo, doze homens”.

Será que podemos entender que o batismo de Jesus é “receber o Espírito Santo”, conseguido pela imposição das mãos?
A narrativa nos leva a aceitar essa hipótese, apenas mantemos a ressalva feita anteriormente quanto à expressão “o Espírito Santo”.

A mediunidade como os dons do Espírito
Na estrada de Damasco, Paulo, que até então perseguia os cristãos, numa ocorrência transcendente, se encontra com Jesus, passando, a partir daí, a segui-lo. Durante o seu apostolado se comunicava diretamente com o Espírito de Jesus, demonstrando sua incontestável mediunidade.
Aliás, o apóstolo Paulo foi quem mais entendeu do fenômeno mediúnico, tanto que existem recomendações preciosas de sua parte aos agrupamentos cristãos de então. Ele o chamava de “dons do Espírito”. “Sobre os dons do Espírito, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância” (1Cor 12,1), mostrando-se interessado em que todos pudessem conhecer tais fenômenos.

E esclarece o apóstolo dos gentios:
“Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer”. (1 Cor 12,4-11).

Novamente, mudando-se “o Espírito” para “um Espírito”, estaremos diante da faculdade mediúnica, basta “ter olhos de ver”.
Ao que parece, naquela época, os médiuns se preocupavam mais com a xenoglossia Paulo para desfazer esse engano novamente faz outras recomendações aos coríntios (1Cor 14,1-25). Disse ele:
“...aspirem aos dons do Espírito, principalmente à profecia. Pois aquele que fala em línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o entende, pois ele, em espírito, diz coisas incompreensíveis. Mas aquele que profetiza fala aos homens: edifica, exorta, consola. Aquele que fala em línguas edifica a si mesmo, ao passo que aquele que profetiza edifica a assembléia. Eu desejo que vocês todos falem em línguas, mas prefiro que profetizem. Aquele que profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a menos que este mesmo as interprete, para que a assembléia seja edificada...”.

Conclusão
Como apregoa a Doutrina Espírita o fenômeno mediúnico nada mais é que uma ocorrência de ordem natural. Podemos identificá-lo desde os mais remotos tempos da humanidade, e não poderia ser diferente, pois, em se tratando de uma manifestação de uma faculdade humana, deverá ser mesmo tão velha quanto a permanência do homem aqui na Terra.

Mas, infelizmente, a intolerância religiosa, a ignorância e, por vezes, a má-vontade, não permitiu que fosse divulgada da forma correta, ficando mais por conta de uma ocorrência sobrenatural, que só acontecia a uns poucos privilegiados. Coube ao Espiritismo a desmistificação desse fenômeno, bem como a sua explicação racional. Kardec nos deixou um legado importantíssimo para todos que possam se interessar pelo assunto, quando lança O Livro dos Médiuns, que recomendamos aos que buscam o conhecimento dessa fenomenologia, ainda muito incompreendida em nossos dias.




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APARIÇÃO NA FOTO DE FORMATURA

quarta-feira, 16 de março de 2011

COMO A PALAVRA DE DEUS FICOU SUJEITA AO HOMEM

 Os estudos bíblicos se processam no mundo em duas direções diversas: há o estudo normativo dos institutos religiosos, ligados às várias igrejas, que seguem as regras de hermenêutica e a orientação de pesquisas destas igrejas; e há o estudo livre dos institutos universitários independentes, que seguem os princípios da pesquisa científica e da interpretação histórica.
 O Espiritismo não se prende a nenhum dos dois sistemas, pois sua posição é intermediária. Reconhecendo o conteúdo espiritual da Bíblia, o Espiritismo estuda à luz dos seus princípios, em harmonia com os métodos da antropologia cultural e dos estudos históricos.
 Somente às religiões dogmáticas, que se apresentam como vias exclusivas de salvação, interessa o velho conceito da Bíblia como palavra de Deus.
Primeiro, porque esse conceito impede a investigação livre.
 Considerada como palavra de Deus, a Bíblia é indiscutível, deve ser aceita literalmente ou de acordo com a "interpretação autorizada da igreja".
Por isso, as igrejas sempre se apresentam como "autoridade única na interpretação da Bíblia".
Segundo, porque essa posição corresponde aos tempos mitológicos, ao pensamento mágico, e não à era de razão em que vivemos.
Vimos rapidamente as contradições insanáveis em que se afundam os hermeneutas religiosos.
Vêem-se eles obrigados a perigosas ginásticas do raciocínio, apoiadas em fórmulas pré-fabricadas, para se safarem das contradições do texto.
 Mas não escapam jamais à contradição fundamental, que é esta: consideram a Bíblia como a palavra de Deus, mas estabelecem, para sua interpretação, regras humanas.
Dessa maneira, é o homem que faz Deus dizer o que lhe interessa.
Há no meio espírita alguns críticos agressivos da Bíblia.
São confrades ilustres e estudiosos, que tomam essa posição em face das agressões religiosas à Doutrina, com base nos textos bíblicos.
A posição da Doutrina, porém, não é essa, como já vimos em Kardec.
As supostas condenações do Espiritismo pela Bíblia decorrem das interpretações sacerdotais.
 A Bíblia é um dos maiores repositórios de fatos espíritas de toda bibliografia religiosa.
E os textos bíblicos estão eivados de passagens tipicamente espíritas.

 TODA A BÍBLIA ESTÁ CHEIA DOS FENÔMENOS MEDIÚNICOS
 O Espiritismo é apresentado por Kardec, sob a orientação do Espírito da Verdade, como uma seqüência natural do Cristianismo.
É o cumprimento da promessa evangélica de Jesus, de enviar à Terra o Consolador, que completaria o seu ensino, esclarecendo os homens a respeito daquilo que ele só pudera ensinar através de alegorias, no seu tempo.
Os homens de então não estavam em condições de compreender o fenômeno natural da comunicação espírita, que misturavam com sistemas de magia e interpretações supersticiosas.
 Em A Gênese, Kardec esclarece, no primeiro capítulo, que era necessária a evolução das ciências, o progresso dos conhecimentos, o desenvolvimento intelectual, para que o Espiritismo fizesse seu aparecimento, como doutrina, em nosso mundo.
Assim sendo, o Espiritismo tem como base as Escrituras, tem seus fundamentos na Bíblia.
Mas é claro que o conceito espírita da Bíblia não pode ser igual ao das religiões que ficaram no passado, apegadas às formas sacramentais de magia, aos ritos materiais e aos cultos exteriores do próprio paga nismo.
 A Bíblia não pode ser, para o espírita esclarecido, a "palavra de Deus", pois é um livro escrito pelos homens, como todos os outros livros, e é, principalmente, um conjunto de livros em que encontramos de tudo, desde as regras simplórias de higiene dos judeus primitivos até as lendas e tradições do povo hebreu, misturadas às heranças dos egípcios e babilônios.
O Espiritismo ensina a encarar a Bíblia como um marco da evolução religiosa na Terra, mas não faz dela um novo bezerro de ouro.
 É difícil falarmos da Bíblia a pessoas apegadas ao processo de fanatismo religioso de algumas seitas obscurantistas, que chegam, em pleno século vinte, ao cúmulo de renegarem a cultura, para só aceitarem os escritos judeus da época das civilizações agrárias.
São pessoas simples e crentes, que merecem o nosso respeito, mas inteiramente incapazes de compreender o problema bíblico.
 Isso, entretanto, não deve impedir-nos de esclarecer esse problema à luz dos p rincípios espíritas.
A Bíblia não condena o Espiritismo. Pelo contrário, a Bíblia confirma o Espiritismo, como demonstraremos. Basta lembrar o caso de Samuel, atormentado pelo espírito mau, aliviado pela mediunidade de Davi, que usava a música para afastá-lo.
 Caso típico de mediunidade curadora, constante de Samuel 16: 14- 23. E o colégio de médiuns que acompanhava Moisés no deserto?
E assim por diante, da primeira à última página da Bíblia.
Mas o pior cego é aquele que não quer enxergar.


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IMAGENS DE ENERGIA CAPTADA EM UM CEMITERIO

quinta-feira, 10 de março de 2011

VOCE PRECISA DESENVOLVER A SUA MEDIUNIDADE!



Talvez você já tenha ouvido de alguém que precisa desenvolver sua mediunidade num centro Kardecista, mas não deu a esta sugestão a devida importância, por preconceito teve medo de assumir esse compromisso, ou ainda não sabia que tinha uma mediunidade aflorada.
Mas, por que é preciso desenvolvê-la?
Para quem não sabe, antes de reencarnar, no astral, muitos médiuns assumiram com os espíritos superiores o compromisso de se tornarem instrumentos da espiritualidade na existência atual.
Assumiram o compromisso de exercerem sua mediunidade para saldarem seus débitos cármicos por conta de prejuízos causados numa vida pretérita a muitas pessoas.
Neste caso, a mediunidade representa uma oportunidade de evolução e reparação de erros cometidos outrora.
No entanto, por conta do véu do esquecimento de seu passado ou da lei do esquecimento (uma das leis às quais todos estão sujeitos nessa vida terrena) muitos olvidam seu verdadeiro propósito de vida: virem para servir como médiuns.
E o que acontece se a pessoa não exerce sua mediunidade em prol de outros seres humanos?
Obviamente, cada caso é um caso, mas o que observo nos pacientes que estão nessa condição, no grupo de desenvolvimento mediúnico que frequento no momento, (um caso) alem dos que vêm em busca da minha ajuda , tanto pessoalmente como via blog, é que suas vidas ficam todas emperradas e, em muitos casos, em praticamente todos os aspectos: afetivo, financeiro/profissional, familiar, social, da saúde, etc.
Estão quase sempre doentes e os médicos não descobrem a causa dos problemas porque as doenças de origem espiritual não aparecem nos exames médicos.
Há ainda aqueles pacientes que, enquanto não trabalharem como médiuns de incorporação num centro espírita, serão vítimas de obsessores espirituais que não irão lhes dar sossego.
Há também aqueles que, por conta dos inúmeros problemas emocionais (crises de choro sem causa aparente, depressão, angústia, ansiedade, transtorno de pânico, provocados por seus obsessores espirituais) procuram a ajuda de um terapeuta (psicólogo ou psiquiatra), mas, por ainda considerar a mediunidade como um fenômeno anômalo, patológico, o profissional poderá rotular equivocadamente os pacientes médiuns como portadores de distúrbios psiquiátricos.
 Desta forma, lamentavelmente, a maioria dos profissionais da área de saúde não faz um diagnóstico correto, não distinguindo um aspecto mediúnico de um distúrbio psiquiátrico propriamente dito.
Por isso, é bastante comum me procurarem médiuns rotulados pela psicologia ou psiquiatria oficial de esquizofrênicos, psicóticos, com transtorno bipolar (alternância de humor extremada), síndrome do pânico, depressão, etc.
Quero esclarecer ao leitor, que um centro espírita dá suporte inequívoco e orientação correta aos pacientes que sofrem de desequilíbrio mediúnico, e é o canal a ser procurado em primeiro lugar.
Com certeza, quando um médium é bem orientado, torna-se um canal dos espíritos superiores e isso traz alegria e bem-estar ao próximo, bem como ao médium.
Quando o paciente entra em contato com o seu mentor espiritual, através da terapia espirita kardeciana este receberá novas lentes para colocar em seus olhos e mais lucidez e serenidade em seu coração.

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FOTO DE MATERIALIZAÇÃO
captada no  em 1954
dos arquivos da FEB


sábado, 5 de março de 2011

MUITOS ESPIRITAS ESTÃO DESENCARNANDO MAL


A culpa e os pesares da consciência são maiores quanto melhor o homem sabe o que faz.
Kardec conclui primorosamente este ensinamento, afirmando que "a responsabilidade é proporcional aos meios de que ele o homem dispõe para compreender o bem e o mal.
Assim, é mais culpado, aos olhos de Deus, o homem instruído que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos"
Há uma frase atribuída a Chico Xavier que diz o seguinte:
"▬ Os espíritas estão morrendo mal".
De fato:
▬ "Muitos espíritas estão desencarnando em situações deploráveis, recebendo socorro em sanatórios no Plano Maior da Vida em virtude das péssimas condições morais e psíquicas em que se encontram."
No livro Vozes do Grande Além, Sayão, um pioneiro do Espiritismo no Brasil, afirma que "nas vastidões obscuras das esferas inferiores, choram os soldados que perderam inadvertidamente a oportunidade da vitória".
São aqueles companheiros nossos que transitaram no luminoso carreiro da Doutrina, exigindo baixasse o Céu até eles, sem coragem para o sacrifício de se elevarem até o Céu. Permutando valores eternos pelo prato de lentilhas da facilidade humana, precipitaram-se no velho rochedo da desilusão.
Aos espíritas sinceros e/ou simpatizantes do Espiritismo precisamos alertar:
"▬ Ninguém tem o direito de acender uma candeia e ocultá-la sob o alqueire, quando há o predomínio de sombras solicitando claridade".
Muitos espíritas que, presunçosamente, se auto-avaliam equilibrados estão desencarnando muito mal. Nessas condições, estão os espíritas desonestos, adúlteros, mentirosos, ambiciosos, mercantilistas inescrupulosos das obras espíritas, os tirânicos dos Centros Espíritas, os que trabalham nas hostes espíritas só para auferirem vantagens pessoais, os supostos médiuns que ficam ricos com a venda de livros de baixíssimo nível doutrinário, etc., etc.
Este último aspecto preocupa muito, pois, atualmente, existe uma enxurrada de publicações de livros "psicografados" que não passam de ficções de péssima qualidade.
Livros com erros absurdos de gramática, assuntos empolados, idéias desconexas, oriundas dos subprodutos de mentes doentes, de médiuns e/ou supostos "espíritos", que visam tirar dinheiro dos neófitos com a venda de tais entulhos anti-doutrinários, mas que enchem os olhos dos incautos pela imaginação fantasiosa.
Insistentes, esses aparentes "psicógrafos" ou despreparados "espíritos" estão construindo denso universo de sombras sobre o Projeto Kardeciano, confundindo pessoas inexperientes, que batem à nossa porta em busca de esclarecimento e consolação.
Esses "médiuns" e/ou "espíritos inferiores" ocultam, sob o empolamento (enganação), o vazio de suas idéias esquisitas.
Usam de uma linguagem pretensiosa, ridícula, obscura, forçando a barra para que pareça profunda.
"A culpa e os pesares da consciência são maiores quanto melhor o homem sabe o que faz."

Nessas condições, estão os espíritas:
Adúlteros, Mentirosos, Ambiciosos, Desonestos, Mercantilistas, Os tirânicos dos Centros Espíritas, Inescrupulosos das obras espíritas,
Os que trabalham nas hostes espíritas só para auferirem vantagens pessoais,
Os supostos médiuns que ficam ricos com a venda de livros de baixíssimo nível doutrinário, etc., etc."

▬ Até quando?
▬ Eis a questão!
▬ O tempo urge.

P.Moryah.

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FOTO CAPTADA NO ESTACIONAMENTO DE UM SHOPING, OBSERVE QUE  A SENHORA DE PRETO
PARECE ESTÁ FLUTUANDO (SEM OS PÉS)











quinta-feira, 3 de março de 2011

PENSAMENTOS DE ANDRE LUIZ

Gosto de publicar e de ler a linha de pensamento dos espíritos evangelizadores responsaveis pelo atual momento da doutrina espírita . e acabo flagrando com isso, alguns "dirigentes" querendo serem mais realistas que o rei , são os "Moisés" da atualidade, a misturarem os ensinos doutrinários com suas leis particulares, indo buscar o ensino na fonte, sem jamais os praticarem!

 “Humildade sem subserviência”.
Dignidade sem orgulho.
Devotamento sem apego.
Alegria sem excesso.
Liberdade sem licenciosidade.
Firmeza sem petulância.
Fé sem exclusivismo.
Raciocínio sem aspereza.
 Sentimento sem pieguice.
Caridade sem presunção.
Cooperação sem exigência.
Respeito sem bajulice.
Valor sem ostentação.
Coragem sem temeridade.
Justiça sem intransigência.
Admiração sem inveja.
Otimismo sem ilusão.
Paz sem preguiça.
" (André Luiz, livro 'Caminho Espírita')
 "O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos."

(Conduta Espírita, 10, FEB)
"A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana."

(Conduta Espírita, 10, FEB)
 "O Espiritismo não tem chefes humanos e nenhum dos seareiros do seu campo de multiformes atividades é imprescindível no cenário de suas realizações."

(Conduta Espírita, 46, FEB)
 PRÁTICAS ESTRANHAS
 "Muitos companheiros, sob a alegação de que todas as religiões são boas e respeitáveis, julgam que as tarefas espíritas nada perdem por aceitar a enxertia de práticas estranhas à simplicidade que lhes vige na base, lisonjeando indebitamente situações e personalidades humanas, supostas capazes de beneficiar as construções doutrinárias do Espiritismo.

No entanto, examinemos, sem parcialidade, a expressão, contraditória de semelhante atitude, analisando-a, na lógica da vida.

Criaturas de todas as plagas do Universo são filhas do Criador e chegarão, um dia, à perfeição integral. Mas, no passo evolutivo em que nos achamos não nos é lícito estar com todas, conquanto respeitemos a todas, de vez que inúmeras se encontram em experiências diametralmente opostas aos objetivos que nos propomos alcançar.

Não existem caminhos que não sejam viáveis e todos podem conduzir a determinado ponto do mundo.

Contudo, somente os viajores irresponsáveis escolherão perlustrar atalhos perigosos e desfiladeiros obscuros, espinheiros e charcos, no Dédalo de aventuras marginais, ao longo da estrada justa.

Indiscriminadamente, os produtos expostos num mercado são úteis.

Mas sob a desculpa do acatamento que se deve a todos, não nos cabe comer de tudo, sem a mínima noção de higiene e sem qualquer consideração para com a própria saúde. Águas de qualquer procedência liquidam a sede.

No entanto, com a desculpa de todos são valiosas, não é aconselhável se beba qualquer uma, sem qualquer preocupação de limpeza, a menos que a pessoa esteja nas vascas da sofreguidão, ameaçada de morte pelo deserto.

Sabemos que a legislação humana obtida à custa de sofrimento estabelece a segregação dos irmãos delinquentes para o trabalho reeducativo; sustenta a polícia rodoviária para garantir a ordem da passagem correta; mantém fiscalização adequada para o devido asseio nos recursos destinados à alimentação pública e acria agentes de filtragem para que as fontes não se façam veículos de endemias e outras calamidades que arrasariam populações indefesas.

Reflitamos nisso e compreenderemos que assegurar a simplicidade dos princípios espíritas, nas Casas Doutrinárias, para que as suas atividades atinjam a meta da libertação espiritual da Humanidade não é fanatismo e nem rigorismo de espécie alguma, porquanto, agir de outro modo seria o mesmo que devolver um mapa luminoso ao labirinto das sombras, após séculos de esforço e sacrifício para obtê-lo, como se também, a pretexto de fraternidade, fôssemos obrigados a desertar do lar para residir nas penitenciárias; a deixar o caminho certo para seguir pelo cipoal.

Alargar o prato saudável para ingerir a refeição deteriorada e desprezar a água potável por líquidos de salubridade suspeita.

“Em Doutrina Espírita, pois, seja compreensível afirmar que é certo respeitar tudo e beneficiar sem complicar a cada um de nossos irmãos, onde quer que se encontrem, mas não podemos aceitar tudo e nem abraçar tudo, a fim de podermos estar certos.” (ANDRÉ LUIZ, Opinião Espírita, 25, CEC) EDUCAR-SE PARA EDUCAR “A cultura avançada na Terra patrocina, invariavelmente, processos mais amplos para a defesa do corpo”.

Resguardos para as surpresas da temperatura. Imunidades à frente das moléstias contagiosas.

Roupas adequadas para travessar as ondas rubras do incêndio.

Escafandros destinados à imersão sem perigo nos segredos do mar.

Entretanto, não existem à venda peles que abriguem a pessoa contra o frio do desencanto, vacinas que a isentem perante a devastação da calúnia, amianto que a preserve do fogo das paixões e nem aparelhos que a mantenham invulnerável sob os arrastamentos inferiores.

Há, porém, a cultura da alma que não se adquire nas universidades de alvenaria e que é possível obter na própria Terra, através das lições dos instrutores espirituais que se acham no educandário humano, em socorro da vida.

É por isso que há escolas e escolas, professores da inteligência e professores do espírito. Todavia, as técnicas de instrução e adestramento possuem análogos mecanismos.

Se ninguém consegue envergar determinada veste por alguém e muito menos apropriar-se de recursos defensivos em substituição a outra pessoa, nos problemas do burilamento moral vige idêntico preceito. A Doutrina Espírita é o instituto universal de ensino e proteção, instalado por Allan Kardec, sob orientação do Mestre dos Mestres - Jesus Cristo.

Nela encontramos todos os equipamentos e valores necessários à habilitação do espírito para a segurança e vitória no mundo e a favor do mundo que se eleva e melhora sempre, quando alguém se eleva e melhora...

“Para isso, no entanto, indispensável se disponha cada um a aceitar pacientemente as provas terráqueas por exercícios inevitáveis, aprendendo a amar e servir, compreender e construir, a fim de educar-se para educar.”

(André Luiz, Sol Nas Almas, Cap. 46, Editora CEC) RELIGIÃO E VIDA “Pompas religiosas herdadas de avoengos da Humanidade ainda hoje suscitam tristeza em múltiplos ambientes da fé”.



Procura-se comumente o contato com as Forças Superiores da Vida, que operam em nome da Providência, com o verbo reprimido em posturas e maneiras previamente estuda, qual se as relações com Deus devessem obedecer às rígidas etiquetas das cortes antigas, em que os corações dos vassalos batiam muito longe dos reis. Se os costumes sociais alcançaram atualmente feição nitidamente mais liberal nas civilizações de liderança, não acontece o mesmo em matéria de cultos.

Tomamos o serviço religioso como sendo clima exótico para se engavetar a alma no preparo da morte, como se mergulha carne em salmoura.

Decerto que não será lícito dispensar a dignidade e a decência das atividades do sentimento e do estudo, em torno da Espiritualidade Maior, mas é necessário exonerar a máscara em nosso intercâmbio com os planos sublimes.

Nesse sentido, é mais que justo recorrer ao exemplo do Mestre, em cujo tempo, cerimônias e rituais já haviam atingido culminâncias.

Jesus lê e ora nos cenáculos consagrados à prece, mas isso não o impede de tratar dos assuntos da alma sob o céu a pleno campo.

Em nenhum texto evangélico aparece notícia de artifícios ou meneios que houvesse ele usado para impressionar.

Prefere sempre mais o templo da natureza para os transbordamentos da alma que os santuários de pedra.

As orações que nos deixou são modelos de concisão e simplicidade sem a mínima ideia de solenidade ou dramatização.

E se hoje na Terra fala a ciência da possibilidade de chamar os recém-desencarnados à existência, atenuando-se o império da morte, Jesus foi o pioneiro de semelhante movimento, conferindo a vários mortos o retorno à vida, por mais tempo, demonstrando que nem sempre a desencarnação é fulminativa e que, por isso mesmo, na maioria dos casos, será possível reajustar o recém-desencarnado na casa orgânica, ainda usufruível, ponto essencial para compreendermos a necessidade de abolição dos ofícios fúnebres perfeitamente incompatíveis com o senso da perenidade da alma. E ele mesmo, o Mestre, institui a base do cristianismo em sua própria sobrevivência, materializando-se à frente dos seguidores, para que a certeza da imortalidade dissipe para sempre a neblina da angústia ante a separação transitória.

A Doutrina Espírita entra no cenário do mundo, precisamente quando a investigação científica arreda para longe todos os resíduos das superstições humanas, a fim de mostrar que religião é sinônimo de vida eterna.

Holofote da verdade espanejando no horizonte avelhantadas teias de treva, para que o homem contemple adiante os objetivos dos próprios destinos, o Espiritismo vem quebrar as limitações menos dignas e romper os condicionamentos inferiores, à maneira de processo natural de evolução, destinado a libertar o espírito na Terra para estágios mais altos de ascensão e progresso, tais como aqueles que desfazem a casca do ovo e desintegram o envoltório da semente, para que a ave e a planta ganhem atividade e altura.

Reverenciamos nele o caminho da renovação pavimentado de esperança e alegria. “Doutrina Espírita é mensagem de Cristo, anunciando-nos que a felicidade de crer não está unicamente conjugada à responsabilidade de agir, mas também ao júbilo de criar, sentir, continuar e viver.” (André Luiz, Sol Nas Almas, cap. 22, Editora CEC)






um rosto adulto aparece na ultrassonografia da gestante  parecendo abraçar o bebe










P.Moryah.

terça-feira, 1 de março de 2011

ENTREVISTA SOBRE O CARNAVAL (RAUL TEIXEIRA)


Daqui a alguns dias, mais propriamente sete dias, estaremos presenciando uma das maiores aberrações já vista por pessoas de bom senso e de moral. Refiro-me ao Carnaval, que como o próprio nome diz representa a festa da carne  onde A CARNE NADA VALE!

Sei que alguns me acharão retrógrado, careta, “metido” a espiritualizado e coisas assim, por definir dessa forma essa festa pagã, sinceramente não os culpo, nem os julgo ou condeno.

Todos somos detentores do livre-arbítrio: Graça divina que nos oferece a possibilidade de fazer tudo o que queremos e que nossos instintos espiritualizados ou animalizados nos chamam a atenção para praticar, mas também nos alerta o Criador de que seremos responsáveis por nossos atos, palavras e até mesmo pensamentos, nas palavras de Jesus.

É... esses dias serão de muito prazer para uns, de preocupação para outros e de insuportáveis desesperos para alguns que teimam em querer levar uma vida compromissada com Deus e com o próximo, mesmo que isso lhes custe a indiferença, a perseguição e até mesmo a execração pública, porque – dirão alguns mais “socializados” – “onde já se viu alguém pensar assim em pleno século XXI, onde as conquistas pessoais chegaram ao cume e as liberdades sociais, raciais e sexuais estão aí para todos verem como nós “seres humanos” evoluímos?!!!...”

Algumas pessoas realmente acreditam no que foi dito acima e fazem disso o estandarte de suas vidas, levantando a bandeira da suposta igualdade e liberdade para promoverem a desigualdade e a libertinagem.

Diz o ditado popular: “cada cabeça uma sentença”. E, em certo sentido, está coberto de razão, pois somos todos responsáveis individualmente por nossos atos, mas alguns se esquecem de que se nosso comportamento for “causa de escândalo” para que nosso irmão tropece, também seremos responsáveis pelos danos causados, moral e espiritualmente a esses infelizes irmãos que confiaram e deliberadamente decidiram seguir nossos atos e conselhos.

Sei que muitos que condenam durante todo o ano a prostituição, a disseminação das drogas e reclamam da insegurança que vivemos em todos os níveis e locais desse país, serão os primeiros a se deleitarem ante as imagens “artísticas” que essas “escolas” de samba proporcionarão a seus espectadores.

Nesses terríveis quatro dias, que parecerão quatro décadas, muitos perderão a vida; crianças serão geradas em meio aos devaneios sexuais, movidos a drogas lícitas ou ilícitas a que muitos se entregarão; famílias serão desfeitas, lares serão abalados e um sem número de homens e mulheres contrairá débitos espirituais que levarão muito tempo para se desarraigarem de seus corpos espirituais.

É... talvez eu seja careta e retrógrado mesmo, mas observemos as palavras de alguém que não tem os mesmos conceitos que eu, mas é alguém reconhecidamente equilibrado e respeitado não apenas no meio espírita, mas entre todos de bom senso. Vejamos as palavras de Raul Teixeira, eloqüente orador espírita sobre a sua opinião acerca do Carnaval, publicada no Jornal Mundo Espírita, edição de Fevereiro de 1988.

1 — O que significa para você o Carnaval, diante do mundo?

R — Valendo-me da expressão de um Benfeitor Espiritual, direi que, para mim, o Carnaval é aquele fruto apodrecido, do qual ainda não soubemos retirar a mensagem de advertência, de atenção e vigilância, observando, ao longo do tempo, a semente infeliz que há germinado nas almas incautas, gerando colheitas de decepções e dores de elevada monta.

2 — Como você melhor colocaria o Carnaval: como um mal para o homem que preza a elevação da moral, ou um remédio para o homem asfixiado pelas lutas amargas do cotidiano, necessitado de extravasar seu psiquismo?

R — Verdadeiramente, o Carnaval, como se vem apresentando, representa um mal não apenas para o homem que busca evoluir moral e espiritualmente, como também para os demais ainda apegados às sensações físicas muito mais que às emoções sutis, que só a pouco e pouco o Espírito vai desenvolvendo.

Reconhecemos que a alegria, a descontração, as expansões dos júbilos entre as criaturas humanas funcionam como excelente válvula de escape para as tensões diárias, fomentando a tranqüilização da alma, quanto o reequilíbrio das funções psíquicas. Contudo, não é o que estamos observando na estrutura carnavalesca. Encontramos isso sim, a perversão, a enfermidade espiritual que jorra absolutizando a loucura que campeia desenfreada, devassando e infelicitando. Não creio que ao homem mais simples, porém, de bom senso, isso lhe pareça extravasamento para os júbilos anelados, senão desbordamento das paixões inferiores que mais fazem amargar seu cotidiano. já, de si mesmo, tão amaro.

3. – Por ser uma festa de cunho material, somos induzidos a pensar que a maioria dos participantes não sejam religiosos. Dado que o ser humano precisa dissipar as energias acumuladas, não poderíamos, então, classificar o Carnaval como “um mal necessário”, pois, sem ele, que permite extravasar, e sem a religião, que permite equilibrar essas cargas energéticas, os homens, inevitavelmente seriam levados a atitudes agressivas ou neuróticas no dia-a-dia?

R – A mim me parece que tudo isso não passa de tenebroso sofisma. Vamos por partes, a fim de expressar-me melhor.

O Carnaval não é somente uma festa de cunho material, como se poderia supor. Ele é profundamente espiritual, só que a faixa espiritual, em que se situa, é a dos Espíritos infelizes que se locupletam com os desejos e usanças daqueles outros que, embora encarnados, ajustam-se aos apelos do Além infeliz, servindo-lhes de alimárias ou de vasos nutrientes, onde as sombras babejam e triunfam por momentos. Está claro, com isso, que os que se banqueteiam nesse festim, embora se digam religiosos, só o são na fachada. Não aprenderam que não se pode servir a Deus e a Mamon, que ser religioso é assumir um compromisso com a própria consciência. Não foram advertidos por seus líderes que tais festividades momescas tiveram seu incremento nas orgias templárias da Velha Roma. do mundo antigo, nas loucuras das homenagens aos deuses Lupércio, Saturno. Baco etc., ditas festas em que não faltavam a luxúria, os excessos de toda ordem, do prato às explorações sexuais, determinando miséria moral e material, como enorme soma de sofrimentos.

Por outro lado, meu companheiro, se me é dito que o Carnaval é o extravasador e que a Religião é equilibrante, creio que, em boa linha, nos quedaríamos com a Religião. Entretanto, a grande parte escolhe a descarga carnavalesca.

O que vemos é que, muito embora se afirme ser o Carnaval um extravasador das tensões, não encontramos diminuídas as taxas de agressividade e de neuroses, que infestam nossas cidades, as mais diversas, dando-nos, isso sim, um somatório de violência urbana, de infelicidade familiar como jamais ocorreu no mundo contemporâneo. Creio que devamos repensar a questão do Carnaval, a fim de não desculparmos o que é indesculpável, pelo menos na conotação que se lhe dá atualmente.

4. No campo físico, já conhecemos algumas das conseqüências do “reinado do Momo”, como por exemplo, a proliferação dos abortos, o aumento da criminalidade, múltiplos suicídios, o incremento do uso dos tóxicos e de bebidas alcoólicas, assim como o surgimento de novos viciados, e muitas outras. O que você citaria como conseqüência no campo espiritual?

R - No hemisfério espiritual, encontramos por conseqüências todas as decorrentes dos excessos e erros e crimes apontados na sua pergunta. É mais um testemunho de que as “alegrias de Momo” não são tão alegres como parecem e que, ao invés de descontrair, muitos são traídos pela invigilância, pela irreflexão, pela imoderação.

5 - Estaria sujeito às influências negativas o indivíduo que, não se integrando aos folguedos, saísse à rua, apenas para assistir aos desfiles, ou mesmo para, simplesmente, apreciar os acontecimentos?

R - Os Espíritos do Senhor orientam-nos, através da Doutrina Espírita, que Deus vê as intenções nossas. Jesus Cristo, por seu turno, diz-nos, em Lucas 6:45, que onde estivesse o nosso tesouro, aí estaria o nosso coração, dizendo, sem dúvida, que nos deslocaríamos em espírito para aquilo a que déssemos valor. Há um provérbio popular que prega que quem sai na chuva é porque deseja molhar-se... Entendemos que, se tomamos conhecimento do que está ocorrendo nas ruas e nos clubes, se nos damos conta das nossas próprias tendências pouco recomendáveis, na condição de “homem-velho” da referência paulina, há que pensar um pouco, antes de nos expormos às ruas, ainda que seja para assistir.

6. — Como você acha que o cristão-espírita deve proceder diante do companheiro que se mostra favorável ao evento?

R — Como deve proceder com qualquer um que não nos compartilhe os conceitos e idéias, ou seja, respeitando-o, compreendendo-o, sem, contudo, permitir que ele nos “faça a cabeça”, usando uma expressão muito em moda.

7 - Que atitude se poderá tomar para mantermos nossos filhos, ainda crianças, quando não livres da influência, pelo menos livres da fascinação que o Carnaval exerce sobre eles?

R — Entendemos que a família tem fundamental importância em tudo isso. É a velha questão tão educacional que vem à tona, Se os pais não freqüentam os festejos carnavalescos; se os pais aproveitam os dias dos feriados de tais festas para o descanso, para a convivência familiar harmoniosa e boa; se sabem conversar com os pequenos sobre a improcedência de nos arrojarmos a tais loucuras, exemplificando com a própria conduta o que diz, não vemos por que os filhos ficariam fascinados com Momo. Se mesmo diante do exemplo e dos informes e esclarecimentos eles o desejarem, deverá prevalecer o bom senso dos pais, não o permitindo, até que os pequenos de hoje conduzam as suas experiências de vida, fazendo o que bem entenderem; porém não antes de serem devidamente educados para viverem o bem que todos buscamos.

Muitos pais afirmam que soltaram seus filhos por causa das pressões de vizinhos, de familiares outros, dos colegas etc. Não se lembram, entretanto, os pais espíritas, que estamos diante dos graves compromissos com Espíritos ligados a nós, pelos vínculos reencarnatórios e que teremos que prestar contas da orientação e da condução que lhes tenhamos dado. sem que isto pese nos ombros dos demais, pelo menos a princípio. Tomemos por compromisso de honra a condução dos nossos, deixando de lado admoestações e zombarias, motejos e incompreensões, porque somente o tempo dirá do nosso acerto, com o salário da paz e da alegria.

8 — Com relação aos nossos Centros Espíritas, é válido fechar as portas nos dias do Carnaval, ou mudar o procedimento das reuniões?

R — Realmente, seria muito bom se pudéssemos continuar nossas atividades doutrinárias, em nossas Instituições, exatamente porque são os dias em que mais necessárias se fazem as preces e as vinculações com os Bons Espíritos, por múltiplas razões, bem óbvias, por sinal. Entretanto, não deveremos olvidar que grande parte dos Centros estão em locais de muito movimento carnavalesco e que, ainda que não estejam, os companheiros das tarefas deverão deslocar-se de seus lares, atravessando o tumulto e as dificuldades, se ampliam com os riscos de variada monta para os passantes. E is a razão porque, costumeiramente, se interrompem os trabalhos nos Centros Espíritas nesses dias, o que não representa que devamos deixar de orar e vigiarmos, onde e com quem estivermos, servindo como antenas de nobres inspirações e assistência necessárias, como verdadeiros cristãos que desejamos ser.

Fonte: Jornal Mundo Espírita - Fevereiro/1988